segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Brasil acima de tudo! por Frederico Caldato W.*



". . . A propósito, as pessoas especiais são feitas de carne e osso comum. O que as torna especiais são suas atitudes.

Sinto que vivemos um momento social grave. Eu intimamente temo pelo futuro do nosso país. Não se trata do momento político, ou sequer de tribulações eventuais. Mas o empalidecimento paulatino e continuado dos valores que sustentam uma nação. Irresponsáveis e malfeitores fazem grassar a miséria humana; e boa parte do resto da sociedade assiste estoicamente, como se fosse tudo normal!? Onde é que vamos parar?

E nos quartéis? Na sociedade de hoje, que muito clama pelos direitos, mas não tem nenhum compromisso com os deveres; está cada dia mais difícil sustentar os alicerces da hierarquia e da disciplina. De onde iremos tirar a têmpera dos nossos futuros soldados?

Não consigo compreender como é que uma sociedade, ou parte dela, vira as costas para aqueles que têm a missão de a defender. Somente interesses escusos podem explicar a orquestração que se faz contra as Forças Armadas, no Brasil. Não obstante essa ameaça, confio no Exército de Caxias e tenho a certeza de que ele não é subserviente a interesses menores. Não é e nem será um coletivo de acanhados. Quando for necessário e oportuno - tenho fé! - a tropa verde-oliva
entregará à sociedade a resposta que ela precisa e merece . . ."

Sem falsa modéstia, ou afetação, entendo que somos os guardiões dos tesouros intangíveis da pátria. Quando juramos defendê-la com o sacrifício da própria vida, sabíamos da existência do inimigo interno. Sejamos coerentes e conscientes, agora. Convido-os a uma reflexão, isenta e com serenidade; mas não percamos o foco.

Naquele dia, minha fala se encerrou assim:

" . . . Quando digo: Brasil acima de tudo! olho para o alto e pressinto as mãos do CRIADOR. A ELE agradeço incondicionalmente esta aventura, e todas as venturas de que sou credor.

Finalmente me cabe dizer:

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei minha fé! (TIMÓTEO 4:7)

Muito obrigado!"

Wutke 
*(Coronel de Comunicações R1, da Turma de 1980)

(recebido por e-mail em 25/10/14, com o título Momento grave - para reflexão)

DISCURSO DO PRESIDENTE DA COSTA RICA...

... QUE MERECE SER LIDO E REFLETIDO
 Discurso proferido na presença de presidentes latino-americanos, incluído o do Equador, Corrêa, abaixo nominalmente citado.

 Palavras do Presidente Oscar Arias da Costa Rica na Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago, 18 de abril de 2009:

