terça-feira, 7 de setembro de 2021

Causo chinês, por autor desconhecido!


Amigos, vou elencar alguns fatos, talvez venha a ser de utilidade para alguns.

Entre os anos de 1945 e 1991, vigorou no mundo uma ordem mundial bipolar que dividiu o planeta entra o bloco comunista da União Soviética e sua contraparte capitalista do Ocidente. Havia certo equilíbrio entre os lados e as previsões eram relativamente fáceis.

Com o fim da URSS em 1991, sobreveio uma era de hegemonia dos EUA que duraria aproximadamente um quarto de século, começando a dar sinais de esgotamento por volta de 2015.
Foi uma era de verdadeiro reinado americano: invadem o Afeganistão, em seguida o Iraque, derrubam Khadafi e balançam Bashar Assad na Síria.

Nessa fase hegemônica, os Estados Unidos efetivamente tentaram moldar o mundo à sua imagem e semelhança. O modelo de democracia americana espalhou-se pelo planeta, com bons resultados em alguns países e noutros, nem tanto.

E por que esse sistema falhou em alguns lugares? Simplesmente porque ele não leva em conta a cultura local e a natureza de cada sociedade. Mas, ancorado nas pressões econômicas e militares americanas, o modelo se alastrou.


Porém, o sistema de sanções econômicas começou a mostrar que não era infalível. A Coreia do Norte se nuclearizou. A China continuou a não dar importância àquilo que o Ocidente tem como direitos humanos e a Rússia fincou o pé na Crimeia para não mais sair de lá.
No ano de 2015, num lance de gênio, Vladimir Putin começa a virar o jogo na Síria. Em paralelo, a proposta democrática americana no Iraque e Afeganistão começa a se mostrar inviável pelos motivos que elenquei acima.
Eis que adentra o cenário um ator que se mantivera até então silencioso nas coxias: a China.
Depois da Live eu conto a 2ª parte, já entrando na participação do Brasil.

2ª parte:

Então a China entra no cenário mundial.
O chinês gosta de um jogo chamado Wei qi (conhecido no Ocidente como Go) onde o objetivo não é conquistar territórios, mas sim não ser cercado. Todos os movimentos de Pequim tem mantido essa orientação, norteado sempre pelas lembranças do século da humilhação (cerca de 1820 a 1949), onde a China perdeu diversos territórios para ocidentais e japoneses e teve dezenas de milhões de mortos em suas inúmeras guerras civis.
Trata-se de um erro grosseiro analisar a China pelo ponto de vista do Marxismo: o dito “socialismo com características chinesas” tem muito mais a ver com raízes confucionistas alicerçadas por um forte nacionalismo do que com a pueril visão política ocidental de esquerda (visão de mundo essa que os chineses olham com desdém).


Calcado nessas premissas:
1- A China defenderá sua soberania com unhas e dentes:
2- Taiwan será reincorporada;
3- A China buscará a vanguarda. Veja bem, eu disse VANGUARDA, e não DOMINAÇÃO.
Para entender o sentimento chinês, ver artigo e ilustrações a seguir:

3ª parte:

A China não tem pressa, mas se move de maneira bastante rápida. Ocidentais não gostam de estudar os chineses, mas esse últimos observam o Ocidente com uma lupa.
Eles já entenderam que a ruína dos EUA está sendo o famoso “excepcionalismo americano” e a sensação de triunfo que tomou conta da América com o fim da URSS e não cometerão os mesmos erros (como não repetiram os erros dos soviéticos).
Eles também já perceberam que os EUA se perderam com seu excesso de liberdade e que estão à caminho da ingovernabilidade ( a China tem uma triste lembrança disso em (des)virtude do seu Século da Humilhação e conhecem bem o caminho para o abismo que drogas e ausência de autoridade reservam para um país e vão evitar isso a qualquer custo). O caos libertário tão louvado por nossa democracia é um demônio a ser evitado por Pequim.
Aliás, valores como democracia, liberdade e individualismo não querem dizer nada para eles. Do contrário, família, ordem e a meritocracia confucionista é que lhes fazem brilhar os olhos.
Para se ter uma ideia da visão chinesa do Ocidente, vou lhes contar uma breve história:
Um oficial brasileiro conversava com seu colega argentino numa academia militar chinesa. Falavam sobre o Papa Bergoglio. Eis que chega um oficial chinês e pergunta: mas o que é um papa ?
É preciso que lembremos sempre que para 60% da humanidade, Francisco é apenas um velho que se veste de maneira exótica. Isso diz muito sobre o resto do mundo.
Mas vamos agora analisar a relação da China com o Brasil.

