domingo, 15 de dezembro de 2013

e-VoG (Vocabulários e Ontologias do Governo Eletrônico) Site do e-Gov pesquisado

O e-VoG (Vocabulários e Ontologias do Governo Eletrônico) é um conjunto de padrões, ferramentas e metodologias para possibilitar: o intercâmbio de informações com acordo semântico, de forma a viabilizar o pronto cruzamento de dados de diversas fontes; o uso de metodologias de modelagem conceitual como forma de elicitação do conhecimento tácito das áreas de negócio de governo; o uso de ontologias como ferramenta para explicitar conhecimentos de maneira formal e coerente; o alinhamento conceitual das diversas áreas do conhecimento do governo. http://vocab.e.gov.br/

As ontologias desenvolvidas no âmbito do e-VoG farão referência a conceitos externos definidos em ontologias que tenham ampla utilização nacional e internacional, de forma a aumentar o potencial para o cruzamento de dados.

O e-VoG tem por objetivo desenvolver a interoperabilidade semântica dentro da e-PING, englobando os trabalhos do Vocabulário Controlado do Governo Eletrônico (VCGE) e do Padrão de Metadados do Governo Eletrônico - e-PMG.

Além da adoção de vocabulários e ontologias de referência na e-PING, também estão sendo desenvolvidos os seguintes produtos para o e-VoG:

-Capacitação em ontologias;

-Conjunto de vocabulários e ontologias de domínio;

-Manual de boas práticas e processo de engenharia de ontologias;

-Repositório persistente de ontologias;

-Política de URIs para Publicação de Dados no Governo.
https://www.governodigital.gov.br/transformacao/orientacoes/interoperabilidade/eping-padroes-de-interoperabilidade-de-governo-eletronico

O que é e-PMG?
O e-PMG foi desenvolvido com base no Padrão Dublin Core (DC) do Dublin Core
Metadata Initiative (DCMI) uma organização engajada no desenvolvimento de um
padrão de metadados interoperável. O núcleo do DC é um conjunto mínimo de
elementos para descrever recursos eletrônicos, composto por quinze elementos
principais com as respectivas definições que foram estabelecidas em consenso por um
grupo de profissionais interdisciplinar internacional de bibliotecas, arquivos, museus,
computação e outros campos do conhecimento.
De acordo com o DCMI o padrão busca as seguintes características para o Dublin Core:
simplicidade, semântica universal, escopo internacional e extensibilidade.
O conjunto de elementos do e-PMG consiste em 20 elementos: 15 elementos do DC e 5 elementos adicionais identificados como necessários para o contexto do governo eletrônico brasileiro.  https://www.governodigital.gov.br/transformacao/orientacoes/interoperabilidade/padrao-de-metadados-do-governo-eletronico-epmg

Vantagens e desvantagens
A adoção deste padrão trará benefícios para os órgãos do governo e para a sociedade.
Embora haja necessidade de considerável esforço e investimento inicial, os benefícios
são muitos, incluindo:
· permitir que as pessoas localizem os recursos disponíveis na Web sem o
conhecimento detalhado de como o governo está organizado;
· dispor de métodos eficientes de acesso às informações e serviços;
· facilitar o compartilhamento de informações e serviços entre órgãos
governamentais e entre governo e sociedade, o que resulta em maior eficiência do governo;
· apoiar o desenvolvimento de serviços com maior qualidade, com base em
semântica comum e padronização de formatos e esquemas de codificação dos dados; e
· eficiência nos processos de gestão da informação das organizações.
Versão

Vocabulário Controlado (VCGE)
Um vocabulário controlado traz muitos benefícios na descrição e localização das
informações e seu uso é muito importante na criação de metadados. O uso correto de
termos de vocabulários controlados para descrever recursos permitirá maior eficiência
na busca e recuperação de recursos.
No e-PMG a Lista de Assuntos do Governo (LAG) é o esquema para a criação do
subelemento assunto.categoria.
É fortemente recomendado que, se uma organização possuir um vocabulário controlado
da sua especialidade, ele deve ser utilizado no subelemento assunto.palavra-chave.
Pode também ser utilizado um vocabulário controlado que se aplique às necessidades de
uma comunidade, ou a utilização de um vocabulário controlado consagrado no mercado.

Com o advento da Lei de Acesso a Informação – LAI – um importante papel foi dado ao VCGE, classificar todas as demandas da sociedade pelo Sistemas de Informação ao Cidadão da Controladoria Geral da União. Esse uso é relevante não apenas por que atinge todos os órgãos do poder executivo que respondiam as demandas, mas também por que confirmou um dos aspectos relevantes do VCGE: interface com a sociedade.
A expectativa é que o VCGE seja usado para classificar qualquer conteúdo de informação (documentos, bases de dados, mídia eletrônica, documentos em papel, etc) que não seja classificado outra forma mais específica de indexação. O VCGE é feito para ser consultado pelo público geral e seu processo de indexação deve ser feito por pessoas que não são profissionais especializados (biblioteconomistas, arquivologistas, etc).   https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/vcge/VCGE_2_1_0.pdf

e-PMG – Padrão de Metadados do Governo Eletrônico (Versão 1 de Janeiro de 2010)
e-PING – Padrões de Interoperabilidade de Governo Eletrônico
O Guia de Interoperabilidade do Governo apresenta orientações para o desenvolvimento de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação aderentes à arquitetura e-PING como forma de incentivar a interoperabilidade governamental entre os entes da Federação. Ele é organizado em dois volumes:
o Manual do Gestor de Interoperabilidade e a Cartilha Técnica de Interoperabilidade.
A última versão do Manual do Gestor de Interoperabilidade em PDF (12/09/2012).
A versão 2013 da Cartilha Técnica de Interoperabilidade em PDF (25/06/2013).


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Ontologia de Competências Profissionais em Tecnologia da Informação (por: Paulo Roberto Corrêa Leão; Káthia M. Oliveira; Eduardo A. D. Moresi)

Resumo
Na atual conjuntura, um dos maiores desafios enfrentado pelas organizações é atrair, reter e gerenciar talentos. Os gestores das empresas da Era do Conhecimento têm forçosamente de
manter um profundo domínio do “know how” de sua organização, de modo a gerir
eficazmente os seus “ativos intelectuais”. Estes gestores necessitam ter em mãos, dados e
informações que lhes permitam gerenciar, desenvolver e melhorar competências individuais
na empresa. Este é um aspecto estratégico numa economia marcada pela escassez de recursos
humanos competentes. Além disso, é de fundamental importância destacar que o
conhecimento sobre essas competências é um importante ativo da empresa e, por isso, sua
formalização, captura e reutilização deve ser sempre incentivada. Este trabalho apresenta uma
proposta de organização deste conhecimento através do uso da Ontologia.
Palavras-chave: ontologia, competência, gestão de competência
Abstract
Nowadays, one of the biggest challenges faced by organizations is how to attract, keep and
manage talents. Managers of companies in the today´s Knowledge Era ought to handle indepth
know how of their own organization in order to manage efficiently their "intellectual
assets". They must have got data and information to be able to manage, develop and improve
individual competence within the company, because it´s a strategic aspect in an economy
tailored by a lack of competent human resources. Besides, it is the utmost important to
highlight that the knowledge about competencies is an important company´s assets, thus, it
must be formalized, seized and recycled. This paper presents a proposal for the organization
of that knowledge within an ontological approach.
Keywords: Ontology; Competence; Competence management.
[...]
3.2.2. Sub-ontologia de Competência
Com base no conceito de competência e partindo do princípio de que competência é
sinônimo de capacitação profissional e que pode ser subdividida nos atributos conhecimento,
habilidade, atitude e valor, esta sub-ontologia deve fornecer subsídios para serem respondidas
as seguintes questões de competência: (i) Quais são os tipos de competência profissional
emTI?; (ii) Que requisitos de conhecimento, habilidades, atitudes e valores são requeridos por
um determinado cargo?; (iii) Que requisitos de conhecimento, habilidades, atitudes e valores
são requeridos para desempenhar uma determinada função?; (iv) Quem na organização possui
determinado conhecimento, habilidade, atitude e valor? Para responder essas questões foram
considerados os conceitos apresentados na seção 2. Além disso, observa-se que o
conhecimento é obtido através da experiência vivida e da formação (básica e especializada)
que o indivíduo tem ao longo de sua vida, e que, a habilidade pode ser nata no ser humano,
mas pode também ser adquirida, e engloba as habilidades básicas, específicas e de gestão.
Assim pode-se decompor a Competência Profissional em TI em Conhecimento,
Habilidade, Atitude e Valor. Todos os conceitos foram definidos em um dicionário de dados
considerando a literatura específica e visando reduzir o risco de ambigüidade na apreensão de
cada termo.
A figura 1 apresenta a ontologia completa definida.

[...]
Universidade Católica de Brasília (UCB)
SGAN 916 - Módulo B - Asa Norte, Brasília, Brasil, 70.790-160
e-mail: {prcleao, kathia, moresi}@ucb.br

domingo, 8 de dezembro de 2013

Justin Bieber has interviewed by Alairto A.C. - Da série treinando inglês

Alairto (A): - Brazilian readers want to know: What is going on with you down in Argentina?
Justin (J): - I'm shocked. I would never do anything to disrespect the people of Argentina. I love Argentina and I have had some of the best shows of my tour there!
A: - In Brazil, it is common that people throw stuff on your stage during the show, isn’t it?
J: - Yes, normally, and I get it to the stage hands to get off, so no one gets hurt.
A: - About the Argentina’s flag…
J: - That video I saw a bra and thought… It was a shirt. I'm being told by my team it was a shirt but even if it was a flag…
A: - Fans were irritated...
J: - I'm so sorry for anyone who took my actions the wrong way and I hope they can forgive this mistake! (and continued) so once again, to the people of Argentina. I'm sorry if that was taken the wrong way and I'm sorry for my mistake. I hope they can accept this…
A: - About the show, did you make your best?
J: - I loved my time there performing for them and I look forward to coming back. I gave my best and I know the fans did there too. “te amo”.
A: - Any final words?
J: - I would never do anything to disrespect my fans. I don't like having to defend myself but this time it was needed as I mean no disrespect. So it is all love all around the world. Thank you all.
A: - Justin Bieber looks shamed and says goodbye to Brazilian’s beliebers and ALL AROUND THE WORLD, saying:
- I love you and thank you for always standing by me. Much Love to Everyone. Thanks!

Alairto A. by Twitter, to a Gossip Review, Brasília-BR, November 14th 2013.