 "Tenho a impressão de que cada vez que os países caribenhos e latino-americanos se reúnem com o presidente dos Estados Unidos da América, é para pedir-lhe coisas ou para reclamar coisas. Quase sempre, é para culpar os Estados Unidos de nossos males passados, presentes e futuros. Não creio que isso seja de todo justo.
 Não podemos esquecer que a América Latina teve universidades antes que os Estados Unidos criassem Harvard e William & Mary, que são as primeiras universidades desse país.
 Não podemos esquecer que nesse continente, como no mundo inteiro, pelo menos até 1750 todos os americanos eram mais ou menos iguais: todos eram pobres.
 Ao aparecer a Revolução Industrial na Inglaterra, outros países sobem nesse vagão: Alemanha, França, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e aqui a Revolução Industrial passou pela América Latina como um cometa, e não nos demos conta.
 Certamente perdemos a oportunidade.
 Há também uma diferença muito grande. Lendo a história da América Latina, comparada com a história dos Estados Unidos, compreende-se que a América Latina não teve um John Winthrop espanhol, nem português, que viesse com a Bíblia em sua mão disposto a construir uma Cidade sobre uma Colina, uma cidade que brilhasse, como foi a pretensão dos peregrinos que chegaram aos Estados Unidos.
 Faz 50 anos, o México era mais rico que Portugal. Em 1950, um país como o Brasil tinha uma renda per capita mais elevada que o da Coréia do Sul. Faz 60 anos, Honduras tinha mais riqueza per capita que Cingapura, e hoje Cingapura em questão de 35 a 40 anos é um país com $40.000 de renda anual por habitante. Bem, algo nós fizemos mal, os latino-americanos.
 Que fizemos errado? Nem posso enumerar todas as coisas que fizemos mal. Para começar, temos uma escolaridade de 7 anos.
 Essa é a escolaridade média da América Latina e não é o caso da maioria dos países asiáticos. Certamente não é o caso de países como Estados Unidos e Canadá, com a melhor educação do mundo, similar a dos europeus. De cada 10 estudantes que ingressam no nível secundário na América Latina, em alguns países, só um termina esse nível secundário.
 Há países que têm uma mortalidade infantil de 50 crianças por cada mil, quando a média nos países asiáticos mais avançados é de 8, 9 ou 10.
 Nós temos países onde a carga tributária é de 12% do produto interno bruto e não é responsabilidade de ninguém, exceto nossa, que não cobremos dinheiro das pessoas mais ricas dos nossos países. Ninguém tem a culpa disso, a não ser nós mesmos.
 Em 1950, cada cidadão norte-americano era quatro vezes mais rico que um cidadão latino-americano. Hoje em dia, um cidadão norte-americano é 10, 15 ou 20 vezes mais rico que um latino-americano. Isso não é culpa dos Estados Unidos, é culpa nossa.
 No meu pronunciamento me referi a um fato que para mim é grotesco e que somente demonstra que o sistema de valores do século XX, que parece ser o que estamos pondo em prática também no século XXI, é um sistema de valores equivocado.
 Porque não pode ser que o mundo rico dedique 100.000 milhões de dólares para aliviar a pobreza dos 80% da população do mundo "num planeta que tem 2.500 milhões de seres humanos com uma renda de $2 por dia" e que gaste 13 vezes mais ($1.300.000.000.000) em armas e soldados.
 Como disse esta manhã, não pode ser que a América Latina gaste $50.000* milhões em armas e soldados.
 Eu me pergunto: quem é o nosso inimigo?
 Nosso inimigo, presidente Correa, desta desigualdade que o Sr. aponta com muita razão, é a falta de educação; é o analfabetismo;
 é que não gastamos na saúde de nosso povo; que não criamos a infra-estruturar necessária, as estradas, os portos, os aeroportos; que não estamos dedicando os recursos necessários para deter a degradação do meio ambiente; é a desigualdade que temos que nos envergonhar realmente; é produto, entre muitas outras coisas, de que não estamos educando nossos filhos e nossas filhas.
 Vá alguém a uma universidade latino-americana e parece no entanto que estamos nos sessenta, setenta ou oitenta.
> Parece que nos esquecemos de que em 9 de novembro de 1989 aconteceu algo de muito importante, ao cair o Muro de Berlim, e que o mundo mudou. Temos que aceitar que este é um mundo diferente, e nisso francamente penso que os acadêmicos, que toda gente pensante, que todos os economistas, que todos os historiadores, quase concordam que o século XXI é um século dos asiáticos não dos latino-americanos.
 E eu, lamentavelmente, concordo com eles. Porque enquanto nós continuamos discutindo sobre ideologias, continuamos discutindo sobre todos os "ismos" (qual é o melhor? capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, neoliberalismo, socialcristianismo...) os asiáticos encontraram um "ismo" muito realista para o século XXI e o final do século XX, que é o pragmatismo.
 Para só citar um exemplo, recordemos que quando Deng Xiaoping visitou Cingapura e a Coréia do Sul, depois de ter-se dado conta de que seus próprios vizinhos estavam enriquecendo de uma maneira muito acelerada, regressou a Pequim e disse aos velhos camaradas maoístas que o haviam acompanhado na Grande Marcha: "Bem, a verdade, queridos camaradas, é que a mim não importa se o gato é branco ou negro, só o que me interessa é que cace ratos".
 E se Mao estivesse vivo, teria morrido de novo quando disse que "a verdade é que enriquecer é glorioso".
 E enquanto os chineses fazem isso, e desde 1979 até hoje crescem a 11%, 12% ou 13%, e tiraram 300 milhões de habitantes da pobreza, nós continuamos discutindo sobre ideologias que devíamos ter enterrado há muito tempo atrás.
 A boa notícia é que isto Deng Xiaoping o conseguiu quando tinha 74 anos.
 Olhando em volta, queridos presidentes, não vejo ninguém que esteja perto dos 74 anos.
 Por isso só lhes peço que não esperemos completá-los para fazer as mudanças que temos que fazer.
 Muchas gracias."
(recebido por e-mail na CONSIC, em 22 Fev 15, de Evandro Hora)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Prezado Caramuru - por Gen Heleno