4ª parte

Em 1976, Eduardo Suplicy visitou a China (Foto cima). Na época, o PIB chinês era metade do brasileiro. Passados 45 anos, é 8 vezes maior.
As relações entre Pequim e Brasília sempre foram boas, e nos próximos 10 anos os dois países devem realizar trocas comerciais de mais de 1,5 trilhão de dólares, numa balança extremamente favorável para o Brasil. Os chineses negociaram com Geisel, Figueiredo, FHC, Lula etc. etc. Para eles, tanto faz quem está no poder, não fricotes morais com rupturas ou golpes de estado (vide Mianmar e Zimbabue) DESDE QUE OS CONTRATOS SEJAM MANTIDOS.
No mundo que vivemos até 2020, eram raros os golpes de estado e rupturas por receio das retaliações euro-americanas. Porém, a enorme confusão ocorrida nas eleições do EUA seguida pela ascensão comercial chinesa jogou por terra a aura de infalibilidade da democracia americana (e por tabela, dos sistemas democráticos mundo afora).
Bastou virar o ano para que os militares de Mianmar derrubassem o governo civil eleito quer fraudara as eleições no país. Depois o presidente de El Salvador destituiu a Suprema Corte de seu país. Por fim, o presidente da Tunísia suspendeu o congresso, e o ano está só na metade.
Os EUA e Europa nada puderam fazer, porque, principalmente no caso de Mianmar (onde o golpe foi mais brutal com milhares de mortes e prisões) havia um enorme retaguarda russo chinesa apoiando os militares.
Mas Biden não pode ser culpado por tudo. Ano antes, seu antecessor Donald Trump havia saído do acordo nuclear com o Irã ( acordo esse que era péssimo, mas existia). Os iranianos, pressionados pelas sanções, estavam próximos de aceitar outro acordo mais duro, mas a China atropelou os EUA. Ofereceram um acordo de 400 bilhões de dólares aos iranianos e Teerã deu uma banana para Washington.

5ª parte:

Muitas democracias vão morrer nos próximos anos (senão a maioria delas). Trata-se de uma tendência difícil de ser derrubada por diversos fatores:
1- O dito “arcabouço democrático” acumulou demandas demais (pautas identitárias etc.) e perdeu eficácia, tornando impraticável a governabilidade na maior parte dos países;
2- Os sistemas democráticos se tornaram presas fáceis das grandes corporações (hoje em dia, dada a pretensa autoridade inquestionável conferida às Supremas Cortes, é muito fácil controlar um país, pois é necessário comprar poucas pessoas);
3- Esses dois fatores combinados acabaram por afastar esse sistema das reais aspirações dos povos à ele submetidos. O dito sistema democrático imposto ao resto do mundo por EUA e Europa perdeu sua legitimidade não só por sua ineficácia mas também porque as pautas impostas nada tem a ver com as culturas locais e
4- A maior parte dos países só mantém essa estrutura inócua por pressões econômicas do dito Ocidente.



Isso começa a se agravar porque a China tem tomado lugar do Ocidente como parceiro comercial de vários países e nada exige do ponto de vista de regimes de governo. Esses países começam a perceber que adotar o modelo de democracia anárquica da Europa e EUA destrói a paz social e atrasa seu progresso.
Em resumo, no futuro, Europa e EUA não conseguirão mais impor seus regimes porque os estados clientes terão outro parceiro que não impõe essa cláusula, ficando livres para optar para o modelo que mais lhe convier.
É aí que entra o caso brasileiro.

6ª parte

O Brasil caminha no fio de uma navalha onde numa ruptura parece ser inevitável. Talvez Bolsonaro não o faça, mas a esquerda seguramente o fará se voltar ao poder em 2023. Por volta de 2025 o comercio brasileiro com o Oriente vai estar tão intenso que quem quer que flerte com rupturas ou golpes não precisará temer por sanções do Ocidente – elas simplesmente se tornarão insignificantes (vide caso iraniano anteriormente citado).
Tudo o que a direita brasileira tem medo de fazer para parecer legalista e externar bom-mocismo, a esquerda o fará sem piscar os olhos nem embrulhar o estomago.
Quem quer que desfrute dessa situação futura de entrada abundante de capital estrangeiro, ambiente diplomático favorável e apoio político de uma potência poderá ficar no poder por décadas, não haverá predadores externos.
Vou agora ao epílogo, mas acho que só o @5571xxxx1194 vai concordar comigo na ultima parte.

@Última parte:

Amigos, o poder é meritocrático. Mas não se trata de uma meritocracia moral, ética, benfazeja: a meritocracia do poder é aritmética. Se Você somar os insumos certos Você se torna merecedor dele, simples assim.
A direita, por ser formada por gente ordeira e trabalhadora, comete o erro de achar que merece o poder por direito divino – ledo engano. Deus não tem nada a ver com o que acontece com quem negligencia Maquiavel. É preciso jogar pesado.
Seja qual for o bloco político que se assenhore do poder no Brasil nos próximos anos, ele deve ficar por um bom tempo por força das circunstancias internacionais.
Que os homens da direita tenham a luz, a sabedoria e sobretudo a astúcia para conquista-lo...
xxx

desconheço a autoria, mas veio do grupo de milicos!

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