How has communication changed throughout the years? Da série: Treinando Inglês by Alairto

Communication is a package delivered between two or more sites. The chanel, throughout the years, has been changing, faster and deeper than before, because of technological evolution. It is the cause of the decrease of the deley between questions and answers. Everything is quick. The internet has influenced the communications in last fifty years, shortering distances and increasing the share intentions. The collaborative mood turned over common points of every young person. They have posted pictures about all assumptions, they have dealt agreements and have broke relationships via gadgets at real time, and all the time. It was a great revolution on their minds. Facebook has overcome all other social medias until 2012 when Orkut had closed because that. On the XXth Century people were more reserved, more closed, and the family life was the main format to teach and learn good values. Christian values. Technology brings consumerist habits and the materialism turned cool by themselves. "Being or Having" are the matters! On the other hand, never in the history of this country, the knowledge has been rather spread on world wide.
So, I believe that we are on the last days. The Final Judgment is too close. Are you read? (Revisão por Pedro australiano - Wise-up Asa Norte)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Como aprender segurança de verdade Publicada em 06/12/2013, por Rodrigo Rubira Branco

Continuando a série de artigos que estou escrevendo a pedido da 4Linux, gostaria de discutir um pouco a respeito do aprendizado de segurança da informação.
Muitas vezes me perguntam o que fazer para de fato entender os conceitos envolvidos em segurança e como se livrar dos direcionamentos dados por empresas em suas próprias tecnologias.
Minha resposta poderá parecer um pouco extremista, mas creio que a única forma de se entender segurança de verdade esteja no entendimento real da tecnologia de informação utilizada. As ameaças à segurança da informação armazenada, gerada ou manipulada em um computador, estão sob as mesmas restrições que quaisquer elementos computacionais, ou seja, não existem milagres, apenas o que um computador pode ou não fazer.
Em minha opinião (e compartilhei tal opinião em diversas palestras, tanto no Brasil quanto no exterior) é de que existe um desiquilíbrio entre quem compra e quem vende segurança da informação. Esse desiquilíbrio foi muito bem explicado pelo economista George Akerlof [1] em seu paper 1729879058 "The Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market Mechanism". O desequilíbrio - chamado de assimetria daqui em diante - no caso de segurança da informação é relacionado ao entendimento das tecnologias e dos problemas que as mesmas visam resolver. Neste caso, vemos que as empresas de segurança definem quem são seus "experts" e os clientes, por não terem acesso a mesma base de conhecimento e as mesmas informações, acabam por aceitar que tais vendedores são de fato "experts" no assunto.
Infelizmente remover este tipo de assimetria é extremamente difícil , e como discutido no artigo mencionado, é algo que um participante do mercado em si não conseguiria fazer sozinho por meio de fatores econômicos. Com isso cabe a outros elementos participarem, e aqui já estendo o debate gerado no artigo anterior, sobre o papel do governo:
- Incentivos governamentais em educação apropriada -> Difíceis de se evitar o lobby das empresas. Também é difícil formar os educadores;
- Influência da comunidade Open Source -> Pra mim a melhor forma. A comunidade Open Source já é amplamente ativa quando o assunto é desenvolvimento de tecnologias e possui boa parte do conhecimento necessário para o entendimento de segurança da informação. Também não possui os interesses comerciais e esta disposta a contribuir. A melhor forma do governo contribuir seria portanto investindo nestas comunidades;
- Acadêmicos -> Alguns professores já conseguiram sair do paradigma publicação como sendo a maior prioridade e entendem que o sistema precisa ser melhorado [2]. Exceções terão de existir para que o conhecimento seja trazido para a academia e então replicado;
E com isso volto a questão inicial: como uma pessoa pode fazer para aprender segurança e se desenvolver nesta carreira?
Primeiramente, minha resposta sempre envolve fazer com que a pessoa entenda o que é segurança da informação, e tentar desmistificar o que são pesquisas na área e o que são os "hackers":
- Segurança da Informação: uma área que envolve diversos ramos do conhecimento humano, entre eles a computação (também envolve, por exemplo, ciências comportamentais, para se entender e evitar ataques de engenharia social, segurança física pois a informação também está em meios físicos e assim por diante);
- A segurança da informação computacional (comumente o interesse das pessoas que me perguntam) envolve também diversas áreas da computação:
- Sistemas Operacionais;
- Banco de Dados;
- Redes de Computadores;
- Programação;
- Saber do que se gosta e escolher de acordo é o principal elemento para o sucesso;
- A computação, e segurança da informação em especial, é uma área em constante desenvolvimento, portanto estar "antenado" é fundamental;
- Não existe a melhor ou pior parte, ou a parte menos interessante e a mais interessante, as pessoas têm suas próprias preferências. O generalista em geral acaba sendo o cliente desinformado. O ideal é se especializar e, então, expandir seu conhecimento para as partes que influenciem também sua tarefa: por exemplo, se você prefere a parte de segurança de código, eventualmente terá algum conhecimento de redes quando for desenvolver aplicativos que utilizem este tipo de ambiente.
- Hackers: são pessoas como quaisquer outras, mas que possuem um nível de curiosidade e busca de aprendizado que os diferenciam. Em geral os hackers são pessoas bastante práticas, portanto, tendem a quebrar regras que não fazem sentido e apenas atrapalham atividades (sejam elas em empresas, em casa, ou simplesmente algo que tenham vontade). A maioria das pessoas de segurança não se tornam hackers e nem deveriam almejar tal coisa. O mito foi criado simplesmente pela ignorância das pessoas de fora da comunidade.
Dito tudo isso, a pergunta ainda não foi respondida, e deve ser por isso que até hoje não havia de fato parado para escrever sobre o assunto. A base que deve ser criada é fundamental para chegarmos ao meu ponto:
- Open Source: desenvolva, participe, entenda.
Muitas pessoas vão dizer que alguém pode se interessar em trabalhar com sistemas Microsoft, ou que os mesmos são a maior parte do mercado, que em Open Source não existe dinheiro etc. As pessoas que dizem isso são, semdúvidas, aquelas que compram sem saber, apesar de realmente pensarem que sabem. Elas são as mesmas que participam dos testes conduzidos pelos fabricantes e acham que estão testando o que precisam. São aquelas que definem os requerimentos de segurança, mas não têm de verdade a menor ideia do que estão fazendo e são a maior razão para vermos o número de incidentes crescendo ao invés de diminuir, apesar dos investimentos serem enormes.
Desmistificando o meu ponto:
1-) O Open Source lhe propicia o aprendizado rápido, real entendimento das implementações e objetivos de um sistema, desafios na proteção da informação, limitações e áreas de estudo;
2-) O Open Source lhe permite utilizar diferentes tecnologias e praticar as limitações das mesmas;
3-) Talvez o mais importante dos pontos para aqueles que desejam se iniciar na profissão, mas apenas veem oportunidades de vagas monótonas (como operadores de soluções de segurança e não como engenheiros das mesmas):
- Compartilhe o que aprendeu, as pessoas e empresas veem isso;
- Inove, divulgue, debata;
Pode parecer ilusão minha pensar assim, não é mesmo? Mas o leitor se surpreenderia com o número de vezes que fui conversar em uma empresa e as pessoas de lá conheciam o meu trabalho. Não pelo que fiz em meus trabalhos anteriores, mas pelo que divulguei para comunidade durante meu tempo livre.
Todas as vezes que me perguntam sobre a carreira, as pessoas também mencionam treinamentos e livros. Sou um viciado em livros, pra mim todos os livros são bons:
1-) Se o livro possui informações erradas, e eu as absorvo sem de fato testá-las, eu que sou um péssimo estudante. Saibam a diferença entre LER e ESTUDAR. Ler significa simplesmente sentar e ver o que está escrito. A absorção é mínima e você confia totalmente no autor. ESTUDAR significa praticar o que se lê. Validar, duvidar, provar.
2-) Se o livro possui apenas informações que já sei, não precisarei ESTUDAR, apenas LER, mas ainda assim aprendo novas formas de expor o meu ponto de vista, facilitando assim a comunicação no futuro: e acreditem, isso fará diferença na carreira (justamente pelo ponto de poder palestrar e divulgar suas pesquisas, lhe dando ainda mais visibilidade)
Hoje em dia existe excesso de informações, então, como regra, quando eu estudo crio uma árvore mental (mindmap e softwares do tipo podem lhe ajudar no começo):
- Não desvio do meu ponto de aprendizado a menos que seja um item fundamental para meu aprendizado;
- Itens não relacionados entram em uma nova parte da árvore, para leitura/estudo posterior;
Se eu tiver de recomendar um website, eu recomendaria este: http://www.phrack.org (muito bom para quem deseja entender mais sobre a área de pesquisas em segurança da informação).
Algumas pessoas julgam que sou contra treinamentos por eu dificilmente recomendar algum. Na verdade pelo contrário. Eu entendo que treinamentos são a forma mais rápida de se receber uma informação já processada, preparada. Mas, as pessoas esperam mais do que deveriam, e as empresas oferecem menos do que poderiam:
1-) As pessoas esperam que em um treinamento vão aprender tudo que precisam para desempenhar a função:
- A prática é essencial para entendimento real de quaisquer itens aprendidos, pois diversas dúvidas surgiram apenas com o uso de algo aprendido em situações fora do controle do ambiente de treinamento;
- O treinamento possui uma carga horária limitada e visa condensar as informações essenciais do assunto. Mesmo que tal carga horária seja apropriada, não irá e nem deveria cobrir tudo que existe e exceções. Isso apenas se obtém com a prática;
2-) As empresas oferecem menos do que poderiam:
- Infelizmente muitas empresas oferecem treinamentos com instrutores que jamais praticaram o item ensinado: isso faz com que as melhores lições a serem absorvidas em um treinamento, que são as reais, sejam perdidas. Um instrutor que apenas segue o material irá falhar em oferecer exemplos reais da experiência que envolvam o aluno e que fazem com que a aplicabilidade do conteúdo seja ainda melhor;
- O material desenvolvido muitas vezes não recebe o investimento correto e em diversas situações a carga horária é menor do que deveria ser para um apropriado ensino do conteúdo, mas ainda assim sobram horas de conteúdo em que o instrutor acaba sendo prolixo com itens que são claramente desperdício de tempo, por exemplo, em um treinamento avançado sobre um software, aprender a instalar tal software);
A melhor forma de se escolher o treinamento adequado e de se saber se você realmente precisa de um treinamento sobre o assunto é:
1-) Verifique a experiência do instrutor no tópico a ser ensinado. Por exemplo, se você vai ter aulas sobre exploração de software, verifique quantos exploits o instrutor já divulgou, quantas falhas já encontrou e assim por diante. Procure, por exemplo, diferenciar carreiras similares, para evitar ser confundido: Por exemplo, uma pessoa que divulga falhas em software ou uma pessoa que escreve um exploit, não é um pentester (pessoa que testa a segurança de empresas);
2-) Valide que o material do treinamento é apropriado. Peça informações para a empresa sobre o conteúdo, como o mesmo foi desenvolvido, quem o desenvolveu, quando foi atualizado, se houveram revisões, e etc;
3-) E mais importante: tenha certeza que você possui os pré-requisitos para aquele treinamento. Lembre-se sempre que o interesse é mais seu em aprender do que da empresa em ensinar (não importa quão honesta seja tal empresa).
Se você gostar deste artigo e ele lhe incentivar a fazer algo, não exite em me enviar um e-mail com um link para seu projeto.

[1] Akerlof, George. "The Market for Lemons: Quality Uncertainty and the Market Mechanism". 1970.
[2] Bratus, Sergey. "Pwnie Awards: Sergey Bratus nomination". Link: http://pwnies.com/nominations/. Acessado em: 10/20/2013.

Aplicações móveis com sotaque brasileiro :: Por Carmen Lucia Nery, especial para o Convergência Digital

A Qualcomm e a Vivo querem incentivar o ecossistema de desenvolvedores de aplicações de mobilidade no Brasil. As duas empresas apresentaram suas propostas no painel 'Aplicações Wireless do Futuro', durante a 12ª Rio Wireless que acontece no Rio de Janeiro. Tecnologias como realidade aumentada e pear to pear comunications estarão disponíveis para os desenvolvedores brasileiros por meio de um programa que a Qualcomm está trazendo para o país.

Com o programa, a empresa passa a oferecer para os desenvolvedores uma série de SDKs que são plataformas que facilitam o desenvolvimento de aplicações. Para realidade aumentada a Qualcomm oferece uma plataforma que permite ao desenvolvedor criar a aplicação em poucos dias.

O programa oferece suporte técnico e o SDK é gratuito e livre do pagamento de royalties, além de códigos de eventos para validação das aplicações. Para isso a empresa está montando um laboratório que deve ser instalado em São Paulo, o primeiro da empresa no mundo com este perfil.

“O centro é fruto de um acordo com o governo brasileiro assinado em abril. Teremos um time de brasileiros dando suporte em português aos desenvolvedores locais que poderão fazer testes das aplicações em diferentes devices e operadoras, que representam um dos custos mais altos do desenvolvimento”, diz Dario Dal Piaz, diretor de desenvolvimento de negócios da Qualcomm.

O programa também inclui consultoria nas melhores práticas de desenvolvimento de aplicações para evitar consumo excessivo de memória e bateria e de recursos das operadoras.”Será um laboratório de disseminação de conhecimento”, resume Dal Piaz.

Já a Vivo quer fomentar o desenvolvimento de aplicações de mobilidade para o mercado corporativo. Segundo Rodrigo Shimizu, diretor de marketing B2B da Telefonica/Vivo, a empresa conta com mais de 1 mil clientes corporativos que são atendidos pela organização global Telefonica Digital com sede em Londres e presença em 25 países. A divisão definiu seis verticais foco: machine-to-machine, saúde, segurança, publicidade online, clound e serviços financeiros.

