O que me preocupa nesta quarentena forçada é que ela não tem data ou um fato objetivo que determine o seu fim.
Este vírus pode ser nosso companheiro para sempre, como a malária, a tuberculose, sífilis e tantas outras doenças para as quais existe cura e remédios, assim como o covid, mas que nunca desapareceram.
Sim, haver um remédio para o covid não é um fato que determine o fim do isolamento, já que o contágio segue em ritmo maior do que os outros vírus.
Uma vacina é improvável, já que as pessoas que contraíram a doença voltam a testar positivo, não criam imunidade.
Afinal pode não existir o momento em que seja absolutamente seguro suspender a quarentena, já que os fatos que a motivam continuarão a existir. Um grande número de profissões ou atividades podem simplesmente desaparecer.
Imagino que amigos que trabalham com eventos, buffet, músicos, donos de academias, estejam tentando acreditar que esta quarentena vá acabar logo, mas a verdade é que este momento não parece existir no horizonte. Isto pode significar o simples fim absoluto destas atividades.
Falência absoluta e irreversível.
Imagine as igrejas imensas, que empregam milhares. Quando será seguro agrupar centenas ou milhares de crentes gritando ao deus? Talvez nunca mais. Quando será seguro dizer que este vírus não se irá espalhar num ambiente assim?
Navios de cruzeiro, hotéis, convenções, boates, restaurantes. quando poderão operar sem que o famigerado vírus assombre com a possibilidade de alastrar-se pelo povo como naqueles modelos matemáticos de bolinhas vermelhas que usaram para nos convencer do confinamento?
As pessoas simplesmente não estão conseguindo alcançar o tamanho do tsunami que está se formando. Acham que podem vencer o vírus ficando em casa fazendo origami, aprendendo a pintar ou tocando violão até que o covid se canse de esperar.
Existe uma possibilidade bastante real e concreta de termos que incorporar este vírus ao nosso já amplo cardápio de doenças para sempre, com a desvantagem do potencial inédito de contágio.
O que está no plano das certezas é que o impacto deste isolamento será brutal, atingindo de forma desigual as diversas profissões ou camadas sociais e resultando num desastre muito maior do que o próprio bichinho coroado pode causar.
Governadores e prefeitos temem o possível caos com mortos insepultos e hospitais lotados, mas não conseguem ver um gigante ainda maior que se aproxima com a falência de suas cidades trazendo a reboque fome, desemprego e desespero, com uma população de zumbis famintos e desempregados perambulando pelas ruas.
O maior problema é que as pessoas e governantes parecem não estar vendo que pode não existir uma porta de saída para esta quarentena, e quando virem isso, pode ser tarde demais para muitos.
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