A respeito do Gen Montezuma, gostaria de fazer alguns comentários. Se quiser, pode divulgar.
Quando voltei da Missão Militar Brasileira de Instrução no Paraguai (MMBIP), fui classificado na Diretoria de Assuntos Culturais, Educação Física e Desportos.
O Diretor era o Gen Montezuma. A Diretoria, por ser no Rio de Janeiro e por suas atividades, era muito "piruada". Ele escolhia a dedo quem ia para lá. Como a minha transferência foi feita pelo Gab Min, sem consultá-lo, ele se surpreendeu. Não me conhecia e resolveu perguntar quem eu era. Foi informado de que eu era um bom oficial, com um respeitável currículo escolar, mas não ficou convencido. Comentou com seu jeito característico: "esse negócio de ser bom não me enche os olhos, quero saber é o psicossocial". Ou seja, se eu iria somar alguma coisa no excelente ambiente da DACED ou se era "metido a Zé Mané".
Cheguei, "na minha", seguindo a velha regra de "pato novo não dá mergulho fundo" e graças à dupla de vôlei fiz uma rápida aproximação com ele. Jogávamos quase diariamente, na EsEFEx, OM subordinada. Normalmente, nos enfrentávamos, porque o parceiro preferido dele era o então TC Pina, à época o melhor jogador das FA, a quem ele carinhosamente chamava de "number nine", por conta do número da camisa do Pina na seleção das FA. Eu jogava com o Sgt Aguiar, excelente militar e ótimo jogador. Outros assuntos profissionais, o Mengão e as peladas de fim de semana na famosa rede do Forte de Copacabana, no Posto Seis, nos entrosaram ainda mais e eu virei "peixe". Mantive a amizade com ele ao longo da vida, aliás fazendo jus a uma afirmação habitual de seus discursos: "minhas grandes amizades eu fiz nas quatro linhas".
O Gen Montezuma era um chefe querido dos subordinados. Uma pessoa formidável. Desportista, de bem com a vida, gozador, flamenguista doente, fumante de charuto, bom de copo, enriquecia qualquer ambiente com sua alegria, sua risada inconfundível e seu poder de aglutinar. Quando se juntava com o Cel Wenceslau Malta (outra perda irreparável) agitava a praia inteira. Foi chefe de torcida, corredor de 100 metros e goleiro do time da AMAN. Este último predicado, segundo ele, lhe conferiu o apelido de "El Gato". Os mais próximos insinuavam, com respeitosa ironia, que o "El Gato" persistia nas quadras, em alusão às "garfadinhas" bem humoradas que ele dava nas "quatro linhas".
Se jogarem duplas nas canchas do além, ele, a essa altura, já estará aquecendo para entrar em campo. Por sinal, Gen Montezuma, Cel Malta, Damazio (Everest) e Gen Erar darão sempre um bom jogo, com muita discussão durante, muita risada depois e vários Santos assistindo e torcendo.
Forte abraço
Heleno

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Espionagem cibernética por Ryan Sherstobitof


Os ataques de espionagem cibernética serão cada vez mais frequentes.