“Hoje já são mais de 1 milhão de conexões maquina a maquina em diferentes aplicações e com o LTE vamos chegar ao conceito e cidades inteligentes. Na área de saúde temos aplicações como a Vivo Agendamento, para conexão dos clientes com as operadoras de saúde, uma aplicação que estamos desenvolvendo em conjunto com a Alemanha e a Inglaterra. Em cloud temos lojas de aplicativos no Vivo Cloud Plus. Queremos fomentar o desenvolvimento dessas e outras soluções com o ecossistema de desenvolvedores para a criação de um portfólio de soluções por meio de parcerias”, diz Simizu.
(22/05/2012)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Discriminação por Ives Gandra - professor

Não Sou:
- Nem Negro, Nem Homossexual, Nem Índio, Nem Assaltante, Nem Guerrilheiro, Nem Invasor De Terras. Como faço para viver no Brasil nos dias atuais? Na verdade eu sou branco, honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hétero... E tudo isso para quê?

Meu Nome é: Ives Gandra da Silva Martins*

Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades governamentais constituídas e pela
legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles sejam índios, afrodescendentes, sem terra, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, ou seja, um pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco hoje é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior (Carta Magna).

Os índios, que pela Constituição (art. 231) só deveriam ter direito às terras que eles ocupassem em 05 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado, e ponham passado nisso. Assim, menos de 450 mil índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também por tabela - passaram a ser donos de mais de 15% de todo o território nacional, enquanto os outros 195 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% do restante dele. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas aqueles descendentes dos participantes de quilombos, e não todos os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição Federal permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um Congresso e Seminários financiados por dinheiro público, para
realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria do Governo!

Os invasores de terras, que matam, destroem e violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que este governo considera, mais que legítima, digamos justa e meritória, a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', simplesmente porque esse cumpre a lei..

Desertores, terroristas, assaltantes de bancos e assassinos que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações,
pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de R$ 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

E são tantas as discriminações, que chegou a hora de se perguntar: de que vale o inciso IV, do art. 3º, da Lei Suprema?

Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta sociedade, em terra de castas e
privilégios, deste governo.

(*Ives Gandra da Silva Martins, é um renomado professor emérito das Universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército Brasileiro e Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

Para os que desconhecem o Inciso IV, do art. 3°, da Constituição Federal a que se refere o Dr. Ives Granda, eis sua íntegra:
"Promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

terça-feira, 29 de outubro de 2013

TRÊS ONTOLOGIAS CLÁSSICAS E A WEB SEMÂNTICA-Marcos Luiz Mucheroni, Daniel C. de Paiva e Marcio Lobo Netto

Resumo
O conceito de ontologias se desenvolveu historicamente acompanhando as diversas áreas do saber, as quais se organizaram em determinadas épocas do pensamento humano. Assim, fazer uma análise pormenorizada das ontologias de cada época e relacioná-las ao pensamento é fundamental para o entendimento da dinâmica do próprio conhecimento. Além disto, este estudo visa auxiliar na elaboração das ontologias atuais a partir das relações existentes em determinadas áreas de domínio, sendo possível a ampliação até a análise de áreas temáticas para a web semântica. O objetivo deste trabalho é conceituar três grandes sistemas de ontologias (Aristóteles, Jacob Lorhard e Leibniz- Wolff) e estabelecer a relação destes com a evolução das ontologias e os conceitos da Web semântica atuais.

Palavras-chave: Ontologias clássicas. Web semântica. Ontologias atuais. PontodeAcesso, Salvador, v. 3, n. 2, p. 281-298, dez. 2009.

1 INTRODUÇÃO
Na filosofia clássica o termo ontologia foi empregado como referente ao conhecer o
que era o ser, mas o ser em geral, tanto a sua razão como o seu logos e assim estreitamente
relacionado à lógica, enquanto o sentido ôntico ligado ao ente deve ser pensado como o ser
de fato e, portanto, não necessariamente ligado ao logos.
É necessária esta compreensão porque evita a confusão entre realidade ontológica e
realidade ôntica. Embora inseparáveis na ordem do ser, são distintas na determinação
filosóficas e esclarecedoras nas ontologias atuais.
É importante ainda saber que aceitar esta terminologia não implica a aceitação do
pensamento kantiano, que afirma que o sujeito pode conhecer a priori unicamente os
fenômenos, “como aparecem”, mas não as coisas em si, ou seja, em linguagem kantiana, os
noumenos. A partir disto, neste trabalho busca-se auxiliar estudos que procuram visualizar e
compreender teoricamente as modernas ontologias.
Curiosamente é tanto moderna quanto escolástica, pois também para ela havia tal
distinção, e as com sideravam como: ôntico significa o ente ainda não está descoberto pelo
espírito como intelligibile in potentia, ou seja, que será conhecido de alguma forma,
enquanto o ontológico, por sua vez refere-se aos entes já esclarecidos, descobertos e
organizados, ou seja, o intellectum in actu, ou seja, o que é já lógico, e pode ser explicitado
como tal.
Na atualidade, os estudos que procuram desenvolver relações conceituais de diversas
naturezas e temas, mas que ainda não são claras deveriam ser ônticas e não ontológicas,
enquanto aquelas que já possuem algum consenso dentro de determinado domínio, podem
ser colocadas em determinada ontologia e por isto formal.
A compreensão de domínio é, pois importante, porque pode estender o campo de
análise do estritamente conceitual para o social. Conforme definição (HJØRLAND, 2004, p.
4): “[…] pode ser uma disciplina, um campo escolar. Pode ser ainda uma comunidade
discursiva conectada a um partido político, à religião, ao comércio, ou a um lazer”, ou seja,
uma comunidade discursiva pode ser uma rede social.
Esta abordagem, de acordo com Hjørland (2002), enfatiza uma relação entre a Web
semântica e as comunidades discursivas com objetivo de tratar recursos informacionais
como sendo identificados, descritos, organizados e disseminados para servirem a um
objetivo específico, sendo compatível com a Web em ambiente social. Este trabalho tem
como objetivo explorar características desse universo, desenvolvendo ontologias históricas,
e a partir de análise de sua importância, indicar que tipos de ontologias podem se estruturar
a partir da Web atual.
Para o desenvolvimento das ontologias que serão apresentadas neste artigo foi
escolhido o ambiente Protégé (2009), pois este possui código aberto, é multiplataforma,
oferece interface gráfica e uma arquitetura para a criação de ferramentas baseadas em
conhecimento. Sua arquitetura é modular e permite a inserção de novos recursos (plugins).
Além disto, possui alguns exemplos que podem ser consultados pelo usuário, permite a
geração de saídas gráficas diversas (diagramas de vários tipos) e está em constante
desenvolvimento como pode ser verificado no site da ferramenta.
[...]

Figura 1 – A ontologia aristotélica usando a ferramenta Protégé-Fonte: ARISTÓTELES, 1978.

Figura 2 – A ontologia de Jacob Lorhard (1606) construída no ambiente Protégé-Fonte: LORHARD, 1606.


Figura 3 - O modelo “conceitual” de Leibniz-Wolff no ambiente Protégé-Fonte: WOLFF, 1729.


Figura 4 - O modelo “epistêmico” de Leibniz-Wolff no ambiente Protégé-Fonte: WOLFF, 1729.

5 OS MODELOS ATUAIS E A WEB SEMÂNTICA
Os modelos elaborados na computação, com os quais se pode perfeitamente ser
traçado um paralelo com a ontologia clássica de Aristóteles/Platão, em Ciência da
Computação, usando método dedutivo, são denominados top-down, ou usando o método
indutivo, bottom-up.
O método indutivo possibilita a elaboração de modelos, partindo, da representação
de elementos e/ou objetos e suas relações dentro de um contexto, ou seja, um
conhecimento estabelecido. Já o método dedutivo propõe que se pense primeiramente no
domínio ou contexto, independentemente de pensar os elementos e suas relações, o que
então é feito numa etapa seguinte.
Será exatamente o método da teoria da classificação (RANGANATHAN, 1967)
denominado faceta, que usa o método dedutivo para classificar o conhecimento dentro de
um domínio, que permitirá compreender a relação com a Web semântica, pois trabalham
metaníveis conceituais, categorias e não apenas abstrações. Como ontologias
computacionais partem de classes de conceitos pode-se elaborar um domínio no modelo
chamado top-down?
O modelo de Ranganathan é importante porque supera a tradicional dicotomia, cuja
ilustração mais tradicional é a “árvore de Porfírio”, porém Ranganathan apoiou-se na
“árvore baniana” cujo modelo ficou conhecido como policotômico.
Toda análise inicial filosófica serve aqui apenas para compreender que o modelo que
se fundamenta exclusivamente na abstração tem como raiz as ontologias.
Por outro lado é apenas uma forma de abstracionismo fruto da própria dualidade
sujeito/objeto, da qual têm origem tantas outras formas dicotômicas na construção de
modelos conceituais.
É o caso da orientação a objetos em Ciência da Computação, que usa atributos e
classes. As classes aqui usam os métodos indutivos, que podem criar abstrações úteis para
um determinado modelo, mas será apenas, a partir da dedução, possível compreender e
estruturar unidades de conhecimentos, e não da indução a partir de unidades de dados.
Assim os métodos não podem ser pensados de forma separada, embora possam ser
pensados de forma sistêmica, a partir do processo indutivo, seguido do dedutivo, no qual se
estrutura a análise e a síntese, mas devem ser pensados como processo conjunto, no qual a
indução parte da análise de domínio e a dedução são propiciadas pela facilidade que inclui o
uso de recursos e processos computacionais.
No desenvolvimento de agentes e processos de inteligência artificial, na construção
de ontologia formal, alguns autores tais como Guarino (1998) criam objetos ou particulares,
que podem ser classificados como concretos e abstratos.
A ontologia formal não possui uma classificação específica para o relacionamento
entre categorias, por isso é possível criar relações muitas vezes não ontológicas “clássicas”
porém formais e claramente dedutíveis e passíveis de sínteses.
O ponto essencial para permitir a formalização em ontologias é compreender um
objeto ocorrente, conforme o chamam diversas teorias (DAHLBERG, 1978; WUESTER, 1981)
e outras. Para isto pode-se utilizar o conceito de Sowa (2000) que chama este objeto de
processo, o que torna explícito que se trata de uma “ação” sobre objetos existentes e
formais. Porém isto não significa ignorar a construção ontológica de cada objeto.
A relação entre estes objetos ainda está ainda em pleno desenvolvimento através de
linguagens de ontologias (Ontologies Web Language - OWL) e o incipiente processo na
criação de agentes inteligentes (BERNERS-LEE; HENDLER, LASSILA, 2001).
A interoperabilidade semântica, também conceituada como interoperabilidade de
metadados, desenvolve a descrição dos recursos de informação para facilitar o intercâmbio
e a recuperação da informação por parte do usuário. Nesse processo faz-se uso de um
conjunto de ferramentas para a representação da informação contida nos recursos,
incluindo ambientes de construção de ontologias e metalinguagens.
A ontologia, inserida nessa tipologia de interoperabilidade, define os termos e suas
relações em domínios, usando regras de combinação desses termos e relações.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda que o termo ontologia tenha se referido a conceitos e processos diferenciados
ao longo da história do pensamento humano, três conclusões são possíveis sobre a sua
essencialidade: as relações entre conceitos gerais e particulares, o auxílio às formulações
sobre o que são as coisas em-si, sejam elas: seres, substâncias ou simplesmente conceitos, e,
sua relação com a organização e o desenvolvimento do conhecimento em geral, em especial
na contemporaneidade, onde os grandes sistemas parecem não ter mais a consistência e a
complexidade dos sistemas que aumentam constantemente.
Tanto as ontologias clássicas como as formais decorrentes do uso da lógica e de que
forma os sistemas computacionais podem cooperar neste processo.
PontodeAcesso, Salvador, v. 3, n. 2, p. 281-298, dez. 2009.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

PRINCÍPIOS DA GOVERNANÇA NA GESTÃO DO EXÉRCITO por Cel Novaes (EPEx)

