terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Geopolítica: Estados produtores, “perturbadores” e extratores, por AAC para o CPEAEx

1. INTRODUÇÃO 

 A professora Therezinha de Castro estudando as relações internacionais classifica os Estados em produtores (ou transformadores), “Estados perturbadores” e extratores (ou pobres). Aqueles perturbadores preenchem sete condições básicas que caracterizam as “nações emergentes” englobando sua superfície territorial, continentalidade, acesso direto ao oceano, recursos naturais, população, densidade demográfica e homogeneidade racial. Levando-se em conta que a Geopolítica não se atém somente à expressão Militar e Econômica do Poder, apesar de seu grande peso na atualidade, vão-se identificar os países que se enquadrem nos 1º e 2º níveis conforme a estrutura geral das Nações, segundo a classificação da Profª Therezinha de Castro, justificando sinteticamente, cada um deles. 

 2. DESENVOLVIMENTO 

 a. 1º nível 

 1) Estados Unidos da América: o 3º maior país do mundo com superfície de 9.629.091 km², continentalidade exuberante, ocupando a posição central da América do Norte, com maritimidade ampla nos Oceanos Atlântico e Pacífico, 3ª maior população da terra, com 300 milhões de habitantes, conferindo-lhe uma densidade de 30 hab./km² de um povo pouco miscigenado, composto por 77% de brancos, sendo 13% de hispânicos. Maior potência econômica do sistema global, com um PIB de 13 trilhões de dólares, uma renda per capita (PC) de 42 mil dólares/ano e possui a maior força militar e poderio nuclear da atualidade. Todos estes indicadores conferem aos Estados Unidos a hegemonia geoestratégica para influir nas decisões dos mais variados fóruns, onde exerce protagonismo na maior parte deles. 
 2) Japão: o 60º em superfície e o 10º em população, o Japão possui indicadores geopolíticos tacanhos perto dos EUA, mas pelo peso da sua economia, com um PIB de 3,55 trilhões de dólares (U$) e uma renda PC de U$ 28 mil, é colocado como potência mundial no Grupo dos Sete (G7), baseado, principalmente, na capacidade científica e tecnológica de seu povo, cuja homogeneidade de raça e língua fortalecem seu poder nacional. Não possui força militar desde a 2ª GM e tem disputas territoriais históricas com a China e Rússia. 
 3) Alemanha: o 61º em superfície e o 13º em população, ocupa uma posição geoestratégica privilegiada (no coração da Europa), segundo as teorias geopolíticas estudadas. Sua expressão no campo econômico do PN é destacada por meio de um PIB de 2,7 trilhões de dólares e renda PC de U$ 27,6 mil que lhe garantem lugar no G7, tudo graças ao sólido parque industrial, excelentes reservas naturais e cultura, agora unificada, de sua população. As derrotas nas duas GM impediram-na de possuir forças armadas, apesar do domínio tecnológico do ciclo atômico. 
4 a 6) Inglaterra, Itália e França: 50/60 milhões de habitantes e densidades demográficas destes três países, que variam entre 110 a 379 hab/ km², possibilitam um PIB próximos de U$ 2,1 trilhões cada, destacando-se no G7 pelo alinhamento incondicional dos ingleses com os norte-americanos. A maritimidade italiana e inglesa, a posição geográfica central da França e a cultura da Itália que influenciou toda a Europa, desde as civilizações antigas, cooperam com a importância geopolítica de ambas. 
7) Canadá: a superfície territorial de 10 milhões de km2, a continentalidade territorial, o acesso direto e amplo ao oceano, os recursos naturais estratégicos essenciais, a homogeneidade racial (e um PIB de um trilhão de dólares) dão ao povo canadense privilegiado poder geopolítico, justificando fazer parte do G7.

 b. 2º nível 

 1) China: 9,5 milhões de km2 (3º) e 1 bilhão e 300 milhões de habitantes (1º) e a 4ª economia do mundo obtida graças a abertura da China à tecnologia e comercialização com o Japão e o ocidente. Reivindica Taiwan e outros territórios da Índia. 
2) Índia: mais que 3 milhões de km2 (7º) e 1 bilhão e 80 milhões de habitantes (2º) e um PIB de 3,3 trilhões de dólares (o 4º), baseados na monocultura de chá, tabaco e algodão. Tornou-se em importante centro de serviços relacionados com tecnologia da informação. 
3) Rússia: 17 milhões de quilômetros quadrados e 145 milhões de habitantes é dependente de exportações de matérias-primas, em particular do petróleo, do gás natural, de metais e de madeira que proporciona um PIB acima de 500 bilhões. Enfrenta a diversidade de grupos étnicos/culturais na busca do poder regional.
 4) Espanha: é a 8ª economia e tem maritimidade sobre o Atlântico e Mediterrâneo. 
 5) Brasil: 5º país em extensão territorial e 5ª maior população, continentalidade e maritimidade expressivas, acesso direto ao Atlântico, homogeneidade racial e unidade de língua, densidade demográfica de 21 hab/ km2 e muitos recursos naturais ainda não explorados. 
 6) México: 11º extensão territorial, 13ª população e 11ª economia; posição geográfica e maritimidade favorecidas. 
7) Africa do Sul: Riquezas minerais abundantes e posição geoestratégica importante. 
8) Arábia Saudita: com 12 hab/ km² de uma raça homogênea, recursos exuberantes de petróleo e a maior parte do território é quase toda constituída por desertos. 
9) Austrália: 6º maior território e 21 milhões de habitantes, 15ª economia do globo, e 75% da população vive nas oito grandes cidades. 
10) Turquia: 17º mais populoso, historicamente, ocupa posição geopolítica importante, candidato a entrar na União Européia. 

 3. CONCLUSÃO 

 O espaço parece ser fundamental para a consolidação do poder, agregando considerações mais amplas sobre os aspectos da população, da economia e da política. Daí ter considerado os países do G7, com maturidade geopolítica, como os de 1º nível e alguns dos emergentes do G20, como aqueles do 2º nível, para obtenção de uma radiografia da estrutura geral das nações. Como queríamos demonstrar.
 ALAIRTO ALMEIDA CALLAI – Cel CPAEx/EAD – 7, Turma - 2006 
Refr: -Geopolítica 2005, URACI CASTRO BONFIM-ECEME

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