Atacantes de longa data tornar-se-ão coletores mais discretos de

informações, enquanto os novatos procurarão maneiras de roubar

dinheiro e prejudicar seus adversários.

Governos de países pequenos e grupos terroristas estrangeiros entrarão no

espaço cibernético para fazer guerra contra seus inimigos. Eles farão isso

lançando ataques de negação de serviço distribuídos e incapacitantes ou

utilizando um malware que elimine o registro mestre de inicialização para

destruir as redes de seus inimigos. Ao mesmo tempo, espiões cibernéticos mais

experientes implementarão métodos melhores para permanecerem ocultos na

rede da vítima, utilizando tecnologias de ocultação melhores e mais sofisticadas

e outros meios de se manterem abaixo do sistema operacional e fora de vista.

Particularmente, o McAfee Labs tem testemunhado criminosos cibernéticos do

Leste Europeu migrando de ataques rápidos e diretos a credenciais de clientes de

instituições financeiras (o que resulta em roubo financeiro) para uma abordagem

mais sofisticada de ameaça persistente avançada (APT), na qual coletam

uma inteligência que podem vender ou utilizar posteriormente. Dessa forma,

os criminosos estão começando a se assemelhar e a agir como sofisticados

espiões cibernéticos a serviço de governos, os quais observam e aguardam

para coletar inteligência.

Uma abordagem semelhante começou a surgir no setor de varejo. Muitos varejistas

atualmente criam perfis detalhados de seus clientes — incluindo hábitos de

consumo e produtos de interesse, histórico de crédito, histórico de localização,

dados de contato e mais. Além disso, planos estratégicos, operacionais

e financeiros de varejistas bem-sucedidos podem ser de grande valia para

o comprador certo. Alguns criminosos cibernéticos parecem estar adotando

uma abordagem de espionagem cibernética com base em APTs para infiltrarem

sistemas de varejistas, dos quais coletam sub-repticiamente inteligência além

de informações de cartões de crédito para vender a quem pagar mais.

– Ryan Sherstobitof
Previsões do McAfee Labs sobre ameaças em 2015

Malware além do Windows por Craig Schmugar


Haverá uma explosão em ataques de malware não voltados para
Windows, alimentados pela vulnerabilidade Shellshock.
Durante o segundo semestre de 2014, conhecemos a vulnerabilidade
Shellshock: uma fraqueza do Bash, um shell de comando encontrado em
máquinas Unix, Linux e OS X. Ela permite que um atacante execute comandos
arbitrários na máquina da vítima, o que a torna o tipo mais perigoso de
vulnerabilidade — avaliado como nível dez (em uma escala até dez) pelo
National Vulnerability Database dos EUA.
As implicações dessa vulnerabilidade recém-descoberta serão sentidas durante
anos. Muitos e muitos dispositivos, como roteadores, TVs, controladores
industriais, sistemas de voo e infraestruturas críticas executam alguma forma
de Unix ou Linux. Estamos apenas começando a compreender o escopo
dessa vulnerabilidade.
Esse vetor de ataque será o ponto de entrada para infraestruturas tão diversas
quanto eletrodomésticos e corporações que dependem intensamente
de sistemas não Windows. Como resultado, esperamos ver um aumento
significativo em malware não Windows durante 2015, à medida que os
atacantes buscarem capitalizar com vazamento de dados, pedidos de resgate de
sistemas, assimilação de bots de spam e outras manobras ilícitas. O Shellshock
ficará em evidência quando os atacantes explorarem dispositivos vulneráveis,
novos e antigos, para realizar seus ataques.
– Craig Schmugar
Previsões do McAfee Labs sobre ameaças em 2015