terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Análise da macroeconomia brasileira em 2002

Exercício 1 – Escolha um ano e preencha o quadro abaixo. Utilize os dados sobre balanço de pagamentos da Revista Conjuntura Econômica, págs. XVI e XVII. Analise e comente a situação externa do país, em até 10 linhas. R: Ano: 2002 Fonte: BC US$ Milhões 1. Balança Comercial – saldos 13.127,00 a. Exportações de bens e serviços 60.362,00 b. Importações de bens e serviços 47.235,00 2. Balança de Serviços – saldos -23.229,00 a. Receita de Serviços 12.901,00 b. Despesas de Serviços 36.130,00 3. Transferências Unilaterais – saldos 2.390,00 4. Transações Correntes – saldos Contas 4 = 1 + 2 + 3 -7.712,00 5. Conta Capital e Financeira – saldos 8.004,00 6. Erros e Omissões (ajuste / estornos) – saldos 0,00 7. Saldo Final do Balanço de Pagamentos Contas 7 = 4 + 5 + 6 292,00 Reservas Internacionais – Posição em: 31/12/2002 Liquidez 37.823,00 Líquidas Ajustadas 16.339,00 Em relação à situação externa do país, verificamos que as Transações Correntes ocorridas em 2002, entre residentes e não residentes, está negativa em função da elevada das Despesas de Serviços, que corresponde a quase três vezes o valor das Receitas de Serviços. Somando o saldo da Balança Comercial (13.127,00) com a balança de Serviços (-23.229,00) e com o saldo das transferências Unilaterais (2.390,00), teremos o valor de US$ -7.712,00 (negativo). Daí, concluir-se que, as aludidas despesas, provavelmente, sejam em favor de empresas estrangeiras, tendo em vista o valor das Importações de Bens, apesar de o saldo da Balança Comercial ainda ser positivo. Para melhorar-se esta situação, poderiam ser adotadas medidas que privilegiassem as Exportações e, ao mesmo tempo restringir-se-iam as Importações. A redução dos gastos públicos também serviria para melhorar este quadro. Poder-se-ia, ainda, reduzir despesas com Serviços, ao mesmo tempo em que se fomentaria este setor, que tende, cada vez mais, ser o mais importante nesse momento de mercado global. Exercício 2 – Responda em até 10 linhas. Quais são as vantagens e as desvantagens da abertura econômica do país, analisando as contas externas do Brasil ao longo das décadas de 80, 90 e anos 2000 a 2004. (mudou) R: Vantagens: integração aos fluxos de capitais em busca de fontes de aplicação rentáveis nos países em desenvolvimento; aumento da produtividade das empresas; modernização do parque industrial; redução dos compromissos empresariais do Estado; alinhamento com as mega-mudanças globais; melhoria na liquidez das reservas internacionais; ampliação em relação ao investimento estrangeiro; melhoria na qualidade dos produtos; ampliação da concorrência no mercado doméstico; e maior diversificação dos produtos. Desvantagens: vulnerabilidade externa; maiores despesas com importações; reflexo negativo na balança de serviços; eliminação de empresas de reduzida capacidade competitiva; e expansão da carga tributária de 22% para 37% do PIB. Nos anos 80 quando houve grande intervenção estatal elevando a dívida externa e necessitou-se recorrer ao FMI. Observa-se que ocorreram déficits na Balança de Pagamentos, em face ao grande dispêndio de divisas estrangeiras com importações de petróleo. Nos anos 90 o país encontrava-se sem credibilidade internacional em face da moratória de 1987 e em 1998 o país perdeu enormes volumes de reservas internacionais, em decorrência da crise externa (México e Argentina) e do regime de cambio em bandas. A economia do país vivenciou a maior abertura econômica da história do país com Collor, propiciando a modernização da economia e o fim de protecionismos. Mas pagou-se um preço por isso, por não garantir-se na OMC os mecanismos de incentivos à sobrevivência da agro-indústria própria, como adotam os países mais desenvolvidos. Optou-se por trocar as “carroças” sem exigir-se nível mínimo de nacionalização industrial. O parque industrial brasileiro tornou-se o maior montador de produtos acabados da América Latina, mas o empregos são coreanos, tailandeses, indianos e chineses. Nos anos de 2000 a 2004 a abertura econômica provocou déficits na balança comercial e a