Os conceitos de Governança derivam da Teoria da Agência, definida como um contrato no qual uma ou mais pessoas (o principal) emprega outra pessoa (o agente) para executar, em seu nome, um serviço que implique a delegação de algum poder de decisão ao agente. Os problemas de agência surgem, então, da relação entre proprietário e agente.
Outro conceito importante é o do Perigo Moral, segundo o qual há uma propensão, por parte do indivíduo, a expor um bem a um risco que não será assumido por ele, em caso de ocorrer. Visando a mitigar esses riscos é que companhias de seguro, por exemplo, cobram franquia em caso de sinistro. Voltando à Teoria da Agência, e segundo Eisenhardt (1989), pode haver conflito entre os interesses do acionista (principal) e o executivo (gestor ou agente) em função de riscos, assumidos pelo agente, que poderão causar perdas somente ao principal. Esses riscos serão agravados pela dificuldade de o acionista monitorar diuturnamente as atividades do executivo (assimetria de informações).
Governança Corporativa (GC), segundo o Código das Melhores Práticas divulgado pelo Instituto Brasileiro de GC, é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários (acionistas), Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle, e seus princípios são:
1. Transparência – é a garantia de disponibilização de informações pela Diretoria e Conselhos, relevantes para a tomada de decisão do acionista.
2. Equidade – é o tratamento justo e igualitário a todas as partes interessadas.
3. Accountability – é a prestação de contas pelo agente aos acionistas, por meio de relatórios e resultados, que devem ser divulgados na sua integralidade e submetidos ao escrutínio das partes interessadas.
4. Responsabilidade Corporativa – é o culto à sustentabilidade organizacional. Toda decisão, ainda que baseada na expectativa de criação de valor ao acionista no curto prazo, deve garantir a longevidade da organização.
Na prática, a GC se dá por meio de órgãos de controle dos agentes, instituídos pelos acionistas, que são o Conselho de Administração (CA) e o Conselho Fiscal (CF). O CA tem a responsabilidade precípua pela orientação geral dos negócios da companhia (principalmente por meio do estabelecimento de metas, no escopo da estratégia da organização), eleição e destituição a qualquer tempo dos diretores, escolher e destituir os auditores independentes, manifestar-se sobre os relatórios da companhia e as contas dos diretores etc. Ele é a interconexão entre a propriedade e a gestão, o guardião do objeto social e seu principal papel é orientar e fiscalizar as atividades da administração da organização no sentido de sempre promover os interesses dos acionistas, mitigando riscos para todas as partes interessadas, em particular ao principal, reduzindo o Perigo Moral.
Dentre as atribuições do conselho fiscal, as mais importantes são: fiscalização dos atos dos administradores e verificação do cumprimento de suas obrigações legais e estatutárias, opinar e proferir parecer sobre o relatório anual da administração, analisar as demonstrações contábeis periódicas etc.
O maior objetivo da GC é que a organização gere valor. Imaginar que esse valor é somente para o acionista é simplificar demais a visão, posto que este só receberá sua parte do valor após terem sido “descontadas” a porção da diretoria (incluindo os custos para incentivar e controlar o agente), produção (funcionários e fornecedores), Governo (impostos) e credores (os que aportaram o capital). E, logicamente, tudo isso só ocorrerá se os clientes atribuírem valor ao que foi entregue.
No setor público, segundo Magalhães (2011), a questão da governança também se apoia em conceitos da Teoria da Agência. Embora o agente deva tomar decisões em benefício do principal que, neste caso, é a sociedade, muitas vezes ocorrem situações em que os interesses dos dois são conflitantes, dando margem a um comportamento oportunista por parte do agente.
O Ministério do Planejamento, em seu site, define governança pública (GP) como o sistema que assegura, às partes interessadas pertinentes, o governo estratégico das organizações públicas e o efetivo monitoramento da alta administração. A relação entre a coisa pública e a gestão se dá por meio de práticas de medição, tais como auditorias independentes e unidades de controle interno e externo (grifos nossos), instrumentos fundamentais para o exercício do controle. A GP assegura às partes interessadas a equidade, a transparência e a responsabilidade pelos resultados, com obediência aos princípios constitucionais e às políticas de consequência.
Também nesse escopo, somando mais elementos à GP, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde maio de 2000, estabeleceu a exigência de planejamento, prevenção de riscos, transparência, equilíbrio das contas e cumprimento de metas (grifos nossos).
Segundo a Constituição Federal de 1988, o titular do controle externo em nosso ordenamento jurídico é o Congresso Nacional (Art. 31, 70 e 71, caput), que se dá pelo controle político e financeiro da Administração Pública. O controle financeiro, que nos interessa neste trabalho, é exercido com auxílio do Tribunal de Contas da União (TCU).
Nesse contexto, o TCU, em cumprimento à sua missão institucional, avalia o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade , eficácia , eficiência e efetividade dos atos praticados, com vistas a contribuir para o aperfeiçoamento da administração pública e para subsidiar os mecanismos de responsabilização por desempenho (Magalhães, 2011) (grifos nossos). Cumpre, dessa forma, parte das atribuições de um CA e do CF, no caso da GC.
Segundo o TCU, uma das principais ferramentas utilizadas para a fiscalização é a Auditoria Operacional, que é o exame independente e objetivo da economicidade (a), eficiência (b), eficácia (c) e efetividade (d) de organizações, programas (projetos) e atividades governamentais, com as finalidades de promover o aperfeiçoamento da gestão pública e fornecer à sociedade opinião independente sobre o desempenho da atividade pública (TCU, 2013). O TCU escolhe os objetos a serem fiscalizados que, além da capacidade de agregar valor à gestão, têm que possuir materialidade, relevância, e vulnerabilidade. A auditoria vai identificar os principais fatores que comprometem o desempenho do programa/órgão, de acordo com o diagrama a seguir:

Diagrama de Insumo/Produto (TCU, 2013)

O relatório da fiscalização é amplamente discutido com órgãos de controle interno, entidades da sociedade civil, academia e consultorias legislativas do Congresso e, posteriormente, submetido à Corte do Tribunal. A etapa de divulgação do relatório tem a finalidade de ampliar o conhecimento da sociedade sobre os resultados das ações avaliadas, contribuindo para aumentar a efetividade do controle, por meio da mobilização da comunidade no acompanhamento e na apreciação dos objetivos, da implementação e dos resultados das políticas públicas. Para aumentar a probabilidade de resolução dos problemas identificados durante a auditoria, seja pela implementação das deliberações do TCU ou pela adoção de outras de medidas de iniciativa do gestor, realiza-se o monitoramento, mediante o acompanhamento de um plano de ação, apresentado pelo gestor ao TCU, que formaliza as ações que serão tomadas para atender as deliberações (TCU, 2013).
Comparando os princípios de GC com aspectos previstos na Constituição, na LRF e na missão do TCU, além de compulsar a literatura existente, pode-se concluir que alguns princípios da GC, fundamentais para o alinhamento de interesse entre o principal e o agente, também são aplicados na gestão pública. Para dar um pouco de materialidade a isso, passa-se a estudar o caso da fiscalização do TCU ao Projeto Estratégico do Exército (PEE) Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras – Projeto SISFRON, orçado em doze bilhões de reais, com período de implantação previsto de dez anos.
Baseado na teoria sobre GC, os aspectos que comporão a fiscalização do TCU, iniciada por meio da Portaria de Fiscalização/Fase de Planejamento no 887, de 14/07/13, e constantes do Ofício de Requisição no 1-887/2013, de 17/07/13, serão organizados nos seguintes tópicos: problemas de agência e transparência/accountability.

Problemas de Agência
Aspectos fiscalizados pelo TCU
1. Posicionamento do SISFRON no âmbito da Política Nacional de Defesa (PND), Estratégia Nacional de Defesa (END), Livro Branco, Plano Estratégico de Fronteiras e Planejamento Estratégico do Exército.
2. Contexto orçamentário: programas e ações abrangidas no PPA e na LOA.
3. Estudo de Viabilidade realizado.
4. Diretrizes de offset.
5. Requisitos operacionais e especificações técnicas.
6. Projeto básico.
7. Principais benefícios para a sociedade (principal), bem como resultados para a gestão pública.
8. Relação dos materiais que serão importados e desenvolvidos pela indústria nacional.
9. Licitações e contratos já realizados.
10. Metodologia de gerenciamento de projetos ( Gestão de riscos, aquisições, premissas, linhas de base, EAP...)
11. Projeto-piloto e experimentação técnica do projeto.

Transparência e Accountability
Objetivos
1. Como são definidos objetivos.
2. Como é assegurada a conquista dos objetivos no interesse do principal.
Aspectos fiscalizados pelo TCU
1. Auditorias realizadas sobre o andamento do projeto.
2. Plano de Gestão de Riscos e Planejamento das Respostas.
3. Informações registradas no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP).
Objetivos
De que maneira a organização presta contas à sociedade.


Algumas considerações adicionais sobre a Governança Pública no âmbito do Exército:
1. As ações referentes aos problemas de agência na GP são reativas, posto que o Exército possui autonomia administrativa e financeira e, com isso, tem a prerrogativa de definir seus próprios objetivos, ainda que o faça baseado em sua interpretação da PND, END, Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) e diretrizes recebidas do MD e do Governo em geral. No momento da auditoria em curso do TCU, por exemplo, o PEE SISFRON já se encontra em plena execução. No caso da GC, a definição da estratégia, objetivos e metas é atribuição do CA, e isso se dá previamente à ação da diretoria. O controle também é mais cerrado, posto que o CA tem a responsabilidade de acompanhar mais de perto os resultados em nome dos acionistas, enquanto que o TCU escolhe as ações que vai fiscalizar discricionariamente (também acolhe denúncias da sociedade em geral, diretamente ou por intermédio do Congresso).
2. Na GC, o CA não existe somente para monitorar. Também reduz o conflito de interesses por meio de incentivos financeiros (pagamento de bônus, por exemplo) à diretoria na materialização dos objetivos e no cumprimento de metas, além de ser encarregado de eleger e demitir diretores, enquanto que a GP somente pode aplicar punições e multas aos gestores que contrariarem aspectos de eficácia, eficiência, efetividade e economicidade (e outras irregulares e ilegalidades).
3. A accountability no sistema público é centrada no ordenador de despesas e no agente diretor, compartilhada com demais agentes da administração que compõem o rol dos responsáveis. Essas autoridades têm a obrigação de demonstrar que administrou ou controlou os recursos que lhe foram confiados em conformidade com os termos segundo os quais esses recursos lhe foram entregues. Também há prestação de contas anual.
4. O agente é quem fornece a maioria dos dados ao principal, logo, há uma assimetria de informação. Isso é minimizado pela Lei de Acesso à Informação, que preconiza que o paradigma é a transparência, e a exceção, a classificação da informação, além do SIOP, de portais de transparência e da obrigação do agente de justificar todos seus atos para a sociedade. A exigência da gestão de riscos (ISO 31000:2009) e sua transparência também contribui para disponibilizar informações.
5. Por último, busca-se o alinhamento de interesses por meio da exigência que as organizações definam e comuniquem seus planejamentos estratégicos (mantendo, logicamente, o nível de sigilo exigido por assuntos de Defesa), em particular a missão e a visão, os objetivos organizacionais, indicadores, metas e os projetos. A gestão de riscos e a medição do desempenho operacional vão agregar qualidade à GP e provocar o incremento de uma cultura de transparência e accountability na administração pública.
Concluindo, pode-se dizer que, tecnicamente, não há Governança Corporativa nos órgãos públicos, devido à inexistência de um CA específico para cada organização, mas muitos de seus princípios podem e devem ser aplicados na chamada Governança Pública. Também nesta área, o maior objetivo das organizações continua sendo o de entregar valor ao principal, neste caso, à sociedade. Na ausência de um CA, o maior representante do principal será o TCU, que conduzirá seu trabalho por meio de auditorias. No caso do Exército Brasileiro, que conta com capital intelectual dedicado exclusivamente para o planejamento estratégico, gestão orçamentária e gerência de portfólios e de projetos estratégicos, julga-se que os principais pré-requisitos para a governança existem. Resta às partes interessadas confirmar se, na fase de execução, isso é efetivo. É a intenção dessa Instituição entregar valor à sociedade por meio do cumprimento de sua missão e continuar sua transformação rumo à visão de futuro com economicidade, eficácia, eficiência e efetividade. Para tal, a Auditoria Operacional do TCU no PEE SISFRON, ora em sua fase de planejamento, poderá validar e/ou apontar oportunidades para o aperfeiçoamento da gestão deste e dos demais projetos, além de todo o sistema de planejamento estratégico.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério do Planejamento. “MP Wiki”. Disponível em . Acessado em 03/08/13.
EISENHARDT, K. Agency Theory: An Assessment and Review. Academy of Management Review, 1989, Vol, 14. N 1, Pgs 57 a 74.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. “Código das Melhores Práticas”. Disponível em . Acessado em 06/08/13.
MAGALHÃES, Renata Silva Pugas. “Governança em Organizações Públicas – Desafios para Entender os Fatores Críticos de Sucesso: o Caso do Tribunal de Contas da União”. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2011.
ROSA, Eugênio. “Princípio da Economicidade”, Direito Legal. Disponível em . Acessado em 04/08/13.
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. “Avaliação de Programas de Governo”. Disponível em . Acessado em 04/08/13.

