sábado, 14 de julho de 2018

Exploração Rádio e Medidas de Proteção Eletrônica para troncalizado do BEsCom, por seu Cmt



Aspectos relevantes no emprego do Sistema Trunking e da Telefonia Celular em atividades de GLO

Exploração do Sistema Troncalizado

Atualmente o sistema Trunking dispõe de dois sítios de antena (Mendanha e Sumaré) nos quais estão instaladas estações retransmissoras que cobrem a maior parte da área metropolitana do Rio de Janeiro.
Através do Trunking é possível uma ampla cobertura e a montagem de redes rádio hierarquizadas, aspectos de grande importância em operações de garantia de lei e da ordem (GLO).
O sistema troncalizado disponibiliza a o emprego otimizado do espectro de frequências através da re-alocação dos seus canais. Porém o seu sinal é vulnerável `as ações de MEA da força oponente, principalmente devido ao fato do seu sinal ser analógico. Neste contexto destaca-se a possibilidade do emprego dos equipamentos com a função “Scrambler” (embaralhamento de voz).
O princípio que deve orientar os usuários desses equipamentos é a imposição de uma rápida troca de informações, prevalecendo a rapidez `a segurança, tendo em vista a necessidade de liberação dos canais e faixa de frequências empregados.
A troca de informações deve ser feita empregando mensagens codificadas. É possível o emprego da conversação normal, através da linguagem direta e clara, desde que seja a mensagem muito curta e objetiva, semelhante ao procedimento ao redigir radiogramas e mensagens escritas. Nas conversações normais deve-se buscar o seguinte procedimento:
1.     Usar palavras curtas substituindo as longas; por exemplo: “Okey”, “certo”, ao invés de “positivo”.
2.     Realização de chamada de maneira simplificada, como por exemplo: - “CORO, é PENA”, onde o chamado é identificado por “CORO”, o chamador por “PENA”, a expressão “aqui” é substituída por “é” (por ser mais curta a pronúncia) e eliminada a expressão “câmbio”.
3.     Uso de mensagem curta e preestabelecida para cada situação ou missão. Por exemplo: em um deslocamento de comboio ou viaturas que percorrerão o mesmo itinerário em horários defasados, seria transmitida a informação tipo: “normal vermelha” – o que significaria trânsito sem problemas na Linha Vermelha; ou ainda “Parado Brasil e Ponte” - o que seria identificado por: trânsito engarrafado na Av. Brasil na altura do acesso à Ponte Rio-Niterói.
4.     Diante da necessidade de transmitir uma informação ou ordem não preestabelecida, a mesma seria feita eliminando-se ao máximo os artigos, preposições e outras palavras que não venham a prejudicar o sentido desejado. Exemplo: “elmo, prepare resumo atividades esportivas semana” – onde elmo é o codinome de um determinado militar e se identifica no texto a supressão de palavras desnecessárias, sem prejuízo ao entendimento.
5.     É proibido o emprego dos códigos “Q” e “Z”, dos sinais especiais de serviço e de expressões convencionais de serviço, por serem usualmente empregados no meio civil.
6.     Deve se evitar o emprego da pronúncia de letras e algarismos do alfabeto fonético internacional, em face de seu amplo conhecimento no meio civil.
7.     O usuário deve considerar que a maioria dos rádios troncalizados possuem dispositivos programados para cortar automaticamente a ligação, após um intervalo de tempo.
8.     Sempre que possível, empregar os mesmos operadores, permitindo o mútuo conhecimento das vozes.
9.     Não utilizar posto ou graduação ou muito menos os nomes dos operadores. Para possibilitar a identificação, deverá ser usada a lista de codinomes dos militares e de sua OM.
10.  As redes rádio deve ser montadas de acordo com cada operação.
11.  Os indicativos dos postos e os sinais codificados devem ser simples e com no máximo duas sílabas. Exemplo: Cota, dado, rato, cano, prego, etc.
12.  Os operadores não devem utilizar a expressão “como me recebe” e outras similares. A clareza e intensidade do sinal será desnecessária, cabendo aos operadores identificá-las com o senso prático de operação.
13.  Empregar a autenticação de postos somente em casos de suspeita, devendo para isto estar prevista a forma rápida e segura no extrato das IEComElt.
14.  Usar como prescrições de emprego do rádio: silêncio absoluto e livre.
15.  Proibida a comunicação para fins de tratamento de assuntos pessoais e particulares.
16.  O pessoal autorizado a operar os equipamentos devem estar habilitados.

Exploração do Sistema de Telefonia Celular

O sistema de telefonia Celular foi projetado para a demanda do mercado consumidor civil e, consequentemente, para as leis de concorrência que regem o mercado. Desta forma este sistema tende a apresentar um nível de eficiência adequado às operações militares, gerando um alto nível de integração, confiabilidade, mobilidade e flexibilidade aos usuários. Na prática isto pode ser observado pela ampla cobertura de ERBs (Estações Rádio Base) em toda área metropolitana do Rio de Janeiro e rodovias de acesso a esta cidade.
A capacidade de tráfego deve ser cuidadosamente analisada ao ser empregado este sistema, principalmente se houver previsão de algum evento em região restrita a cobertura de uma ou poucas ERBs, havendo a possibilidade de saturação de seus canais de operação. Ao ser utilizada a telefonia celular deve ser feito um estudo junto à operadora, de acordo com a perspectiva do congestionamento de suas ERBs, visando a possibilidade de instalação de estações adicionais na região ou da setorização de suas células.
A Simplicidade de operação é uma característica muito bem atendida, uma vez que, com a popularização da utilização da telefonia celular, a maioria das pessoas estão aptas a operar um aparelho de celular. Deve-se levar em consideração que em operações tipo GLO existem várias autoridades de órgãos civis e militares envolvidos, aumentado assim a necessidade de equipamentos de fácil operação e comum a todos.
A segurança é um aspecto bastante crítico. O emprego de aparelhos digitais em substituição aos analógicos proporciona um maior sigilo devido ao fato desta tecnologia necessitar de equipamentos sofisticados para conseguir demodular o seu sinal; e é pouco provável que a força oponente disponha destes recursos e de pessoal para operá-los.
       A telefonia celular assemelha-se bastante às redes rádio de campanha quanto à propagação das ondas eletromagnéticas pelo meio ar; por isso está sujeita às mesmas atividades realizadas pelos ramos da Guerra Eletrônica (GE), especificamente às ações de Medidas Eletrônicas de Apoio (MEA) e de Contra Medidas Eletrônicas (CME).

       As medidas de proteção a serem adotadas nestas operações serão basicamente procedimentos de atitude passiva e deverão ser procedimentos simples, uma vez que elementos das forças auxiliares, e até mesmo autoridades civis, estarão envolvidas nas operações:

1.  Utilização de uma lista telefônica associada a uma lista de codinomes e de mensagens preestabelecidas.
2.     Uso exclusivo dos aparelhos distribuídos, aos operadores civis e militares, para a transmissão e recepção de mensagens operacionais e a de sigilo da lista telefônica, que deverá ser distribuída em forma de extratos contendo somente os números telefônicos que interessam a cada elemento.
3.   Troca rotineira dos números telefônicos através de novos cadastramentos de habilitação, através acerto com as operadoras de telefonia celular.

       Medidas de proteção ativas também poderão ser adotas dependendo da situação. As principais seriam a de segurança e proteção às instalações físicas de todo o sistema, sendo que as ERB devem receber um grau de importância maior.
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