necessidade de se adequarem as taxas de câmbio. O aumento das exportações trouxe a recuperação da Balança Comercial e o superávit nas Transações Correntes. Exercício 3 – Responda em até 10 linhas. A performance do Balanço de Pagamentos depende da taxa de câmbio e das taxas internas e externas de juros e do nível de atividade econômico do país e de outros países? Discuta. R: A desvalorização (ou valorização) da moeda nacional eleva ( ou reduz) o preço das divisas estrangeiras, com a conseqüente queda (ou expansão) do valor relativo. Esse comportamento terá influência direta nas importações e exportações, uma vez que estando o Real valorizado em relação à moeda estrangeira, as importações serão estimuladas. A taxa de câmbio efetiva mensura a ponderação das diversas taxas reais de câmbio, de acordo com a importância dos parceiros comerciais. As taxas de juros internos e externos terão influência na atração, ou não, de investimentos financeiros do exterior. Quanto mais alta a taxa de juros internos em relação a de outros países, maior será a probabilidade de atração de investimentos externos. Considerando que o nível de atividade econômica está relacionado com a capacidade de produção, em associação com a produção. Se este nível aumenta, poderá elevar a oferta de bens e serviços e a renda, com reflexos favoráveis à demanda agregada. O balanço de pagamentos retrata fielmente as transações econômicas de um país com o resto do mundo. Exercício 4 – Responda em até 10 linhas. O Brasil possui uma “razoável” inserção comercial e financeira internacional? Apresenta alguns indicadores que justifiquem sua resposta. R: Com relação a inserção financeira, observa-se que a Conta Financeira do Balanço de Pagamentos vem apresentando superávits, em face das privatizações que foram realizadas e em face do país estar conseguindo atrair investimentos externos por sua política de taxa de câmbio e de juros internos elevados. Como exemplo de indicador financeiro, o Relatório da Conferência sobre Comércio e Desenvolvimento da ONU, de 2002, indica que do volume de investimentos externos direcionados para a América Latina e Caribe num total de US$ 56 bilhões, 29,64% vieram para o Brasil. Desta forma pode-se considerar que o país tem “razoável” inserção financeira internacional. Quanto a inserção comercial, o desempenho é pífio. Apesar de ser a 14ª economia (PIB), participa com menos de 2% no comércio mundial. Desde 1975 o Brasil vinha apresentando sucessivos déficits nas Transações Correntes, que só vieram a se tornar superávit a partir de 2003. Isso significa que as Balança Comercial (importações e exportações) e de Serviços (receitas e despesas) estavam gerando saldos negativos. Pode-se atestar que o país não possui “razoável” inserção comercial. Exercício 5 – Responda em até 10 linhas. Quais são as vantagens e as desvantagens para o Brasil manter um elevado nível de reservas internacionais? (mudou) R: Vantagens: – precaução face possíveis crises externas; – possibilidade de equilibrar o saldo da balança de pagamento, no caso de um eventual déficit; – possibilidade de intervir no mercado de câmbio para gerar uma situação mais favorável da taxa de câmbio a seus interesses comerciais e políticos; – acumulação de reservas internacionais em um momento de alta taxa de juros; e – como fator de estabilização da economia. A principal vantagem é no aumento da credibilidade do país no comércio internacional. Desvantagens: – reflexos negativos, por se manter uma taxa de câmbio pouco flexível; e – maiores dificuldades para o crescimento econômico. A principal desvantagem tem a ver com o custo de expansão na quantidade de moeda circulante, uma vez que as reservas cambiais fazem parte do passivo do balanço do Banco Central. Exercício 1 (pedidos do livro da Professora) Escolha um ano e preencha o quadro abaixo. Utilize os dados sobre balanço de pagamentos da Revista Conjuntura Economica, págs. XVI e XVII. Analise a situação externa do país, em até 10 linhas. R: Idem 1 acima Exercício 2 Responda em até 10 linhas. Quais são as vantagens e as desvantagens da obtenção de saldos superavitários na conta transações correntes do