Notas:
(a) O princípio da economicidade vem expressamente previsto no art. 70 da CF/88 e representa, em síntese, a promoção de resultados esperados com o menor custo possível. É a união da qualidade, celeridade e menor custo na prestação do serviço ou no trato com os bens públicos. É, também, a capacidade da contratação em resolver problemas e necessidades reais do contratante.
(b) Relação entre os objetivos e os resultados obtidos por um processo, projeto, sistema ou organização. A eficácia é atingida quando os produtos são alcançados conforme o planejamento.
(c) Relação entre os recursos empregados e os resultados obtidos por um processo, projeto, sistema ou organização. A eficiência é alcançada quando os insumos são manipulados de forma adequada para atingir os produtos.
(d) É o impacto trazido pelo resultado obtido por decisões. Difere da eficácia, pois esta apenas indica se o objetivo planejado foi atingido, enquanto efetividade relaciona-se com os resultados obtidos no emprego do produto ou na prestação do serviço, decorrentes do projeto, sendo traduzida pelo impacto causado pela ação adotada.

sábado, 5 de outubro de 2013

ONTOLOGIA E WEB SEMÂNTICA: O ESPAÇO DA PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

Carlos Henrique Marcondes1 marcon@vm.uff.br
Maria Luiza de Almeida Campos2 marialuizalmeida@gmail.com

RESUMO
Discute o atual projeto Web Semântica, em especial as ontologias, a partir de uma trajetória r retrospectiva que remota à invenção do computador e da sua influência no imaginário da sociedade contemporânea como uma máquina dotada de inteligência. As tendências, limitações e desafios atuais do projeto e dessa visão, segundo diferentes autores, são apresentados e discutidos. São identificadas possíveis áreas de atuação para a Ciência da Informação, em especial para a construção de ontologias, a partir sua trajetória de pesquisa em áreas como organização/modelização de domínios de conhecimento e processamento semântico de informações por computadores.
Palavras-chave: Web semântica: Ontologia; Pesquisa em Ciência da Informação: Modelização de domínios de conhecimento: Processamento semântico de informações.
[...]
Conclusões
Existem vários caminhos para endereçar as questões colocadas aqui para o desenvolvimento de ontologias. Por um lado, se poderia caminhar-se para uma padronização das linguagens para representá-las, como o OWL. Outro caminho seria referenciar ontologias umas às outras, complementando-as, e cada ontologia específica à ontologias chamadas de alto nível, contendo conceitos mais genéricos e consensuais,com é explicitamente a proposta da Suggested Upper Merged Ontology (SUMO), http://www.ontologyportal.org/, ou de propostas como Basic Formal Ontology (BFO), http://www.ifomis.org/bfo, Cyc, http://www.cycfoundation.org/, WordNet - a lexical database for the English language -, http://wordnet.princeton.edu/.
Poder-se-ia ainda fazer todo um trabalho de informação no sentido de sistematizar e montar registros e bibliotecas de ontologias, prevendo sua padronização, a não duplicação de esforços, seu re-uso.
Uma outra linha de intervenção seria trabalhar em metodologias para o desenvolvimento de ontologias, uma área de pesquisa muito significativa, também conhecida como “ontology engeneering” (DEYEDZIC, 2002). Sendo o esqueleto básico de uma ontologia é uma taxonomia, Smith (2001) traça uma linha evolutiva desde simples vocabulários controlados até ontologias formais processáveis por programas, que incluem regras lógicas para restringir o significado de relações e propriedades.
Nesse aspecto a Ciência da Informação tem uma contribuição significativa a dar.
A pesquisa em ontologia hoje recoloca velhos problemas para as práticas de gestão de conhecimentos que vêem sendo utilizadas pela humanidade até hoje. Como adquirir conhecimento, como torná-lo consensual, validá-lo de uma forma consistente, para que ele possa ser re-utilizado? Como representa-lo e registrá-lo de forma a que ele possa ser re-utilizado? Como compatibilizar acervos de conhecimento; como somar suas sinergias? Quais os mecanismos sociais para isso? Novas formas tem sido tentadas, como indica D’Ascenzo (2004) para o processo de sequenciamento genômico. Essas questões, devido a sua abrangência, só podem ser enfrentadas a partir de uma ampla colaboração de saberes, dentro de uma visão interdisciplinar, para a qual a Ciência da Informação sempre esteve atenta.
Para que a Ciência da Informação possa contribuir com todo o seu potencial e experiência para o desenvolvimento da Web Semântica é necessário que a CI faça um movimento de se aproximar destas questões, de modo a compreendê-las mais claramente e qual poderia ser sua contribuição. Porém esta possível cooperação não é dada nem esta pronta. É necessária uma aproximação, engajamento em projetos comuns, claramente de caráter interdisciplinar, testar as metodologias no uso comum para que possam ser aperfeiçoadas e se tornem operacionais.
A Web e, em especial, o projeto Web Semântica, mais do que avanços tecnológicos, se constituem em marcos culturais profundos. Uma das questões mais sérias aí colocadas é a questão do conhecimento, dos novos modos de conhecer, dos novos modos de armazenar, preservar e ascender ao conhecimento. É neste cenário, balizado pelo surgimento do computador, as chamadas ciências da concepção – a tanto a Ciência da Computação quanto a Ciência da Informação, conforme Gómez (2003). A Ciência da Informação vem de uma origem claramente marcada pelo uso do computador para o processamento de informações, vem evoluindo na direção de enxergar os fluxos de informação dentro de contextos sociais mais amplos. Essa parece ser também a trajetória da Ciência da Computação. Como coloca Guarino (1995):
“ontologia e modelagem conceitual necessitam ser estudadas a partir de uma perspective altamente interdisciplinar”*. Essa sempre foi a perspectiva da Ciência da Informação. Assim colocada, essa perspectiva faz antever um feliz encontro das duas disciplinas.
PontodeAcesso, Salvador, v.2, n.1, p. 108-137, jun./jul. 2008.
www.pontodeacesso.ici.ufba.br
p. 131

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Os Bagos Frigentes por Frederico C. W.

Dizem que a Nação é viúva; e nessas horas eu penso que é também desamparada. São
tantos e tamanhos os absurdos diários que aparecem nos veículos de informação, que já
estamos ficando acostumados. Insensíveis. Quiçá, dopados.
Aparentemente o povo acordou num sobressalto e deu um grito de basta! a toda essa
bandalheira, há alguns meses. Ficou pública e notória a insatisfação da maioria dos
brasileiros com a atual situação. Mas o absurdo é tão grande, que conseguiram diluir e
distorcer os protestos a tal ponto, que tudo pareceu uma arruaça inconsequente. Fizeram
parecer que o objetivo era o quebra-quebra. A mídia, normalmente comprada, escondeu por
longo tempo as verdadeiras reivindicações populares e, quando não pode mais contê-las, fez
parecer tratar-se de uma briga por interesses de classes. Os partidos políticos se
locupletaram gananciosamente da súbita publicidade do evento e mostraram suas bandeiras,
como se fossem os arquitetos do movimento.
Tudo passou, como se fosse uma tempestade. As manifestações recentes já não
chamam mais a atenção. Os estádios da FIFA andam lotados e já não causam mais
indignação. Foi tudo como uma constipação. Aí veio uma grande diarreia, levou tudo.
Acabou.
Quem estava indignado, continua indignado. O acomodado, continua acomodado. E
nada mais . . . parece até A Banda, do Chico Buarque.
Recentemente, um sopro de mudança. Estava no ar um sentimento de transformação.
O Poder Judiciário sinalizava ao país que os desmandos e os descalabros estavam
estertorando, em nome de uma nação mais séria, mais madura. A grande súcia do propalado
mensalão seria, finalmente, penalizada por sua arrojada e duradoura trajetória no
descaminho - o que é muito próprio dos que apostam na impunidade. O Brasil estava por
conhecer uma nova fase: a da responsabilidade e da efetividade das leis. Mensaleiros na
cadeia! Quem dera . . .
Duzentos e tantos anos atrás, um Joaquim fez tremer a nação, que se rebelou contra a
aviltante soberania estrangeira. Pagou com a vida. Mas a Terra de Santa Cruz nunca mais foi
a mesma.
Semana passada, outro Joaquim em cena. Este, nos decepcionou. Deixou prevalecer a
impunidade, em detrimento da justiça. Permitiu que uma alcateia disfarçada banqueteasse
sobre os despojos morais da nação, diante de milhões de brasileiros atônitos e
decepcionados. Demonstrou claramente que esse vértice da república também está
contaminado e inerme para fazer vigorar a ordem. Tampouco, o progresso.
Deram o solene nome de Embargos Infringentes a essa omissão histórica,
perpetrando mais um golpe na terra do Cruzeiro do Sul.
Não há razão para pânico. Não adianta. Não há razão para indignação. Não resolve.
Só resta a vergonha de sermos apontados, mais uma vez, como um dos mais corruptos e
hipócritas países do mundo. Nisso somos bons. Insuperáveis.
A verdade é que o cidadão de bem já não tem mais paciência de esperar pelo dia que
isso irá ter um fim. Tudo tem um limite, e se frigir é o mesmo que fritar, podemos dizer que
nossos bagos estão frigentes de tanto esperar.
Delenda est Carthago!
Frederico, o indignado

sábado, 31 de agosto de 2013

Viagem do Leo à Bolívia e Peru

http://www.youtube.com/watch?v=_Sz0sNQXxt8

domingo, 4 de agosto de 2013

Projeto para fronteira: Manda Byte não emplacou Startup Brasil

veja em http://www.bookess.com/read/17267-manda-byte-um-projeto-startup-brasil-descartado/

quinta-feira, 25 de julho de 2013

The Army Day - What is it? (treinando inglês)

Once a year, since 1992, military people of all Army Units have been aligned at a parade to celebrate April 19, the first time Brazilian people had tried to banish from the Northeast of country the Dutchman invaders. It was the year 1648 and the West Indian Company had paid much money to Mr Mauricio de Nassau to trade the sugar supply to Europe.
The "cycle of sugarcane" had started in Brasil Colonial (settlement) and Portugal and Spain had unified their crown which turned Netherlands a potential enemy. Than, the headquarter's staff has considered the Guararapes Battle the birth of Brazilian Army the most important event to the celebration. Medals were distributed to the partners and sponsors who aided the Army to accomplish its goals.
The party has been composed by parades, friendly lunches and dance dinners too. There is same speech and they raise their glasses to themselves when they proposed to Army's members health and long life.
Finally, you would be welcome to all unit quarters on this meeting date, to joint the activities of the project: Soldier for a day. Come on! (Alairto by Army Press)

domingo, 14 de julho de 2013

Successful man (da série treinando inglês)

We have been listening that the success is the victory of the war, is winning the games, is getting married to the most beautiful girl of the school or dealing good contracts of multinational companies.
That's true, in the eyes of materialistic people. From my point of view, success is feeling inside. It is professional achievement with simple projects and rounded process. Success is for a man to maintain long lasting marital relationship with one wife and see his children grow up well and be respectful of social rules.
You have enough to meet the needs of the family and share with brothers, neither forgetting about God, nor stealing. The saying goes, each head a sentence, so every one knows one's own life and how to enjoy it for good.
I was happy and didn't know...we hear sometimes. Being grateful and recognizing the value of others around us have been the secret of the success for me. Finally, I wish you would be happy longer! (by Alairto on a soft mood)

domingo, 30 de junho de 2013

Citizenship in the world today - Callai treinando inglês

The science and technology of our day have been improving the high level of consumption, that has continued the development and increased the use of resources.
Acceptance in the community is one of them, which would teach young people how to become new leaders and qualified workers.
Moreover, improving good educational institutions is necessary to assume that the first hypothesis has been answered, furthermore adequate working conditions will be meet if the people live joyfully.
I agree whit the political scientists when they say these truths, but, on the other hand, disagree with the motivation, which is consumption. Accepting that resources are finite and manpower needs to be specialized is the secret to the rulers.
If not, the people hit the streets, like we have seen in Brazil, nowadays.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

24 HOURS - SEASON 5 - Episode 01 - Jack Bauer's Death (treinando inglês)

Jack Bauer is the hero of the 24 hours series and he knew that Chinese spy, who was sent to take him into custody, had orders to kill him.
His friends, including Chloe and their boss, succeeded injecting epinephrine in his heart and Jack was still alive, although a Chinese agent had seen him dead. Jack was going to stowaway forever, when the President of the USA called him to a farewell.
Jack said to the President that he had save his life. The President, with his sad face, answered he was only sorry that it had come to that. Jack shared he just had wanted to let him know that he was out. The President emphasized that Jack did understand when he hung up, for all intents and purposes, Jack Bauer was dead.
Jack replied, in an emotional mood, that he understood, and facing the camera, declared "Mr President, it's been an honor", or in other words, that it had been an honor, he's fought for his Country.
This took place between 7:00 AM and 8:00 AM.
After this episode Jack Bauer has changed his identity and turned into a clandestine man. (by 20th Century Fox)
Alairto Callai

quinta-feira, 20 de junho de 2013

RESPEITEM A HISTÓRIA! por Percival Puggina

Durante a maior parte do século 20 as organizações comunistas sequer cogitavam tomar o poder por outro modo que não a luta armada. A dúvida era sobre onde começá-la. No campo ou na cidade? Marx, com aquela segurança de quem julga conhecer tanto o futuro que o descreve como "déjà vu", previra o protagonismo do operariado. Os fatos, também nisso, o desmentiram. Era no campo que as coisas aconteciam numa época em que aqueles movimentos não apostavam no carteado do jogo democrático. Aliás, abominavam-no. A ditadura do proletariado exigia virar a mesa e sair no braço. Por isso, desde os anos 20, planejavam e ensaiavam levantes armados. A sirene de alarme disparou mais intensamente, no Brasil, nos anos 60, quando Fidel passou a exportar revolução. Desde então, a Guerra Fria ferveu em todos os países da região. Respirava-se revolução. Março de 1964 teve tudo a ver com isso.

Na Europa e nos Estados Unidos, a Guerra Fria se travava entre dois lados. EUA versus URSS. Pacto de Varsóvia versus OTAN. Na América Latina era pior. Era ebulição interna, fervente, no âmbito de cada país. Dê uma pesquisada na rede, leitor, e encontrará o que vários historiadores comunistas escreveram sobre aquele ânimo revolucionário. Afirmar que a esquerda foi às armas como reação à repressão inverte as relações de causa e efeito.

Os crimes cometidos pelas partes - violência, tortura, "justiçamentos", terrorismo, sequestros, abusos de poder e o empenho em preservá-lo por duas décadas, constrangem e revoltam. É história triste. Passado que não se pode mudar. Cabe aos pesquisadores, historiadores, jornalistas, com irrestrito acesso aos documentos, escrever essa história conforme cada um a sentir, compreender e interpretar. Mas é certo: tivessem os comunistas vencido, as 356 mortes de militantes e as 120 por eles causadas seriam multiplicadas por milhares.

A ideia de instituir uma Comissão da Verdade para "efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional" é disparate. Primeiro: porque a verdade não é coisa que se prometa entregar pronta e encadernada. É algo que se busca. A garantia de encontrar, portanto, é charlatanice. Segundo: porque conceder a uma só pessoa, a presidente Dilma, o poder de escolher, a ponta de dedo e caneta, seus sete auditores da História, empregando-os a soldo na Casa Civil, é - isto sim! - medo da verdade. Terceiro: porque aceitar tão unilateral encargo, assumindo-se como caminho, verdade e vida para os anais da História vale por confissão de falta de princípios. É emprestar o nome para uma farsa, em troca de dois vinténs de fama e contracheque. Quarto: por fim, o que menos interessa à Comissão é reconciliação. Reconciliação quem fez foi a festejada Anistia. Ampla, geral e irrestrita.

Nossos governantes não incluem a verdade na lista de seus amores. A evidência dispensa prova. Preferem encomendar versões. Nada sabem sequer do que fazem. Ignoram a verdade sobre o tempo presente e tratam de transfigurá-la no próprio passado. Com História não se brinca! Menos ainda se põe sob o braço e se sai andando com ela por aí, como se fosse coisa da gente. Não é. É História. Ponto. A nenhum partido político, a nenhum comissariado ou comissão é dado oficializá-la ao gosto ou usá-la como serventia. Ela não se presta, saibam, para transformar bandidos em heróis nem doutrinas totalitárias em faróis da democracia e do humanismo.

ZERO HORA, 16 de junho de 2013

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Verdade e Perdão por DENIS LERRER ROSENFIELD *



03 de junho de 2013 | 2h 04


A criação da Comissão Nacional da Verdade (CNV), para apurar os crimes cometidos durante o regime militar, tinha como objetivo fazer a reconstituição dos fatos para que servisse de memória às próximas gerações. Um país cresce não apenas em razão de seus acertos, mas com o reconhecimento de seus erros. Verdade significa uma reconstituição isenta e imparcial, que possa servir ao aprendizado que um país deve empreender de sua própria História. Qualquer parcialidade pode significar perda de isenção, que repercute sobre os próprios fatos que se procura reconstituir. A credibilidade está aqui em jogo.

No início de seus trabalhos, contudo, a CNV fez uma opção de cunho nitidamente ideológico, sinalizando uma reconstituição parcial dos fatos, como se uma história dessa maneira recortada ainda pudesse ser chamada de História. Optou por investigar os crimes, certamente atrozes, produzidos nos porões da ditadura militar, com assassinatos e prática de tortura. Teria dado credibilidade a si mesma e fornecido, ademais, um exemplo à Nação se tivesse conferido a mesma atenção à violência cometida pelos militantes da luta armada que tencionavam estabelecer no País uma ditadura comunista/socialista.

A comissão faz muito bem em trazer a público, por exemplo, a tortura sofrida por mulheres, em relatos impressionantes e comovedores. Casos desse tipo não podem - ou não deveriam - ser jamais repetidos. A Nação tem muito a aprender moralmente com esse tipo de comportamento abjeto, objeto da mais alta condenação. Os abusos sexuais que elas sofreram são intoleráveis. Não há nada aí que possa ser justificado.

Mas faz muito mal a comissão em esconder do público os assassinatos, alguns com requintes de tortura, e os justiçamentos cometidos pelos partidários da violência revolucionária. No que se refere a esses casos, haveria muito a ser feito do ponto de vista da reconstituição histórica. Foram vítimas, até hoje sem voz, de "tribunais revolucionários". Homens e mulheres perderam a vida pela mão dos que queriam fazer do Brasil uma nova Cuba ou uma nova China.

Focar um fato e ocultar outro não é atitude digna de pessoas que deveriam ter, antes de tudo, espírito público e imparcial. Não deveria ser o trabalho de militantes que procuram somente fazer passar um espírito de cunho ideológico. Os ditos opositores armados ao regime militar eram liberticidas, em muito diferentes dos opositores democratas que, na época, estavam agregados e unidos no então MDB. Não faz o menor sentido apresentá-los como defensores da democracia e da liberdade.

Além desse viés claramente ideológico, a CNV pouco tem avançado no descobrimento de novos fatos, procurando desviar o foco para o questionamento da Lei da Anistia. Sua incompetência histórica se está traduzindo por posições militantes. Parece haver na comissão uma maioria barulhenta que tem como objetivo capturar a atenção de formadores de opinião.

A Lei da Anistia foi, na época, fruto de um amplo esforço de pacificação nacional, envolvendo os partidários do regime e a oposição, com a participação de entidades importantes da sociedade civil, como a OAB. Militares insatisfeitos com o regime, opositores democratas que procuravam estabelecer o Estado sobre novas bases e mesmo membros do partido no poder se uniram tendo como objetivo fazer a sociedade brasileira seguir um novo caminho.

Foi um grande esforço de reconciliação nacional, numa transição pacífica que permitiu ao Brasil recomeçar sem nenhum tipo de revanchismo. Um peremptório "não" foi dito a todas as formas de violência, de modo que o País pudesse vislumbrar o futuro sem retroceder aos problemas do passado.

No momento em que a anistia teve lugar, os dois lados, por assim dizer, foram igualmente perdoados. As atrocidades foram, é certo, graves, e precisamente por isso é que uma anistia foi necessária. Se fossem agressões menores, talvez um ato desse tipo nem tivesse ocorrido. O perdão existe na vida de cada um e no espaço propriamente político para que um recomeço seja possível. E o País recomeçou sem precisar ter o seu andar preso ao passado.

O mais curioso é que alguns membros da Comissão da Verdade costumam oferecer o exemplo de outros países latino-americanos com o intuito de mostrar que fizeram o que nosso país deveria ter feito, ou seja, abolir a Lei da Anistia. Basta ver o resultado de países como a Argentina, em marcha acelerada para o abismo, debatendo-se sempre com um passado não resolvido. Vive no presente as agruras do passado sem poder vislumbrar o futuro.

Ainda recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) revalidou a Lei da Anistia, decidindo por sua plena legalidade, numa posição que se caracterizou por sua clareza e por seu espírito republicano. Diante dos defensores do retrocesso, deixou manifesto que nenhuma volta atrás seria tolerada.

Surpreendentemente, no entanto, alguns membros da Comissão da Verdade teimam em ignorar a decisão do Supremo, clamando por sua revisão, como se o País devesse voltar a um passado de contenciosos intermináveis. Uma nação presa a um passado irreconciliado não tem condições de prosperar. O que esses membros militantes da CNV estão procurando fazer é criar condições perante a opinião pública para que o STF se sinta pressionado e volte atrás. De fato, estão em pleno processo de proselitismo político, extrapolando as finalidades mesmas de criação dessa comissão.

Não apenas estão sendo parciais na reconstituição histórica, como também procuram produzir na sociedade brasileira uma fratura que a poria em luta consigo mesma. Se o perdão interveio, foi para que o País se pudesse reconciliar. A verdade histórica pode ser um instrumento dessa reconciliação, por mais dolorosos que sejam os fatos apresentados. E não pode ser substituída por um retrocesso institucional.

* DENIS LERRER ROSENFIELD É PROFESSOR DE FILOSOFIA NA UFRGS

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Modelo de Negócios por ALAIRTO

Veja Business Model Canvas: Manda Byte (da Fronteira) http://canvanizer.com/canvas/JEFgBS_UPEk … via @canvanizer Bacana esse organizador de modelo de negócios. Mais um projeto pronto, com a qualidade CCA.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

RELATÓRIO DA ANÁLISE DOS CURRICULOS DA ESCOLA NAVAL (EN), ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS (AMAN) E ACADEMIA DA FORÇA AÉREA (AFA) por Lúcio Wandeck

1. Quanto ao Alinhamento/integração da estrutura curricular com o projeto pedagógico / perfil do concludente desejado



Os currículos atendem às finalidades da EN, da AMAN e da AFA e orientam adequadamente a formação dos Oficiais da Marinha para os Corpos da Armada, de Fuzileiros Navais e de Intendentes, os de carreira da linha bélica do Exército Brasileiro e os de carreira dos Quadros de Aviadores, Intendentes e de Infantaria da Aeronáutica.