balanço de pagamentos? Explique. R: Vantagens: Fornece liquidez internacional para uso dos residentes nacionais. A moeda possibilita a realização de trocas extensas e, por conseguinte, de uma enorme especialização na produção e diversificação no consumo entre mercados. O Balanço de Pagamentos encontra-se equilibrado em seu conjunto quando eventuais déficits ou superávits em transações correntes, são cobertos pelo movimento de capitais autônomos. Capital externo sem objetivo de cobrir desajustes ou capitais compensatórios ou induzidos, destinados a cobrir saldos deficitários no BP. O déficit na conta de comércio depende também da taxa de câmbio e de outros custos relativos para o exportador e o importador. Porém, há uma relação direta entre o nível de atividade econômica e o de importação. A saúde da economia de um país é avaliada, no longo prazo, pelos sucessivos superavits anuais no saldo das suas contas correntes. Desvantagens: As transações ocorridas no balanço de pagamentos (BP) afetam diretamente a Renda Nacional. Quando a aquisição de uma empresa estatal é feita por capital estrangeiro (privatização) há impacto positivo sobre a conta de capital do balanço de pagamentos, daí o equilíbrio irreal na conta “transações correntes” do governo de FHC, graças ao (irresponsável) programa de privatização. Exercício 3 Quais são as vantagens e as desvantagens para o Brasil manter um elevado nível de reservas internacionais? Compare as reservas internacionais do Brasil com as de outros países. R: Vantagens: Os empréstimos internacionais serão benéficos quando o seu valor é investido de forma produtiva. Se o fluxo for positivo significa que o país está recebendo recursos que podem ser utilizados para pagamento da dívida externa ou para realizar investimentos no exterior. A taxa de câmbio valoriza-se, e a taxa de juros começa uma trajetória de queda; as receitas públicas crescem; o país apresenta superávit fiscal; nas empresas, a prioridade é substituir os insumos importados por nacionais. Credibilidade, enfim. Desvantagens: O Capital volátil é aquele que se transfere instantaneamente de um lugar (ou país) para o outro em função de modificações de taxas de juros e dos riscos dos negócios. Porque estas oscilações podem trazer enormes prejuízos aos investidores. O país solicitou ajuda ao FMI, e este exigiu em troca o controle do déficit público e da inflação (perda da soberania). Se o fluxo for negativo, então há necessidade de buscar capital estrangeiro e/ou diminuir as reservas internacionais. Senão, o consumo futuro terá de ser reduzido para pagar a dívida externa futura. Assim, essas oscilações representam riscos para o investidor, que para não diminuir suas aplicações exige maior retorno (juros maiores, mais atrativos). O diferencial entre a taxa de juros interna e externa é determinante para atrair-se o capital estrangeiro, porém outros fatores, como a desvalorização cambial, o intervencionismo do Estado e o risco interno, são também relevantes. E a remuneração destes recursos saem do produto interno, através da carga tributária (na forma de impostos indiretos, sobre o consumo dos bens: alimentos, habitação e transportes), que acabam por onerar a população de forma indiscriminada (o imposto do rico e pobre é o mesmo, sobre estes bens). O Banco Central é forçado a alterar o regime cambial, cresce a desconfiança frente a uma possível moratória, a taxa de câmbio dispara, há inflação, a dívida interna pública cresce, o caos. Em suma, a possibilidade de manipulação (prejudicial) do câmbio. Hoje, flutua próximo de 75 bilhões de dólares as reservas do Brasil, semelhante às do México, dos Tigres Asiáticos e aos demais integrantes do G20. As reservas em dezembro de 2002 eram de US$ 37,8 bilhões (com US$ 21,5 bilhões de dívida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 16,3 bilhões. Em setembro de 2006 estavam em US$ 73,4 bilhões (sem dívida com o FMI), sendo as reservas ajustadas de US$ 73,4 bilhões. ALAIRTO ALMEIDA CALLAI – Cel CPAEx/EAD – 7, Turma - 2006 Refr: Roxo Matesco, Virene. Economia. Rio de Janeiro: FGV – Nov/2006.

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