O currículo da EN atende à formação do Oficial da Marinha, habilitando-o em Eletrônica, Mecânica, Sistema de Armas e Administração (somente os Intendentes), com o propósito de capacitá-los para o pleno exercício de atividades operativas e funções técnico-administrativas, seja a bordo, em terra ou em unidades de tropa, inerentes aos primeiros postos da carreira naval (2º Tenente e 1º Tenente). Nos 1º e 2º anos, todos os Aspirantes estudam um núcleo comum de disciplinas. Ao término do 2º ano, optam pelo Corpo e habilitação. A partir do 3º ano, os currículos se diferenciam, atendendo, especificamente, às necessidades de formação desses Corpos e habilitações. Cabe ressaltar que os cursos da EN tem a duração de cinco anos, sendo quatro no Ciclo Escolar descrito anteriormente e um no Ciclo Pós-Escolar, já como Guarda-Marinha, incluindo a viagem de instrução no Navio Escola Brasil.

Até 2011, o currículo da AMAN encontrava-se organizado a partir de uma base comum desenvolvida nos dois primeiros anos da Academia e uma parte específica, nos dois últimos, conduzida por sete cursos diferentes organizados de acordo com o perfil de carreira desejado com base nas Armas, Quadro e Serviço que compõem a linha bélica (Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia, Comunicações, Material Bélico e Intendência).

A partir de 2012, em caráter experimental, a duração do curso passou a ser de cinco anos, com uma nova sistemática de formação na qual o ensino de um ano da Escola Preparatória de Cadetes do Exército adotou um currículo de Ensino Superior que prosseguirá na AMAN por mais quatro anos. Desse modo, considera-se que a carga horária total foi acrescida de forma a atender em melhores condições o Projeto Pedagógico da Academia, abrindo espaço para a realização de cursos de especialização para os Cadetes do 4º ano nas áreas de paraquedismo, montanhismo e operações de selva e outros cursos/estágios, bem como para o aumento dos períodos de estágio na tropa.

Com a inclusão da EsPCEx no processo de formação do Oficial, o curso manterá os dois primeiros anos comuns (EsPCEx e 1º ano da AMAN) e passará a ter três anos já com a especificidade dos sete diferentes cursos citados anteriormente. Ao final desses cursos, o concludente estará habilitado a exercer as funções inerentes aos Postos de 2º Tenente, 1º Tenente e Capitão não aperfeiçoado das diversas Armas, Quadro e Serviço.

O currículo da AFA encontra-se organizado com base no formato de um “Currículo Mínimo Comum” que permite a formação dos Oficiais de carreira dos Quadros de Aviadores, Intendentes e de Infantaria da Aeronáutica, capacitando-os para o desempenho das atividades funcionais próprias dos primeiros postos da carreira (2º Tenente, 1º Tenente e Capitão não aperfeiçoado). Cada currículo mínimo traduz o perfil intelectual, técnico-especializado e de desempenho do oficial de carreira da Força Aérea, sendo complementado de acordo com as especificidades do seu curso de formação, organizado em Planos de Unidades Didáticas que definem objetivos operacionalizados para o conteúdo de cada Disciplina. Os três cursos são realizados em quatro anos, incluindo um Curso de Administração como parte integrante de cada um.

Assim, a titulação em Administração somente é conferida ao cadete que conclui com aproveitamento os cursos de formação de Aviadores, de Intendência ou de Infantaria.

Nos currículos das três Escolas de Formação de Oficiais, observa-se que os Objetivos Gerais estão coerentes com o perfil desejado do concludente, adotando-se o regime de internato, o qual propicia aos cursantes experiências que vão além das Disciplinas formais aplicadas em sala de aula, uma vez que seu cotidiano é rico em práticas que fundamentam e consolidam os conhecimentos. Nesse caso, os objetivos buscam capacitar o futuro oficial habilitando-o a exercer as funções inerentes aos Postos de 2º Tenente, de 1º Tenente e o de Capitão (Exército e Aeronáutica) / Capitão-Tenente (Marinha) não aperfeiçoado dos diversos Corpos, Armas, Quadro e Serviços. Nesse processo, simultaneamente, tem início a formação do chefe e do líder militar.

Nesses currículos, as competências técnico-profissionais relacionadas ao desempenho funcional orientam a formulação dos objetivos das disciplinas propriamente militares, enquanto que a formação do ser humano orienta a formulação das disciplinas acadêmicas. Juntas, estas disciplinas constituem um conjunto único e harmônico denominado de “Ciências Navais” (Escola Naval), “Ciências Militares” (AMAN), “Ciências Aeronáuticas”, “Ciências da Logística” e “Ciências Militares” (AFA).

Em síntese, os currículos trabalham, simultaneamente, o “saber conhecer”, o “saber fazer”, o “saber ser” e o “saber conviver”, focando sempre a pessoa no seu sentido mais amplo.

Assim, o concludente da EN, da AMAN e da AFA será titulado Bacharel nas diversas áreas das Ciências citadas acima, de acordo com o curso realizado, estando apto ao exercício da profissão militar como Oficial da Marinha, Oficial Combatente do Exército ou Oficial da Forças Aérea.



A organização curricular visando atender a formação do militar na área afetiva


O desenvolvimento dos atributos da área afetiva faz parte do cotidiano dos Aspirantes (EN) e Cadetes (AMAN e AFA), sendo intensamente trabalhado sob a forma de várias práticas e atividades acadêmicas.

A Escola Naval, tradicionalmente, propaga e estuda a “Rosa das Virtudes”, destacando, entre outros atributos, a Disciplina, o Patriotismo, a Lealdade, a Iniciativa, a Cooperação, o Espírito de Sacrifício, o Zelo, a Coragem, a Ordem, a Fidelidade, a Tenacidade, a Decisão, a Abnegação e o Espírito Militar. Além da aplicação prática desses atributos, os mesmos são enfatizados nas Disciplinas “História do Pensamento Humano”, “Expressão Oral e Psicologia para a Liderança”, “Liderança” e “História Naval”, nas quais são relacionados aos comportamentos e atitudes dos grandes líderes navais do passado.

O currículo atual da AMAN considera o desenvolvimento de atributos da área afetiva, de acordo com os conceitos da Portaria nº 12, de 12 de maio de 1998, do então Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP). Em geral, as ações educativas diretas e indiretas que envolvem o processo de formação do oficial, desenvolvidas nos ambientes de sala de aula por meio da Disciplina “Liderança”, exercícios no terreno ou em outras situações do cotidiano da vida acadêmica buscam desenvolver, aprimorar e internalizar os seguintes atributos: adaptabilidade, apresentação, autoconfiança, camaradagem, civilidade, coerência, combatividade, comunicabilidade, cooperação, criatividade, decisão, dedicação, direção, discrição, disciplina, equilíbrio emocional, flexibilidade, imparcialidade, iniciativa, liderança, objetividade, organização, persuasão, persistência, previsão, responsabilidade, resistência, sensibilidade, sociabilidade, tato e zelo. De acordo com o emprego de cada Arma, Quadro ou Serviço são destacados alguns desses atributos considerados peculiares a cada curso de formação.

O currículo da AFA atende ao estabelecido na Lei nº 12.464, de 5 de agosto de 2011 (Lei de Ensino da Aeronáutica) buscando enfatizar a observância aos valores, virtudes e deveres militares e o constante aperfeiçoamento dos padrões éticos, morais, culturais e de eficiência. Nesse contexto, a temática é desenvolvida por meio de um programa de valores integrado ao programa de liderança, com os objetivos de: desenvolver um espírito nobre, iluminar o pensamento para dar sentido à sua conduta com base na disciplina consciente, criar hábitos responsáveis e espírito de corpo na tropa. Tradicionalmente, o Comando do Corpo de Cadetes trabalha o desenvolvimento de atributos de ordem comportamental e moral por meio do culto ao “Código de Honra do Cadete da Aeronáutica”, com ênfase na Coragem, na Lealdade, na Honra, no Sentimento do Dever e no Amor à Pátria.



O ensino da temática dos Direitos Humanos


A EN e a AMAN abordam o tema “Direitos Humanos” de forma transversal e interdisciplinar.

Na Escola Naval, o tema encontra-se inserido nas Disciplinas “Direito”, “Legislação Militar Naval”, “Expressão Oral e Psicologia para Liderança”, “História Naval”, “Administração”, “Liderança”, “Vivências Educacionais”, “Operações de Fuzileiros Navais” e “Relações Políticas do Mundo Contemporâneo” perfazendo uma carga horária de 100 horas-aula.

Na AMAN, a temática é abordada em 160 horas-aula, distribuída nas seguintes Disciplinas: “Organização, Preparo e Emprego da Força Terrestre”, “Filosofia”, “Introdução ao Estudo do Direito”, “Introdução ao Estudo do Direito Privado e Público”, “Ética Profissional Militar”, “Direito Administrativo” e “Relações Internacionais”.

Na AFA, os Direitos Humanos são tratados, centralizadamente, em 40 horas da Disciplina “Sociologia Geral e Aplicada”.

Os três currículos buscam atender ao requisito do perfil profissiográfico dos concludentes dos Cursos de Formação de Oficiais de forma a permitir que o mesmo conheça e compreenda os preceitos do ordenamento jurídico vigente que se aplicam às soluções de situações que envolvam os direitos e deveres individuais, coletivos, sociais, políticos e internacionais relacionando-os ao emprego das Forças Armadas, observando-se os valores que compõem a “Ética Profissional Militar”.

Atualmente, as três escolas encontram-se realizando revisão curricular no sentido de atender as diretrizes emitidas pelo Ministério da Defesa, em dezembro de 2011, referentes a implementação de um conteúdo mínimo comum sobre os Direitos Humanos e o Direito dos Conflitos Armados.



O desenvolvimento da Liderança Militar


A EN, a AMAN e a AFA conduzem programas e projetos de “Liderança”, integrados aos objetivos da área afetiva e às disciplinas do ensino técnico-profissional e acadêmico, contribuindo para o desenvolvimento psicológico do juízo moral e da crítica reflexiva dos valores da profissão militar.

Esses programas e projetos são estruturados por meio de aulas teóricas, e também por discussões em grupo, estudos de caso, dinâmica de grupo (role-playing) e discussões sobre exemplos e modelos baseados na História Militar e em fatos relacionados às missões atuais de Paz e de Garantia da Lei e da Ordem.

Todos os oficiais que servem na Escola Naval e nas Academias são preparados e orientados a atuar como educadores e bons exemplos para o Aspirante/Cadete, reforçando o papel e a importância da Liderança em todas as situações do cotidiano da vida militar.

Os professores e instrutores utilizam-se da instrução militar e da instrução técnica-especializada para simular situações de combate que oferecem significativas oportunidades para que os Aspirantes/Cadetes desenvolvam os atributos inerentes à liderança militar.

Nesse contexto, destacam-se ações relacionadas ao desenvolvimento da capacidade de comando, do caráter militar e dos atributos da área afetiva.

Sempre que possível, os instrutores buscam conhecer as virtudes, deficiências e problemas apresentados pelos Aspirantes/Cadetes a eles subordinados, contribuindo para uma melhor orientação individualizada e destinada a cada Aspirante/Cadete, segundo as suas características pessoais.

Em geral, a Escola Naval e as Academias estudam os Fundamentos e Princípios da Liderança Militar e dos Fatores que criam e sustentam a credibilidade do Líder, conduzindo a temática de forma prática e contextualizada com as várias Disciplinas do currículo e com a vida acadêmica em geral.



O estudo do Brasil, seus aspectos políticos, econômicos e sociais, relacionados com seus problemas e possíveis soluções.


De modo geral a Escola Naval e as Academias tratam de temas relacionados aos aspectos políticos, econômicos e sociais do Brasil de forma transversal e interdisciplinar.

Na EN, é estudada a posição do Brasil no mundo globalizado, a inserção do país no mundo atual, problemas econômicos e a estrutura do Estado brasileiro nas Disciplinas “Relações Políticas do Mundo Contemporâneo”, “Formação Econômica Brasileira”, “Gestão Pública” e “Princípios de Economia”.

Na AMAN, a Disciplina “Geografia” agrega ao currículo a apresentação e a análise dos fatores políticos, econômicos, psicossociais e fisiográficos das expressões do Poder Nacional. Por meio de um estudo contextualizado com a conjuntura nacional e internacional, acompanha o processo de globalização e a constante evolução dos acontecimentos nacionais e mundiais.

A metodologia empregada utiliza-se do “Levantamento Geográfico de Área (LGA)”, o qual permite a identificação dos problemas nacionais e as suas possíveis soluções. Auxilia ainda na construção de cenários necessários para a tomada de decisões, bem como introduz o cadete no método cartesiano.

Na AFA, a temática é desenvolvida nas Disciplinas “Sociologia da Sociedade Brasileira”, “Economia Brasileira” e “Direito”, oferecendo ao cadete uma visão ampla do país, de seus problemas e possíveis soluções. A integração dessas três Disciplinas permite a compreensão dos aspectos sociais, econômicos e políticos atuais do Brasil a partir de sua inserção no mundo globalizado.

Constata-se, nos três currículos, a realização de um estudo abrangente e diferenciado do Brasil, de cunho analítico, que permite a formação de um Oficial consciente da realidade nacional e do papel do país no mundo atual.



A estrutura do Currículo quanto ao Ensino Universitário/Acadêmico e quanto ao Ensino Profissional


É importante destacar que a estrutura dos currículos da EN, da AMAN e da AFA atende às exigências e necessidades de um curso superior em “Ciências Navais”, em “Ciências Militares”, “Ciências da Logística” e em “Ciências Aeronáuticas”, respectivamente, compostos por um conjunto de disciplinas de cunho essencialmente acadêmico/universitário, também ministrado em Instituições de Ensino Superior civis, e outro de cunho tipicamente militar.

A citada distinção é de caráter meramente didático, com a finalidade de facilitar o entendimento da configuração de um curso de Bacharelado em “Ciências Navais”, “Ciências Militares” e “Ciências Aeronáuticas”, reconhecido pelo MEC e incluído no Catálogo Nacional de Cursos Superiores do Ministério da Educação, no ano de 2010. Tal como em cursos de bacharelado de outras áreas, são observadas disciplinas que oferecem uma formação acadêmica ampla e universal, integradas a outras relacionadas às diversas competências profissionais que os cursos visam desenvolver, capacitando o concludente ao exercício de determinada profissão.

Observa-se, também, a existência de atividades pedagógicas de “complementação do ensino”.

A proporção de distribuição desses conjuntos de disciplinas é coerente com os objetivos dos cursos e o perfil desejado dos concludentes, destacando-se a predominância das disciplinas relacionadas à formação e ao desenvolvimento das competências necessárias ao exercício da profissão militar, tal como se espera de cursos destinados à capacitação de recursos humanos para a carreira de oficial das Forças Armadas.

A análise da distribuição das disciplinas por áreas de conhecimento utilizadas pela CAPES está de acordo com as expectativas em relação aos objetivos e perfil profissiográfico dos cursos.

Essa análise demonstra o equilíbrio na distribuição da carga horária destinada às Disciplinas essencialmente acadêmicas, de acordo com o critério adotado. Esse equilíbrio retrata a complexidade da formação do profissional militar da linha bélica, o qual deve possuir raciocínio lógico integrado aos valores sociais e humanísticos próprios do exercício de uma atividade profissional em permanente contato com equipamentos e armamentos de elevado conteúdo tecnológico, bem como com pessoas, sejam superiores hierárquicos, pares ou subordinados, forças adversas, outras agências governamentais, militares de Forças Armadas amigas, organismos internacionais e a população civil em geral. Destaca-se a valorização das Disciplinas relacionadas à área da Linguística, em especial o estudo dos idiomas Português, Inglês e Espanhol, essenciais para o desenvolvimento do atributo Comunicabilidade e da Liderança, considerando-se um ambiente cada vez mais globalizado de emprego das Forças Armadas não só no território nacional, mas em Operações de Paz em outros países, atuando em conjunto com militares de outras nações.

Cabe destacar que não existem no Brasil cursos com as mesmas finalidades e objetivos dos conduzidos pela EN, AMAN e AFA não havendo, portanto, parâmetros para a comparação da grade curricular.

Por outro lado, uma vez que os currículos encontram-se alinhados com o perfil profissiográfico desejado dos concludentes e que este currículo é alimentado, anualmente, por avaliações realizadas a partir do exercício da profissão militar e do desempenho funcional dos Guarda-Marinhas, Aspirantes-a-Oficial, Tenentes e Capitães sem aperfeiçoamento, pode-se concluir que esta grade atende aos objetivos gerais dos cursos e ao Projeto Pedagógico das Escolas.



Metodologias e Técnicas de Ensino


O processo de ensino-aprendizagem é desenvolvido nas três escolas por meio de técnicas de ensino e atividades discriminadas nos sumários/planos de cada disciplina. Em geral, buscam estimular o raciocínio, a participação do discente nas atividades propostas, incentivar a pesquisa individual ou em grupo, integrar conhecimentos afins e aplicar os conhecimentos adquiridos.

Esse conjunto de metodologias e de técnicas de ensino oportuniza a análise, a síntese e a avaliação de dados, atende às diferenças individuais existentes no grupo, desenvolve a capacidade de expressão e cria mecanismos de acompanhamento e incentivo para que o Aspirante/Cadete atinja os resultados desejados.

Considerando os objetivos dos cursos e o perfil profissiográfico desejado, são priorizadas técnicas que possibilitem a aplicação prática dos conhecimentos teóricos, a vivência da realidade e a experiência da atividade militar naval, terrestre e aérea.

Assim, são empregadas: a aula expositiva, a aula prática, a demonstração prática, a dinâmica de grupo, o estudo de caso, os exercícios individuais, os exercícios militares, o trabalho de estado-maior, a discussão dirigida e os trabalhos/projetos em grupo.

Aliadas a essas técnicas, destacam-se outras experiências que contribuem para a formação dos Aspirantes/Cadetes, tais como: visitas a navios e a organizações militares operacionais, palestras de especialistas em determinados temas, estágios supervisionados e embarques.

Finalmente, a utilização de recursos de informática (jogos de computador, enciclopédias virtuais e ambientes de aprendizagem virtual), laboratórios e de simuladores contribuem diretamente para a vivência de experiências práticas, com destaque para os laboratórios de Física, Química, Eletrônica Digital, Radar, Automação e Controle, Eletromecânica e Línguas Estrangeiras; e para os simuladores de tiro de armas portáteis, de armas de artilharia de campanha, simuladores de voo, de navegação dos avisos de instrução, dos sistemas de simulação tática e de treinamento naval, de navegação e de guerra eletrônica.

A participação voluntária dos Aspirantes/Cadetes em diversos clubes/grêmios de atividades correlacionadas ao currículo permite o desenvolvimento de técnicas e a aquisição de conhecimentos complementares aos desenvolvidos nas práticas e técnicas pedagógicas citadas acima, destacando-se, dentre outros, os trabalhos dos grêmios/clubes de vela (EN), montanhismo e orientação (AMAN) e de voo à vela (AFA).



Avaliação da Aprendizagem


O processo de avaliação da aprendizagem e do desempenho do Aspirante/Cadete é estruturado para avaliar de modo continuo e integral os domínios psicomotor, afetivo e cognitivo, por meio da aplicação de avaliações práticas, teóricas ou mistas.

As áreas cognitivas e psicomotoras são avaliadas por provas formais, enquanto que a área afetiva é avaliada por intermédio da conceituação realizada pelos oficiais diretamente ligados aos Aspirantes/Cadetes e pelos companheiros do mesmo Ano (exceto na EN), no âmbito de cada curso.

Ainda por meio de avaliações diagnósticas, formativas e somativas pode-se individualizar o ensino de acordo com as possibilidades e necessidades de cada discente, acompanhar o processo ensino-aprendizagem e buscar um resultado final que permita a consecução dos objetivos do curso.



Avaliação do Ensino


A avaliação do ensino envolve o trabalho dos docentes e das atividades acadêmicas desenvolvidas.

A avaliação do Corpo Docente inicia-se no próprio processo de seleção para professor/instrutor da EN, AMAN e AFA.

Os candidatos a professor são submetidos a normas que consideram os resultados de provas de conhecimento específico, de títulos e prática de docência.

Os candidatos a instrutor são selecionados a partir de um universo que somente considera os oficiais com elevados níveis de desempenho intelectual e profissional.

Em geral, o sistema mantém uma constante integração entre os professores/instrutores com maior vivência acadêmica e os recém-nomeados, favorecendo a transmissão de exemplos aos mais novos e a constante orientação de como proceder nas atividades de ensino e de instrução militar.

O Comando das escolas, diretamente e por meio da cadeia de comando, mantém constante supervisão das atividades acadêmicas e do desempenho dos professores/instrutores, intervindo e contribuindo para o constante aperfeiçoamento do processo de ensino-aprendizagem.

A troca de vivências educacionais e as orientações quanto aos procedimentos técnico-pedagógicos são coordenadas pelos pedagogos que avaliam o conteúdo das aulas, a comunicação, o relacionamento interpessoal, as estratégias de ensino e os recursos institucionais empregados pelos docentes.

São realizados estágios de atualização pedagógica, programas de atividades de orientação pedagógica de docentes ou atividades similares que promovem a reciclagem didático-pedagógica dos docentes, de modo a orientá-los para o emprego de procedimentos relativos ao planejamento, condução e avaliação do processo ensino-aprendizagem da EN, AMAN e AFA.

Simultaneamente, são planejados e conduzidos programas de capacitação continuada dos docentes, envolvendo cursos de pós-graduação “stricto sensu” e MBA, por meio de convênios com outras instituições de ensino do Brasil e do exterior.



Avaliação e Validação do currículo


A EN, a AMAN e a AFA possuem processos contínuos de avaliação e de validação dos seus currículos, baseados na coleta sistemática de dados que oferece as informações necessárias para que se verifique o rendimento da aprendizagem, a relação entre os recursos utilizados e os objetivos alcançados pelos discentes (buscando identificar o nível de eficiência alcançado).

Esses processos se desenvolvem durante todo o ciclo educacional e as constatações obtidas podem indicar a necessidade de atualização ou de revisão curricular.

Por outro lado, a avaliação é integrada aos processos de validação curricular que buscam determinar o nível de eficácia do currículo, observando se os resultados apresentados correspondem às expectativas estabelecidas pelo perfil profissiográfico desejado ao final do curso.

Ao final, a consolidação destes trabalhos oferece subsídios para que o Diretor de Ensino possa validar o currículo ou determinar alterações julgadas oportunas para o seu aperfeiçoamento.



Considerações Finais



O currículo da EN, da AMAN e da AFA é o documento básico que define os cursos e que regula o ensino ministrado nessas escolas.

O Currículo contém as diretrizes que norteiam os cursos e estabelece a estrutura necessária ao seu pleno funcionamento/desenvolvimento, bem como todas as atividades de ensino que serão realizadas e os recursos pedagógicos necessários à sua execução.

Pode-se concluir que, nas três escolas, o currículo encontra-se perfeitamente alinhado com o Projeto Pedagógico e o Perfil do concludente buscado ao final dos cursos, sendo oferecidas as condições para o seu aperfeiçoamento continuo e a permanente busca de melhores condições que favoreçam o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem, decorrentes de oportunidades de melhoria identificadas nos processos de avaliação e de validação.

Brasília, 29 de maio de 2012.”



NOTAS DO AUTOR DO PEDIDO DE INFORMAÇÕES

1) – Dentro do prazo estabelecido na Lei, fui, como era de se esperar, satisfatoriamente atendido pelo Ministério da Defesa.

2) - Copiei neste e-mail os documentos acima, porém me permiti editar a fonte. Optei pela arial, sem-serifa, tamanho 12, por entender que facilita a leitura.

Lúcio Wandeck

- Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. (Platão) -
veja também: http://www.bookess.com/read/4953-a-tutoria-de-ensino-a-distancia-ead-no-ava-militar/
de Alairto Callai