3.2
Sistemas de Informação e de Apoio à Decisão no
EMCFA e nas Forças Armadas
3.2.1 EMCFA
[...]
- Barramento de Interoperabilidade de Comando e Controle (INTERC2) pág. 15 do Manual (MD31-S-04)
As Forças Componentes enviam ao SIPLOM um conjunto de informações, previamente definidas e parametrizadas, que recebe essas informações, processa e as apresenta em uma síntese. Entretanto, o nível atual de interoperabilidade entre o SIPLOM e os SI/SAD das Forças ainda é dependente da atuação de operadores para compartilhar manualmente informações de um sistema para o outro.
Um caminho apontado como solução para esse problema é o compartilhamento de informações por meio do intercâmbio automático de dados entre o SIPLOM, os SI/SAD das Forças Armadas e outros sistemas que venham a colaborar no ciclo decisório. Para esse intercâmbio, foi estabelecido, inicialmente, pelo MD e órgãos de TI das Forças Armadas, que o padrão a ser adotado seria o Joint Consultation, Command and Control Information Exchange Data Model (JC3IEDM)¹, desenvolvido pelo fórum multinacional conhecido como Multilateral Interoperability Program (MIP) e utilizado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com o objetivo de viabilizar a integração entre SI/SAD.
O barramento de Interoperabilidade de Comando e Controle é um middleware de comunicação, em arquitetura orientada a serviço (SOA), que permite essa troca de mensagens entre os SI/SAD das Forças Armadas e o SIPLOM, no nível operacional, particularmente nas Operações Conjuntas (figura 1). O barramento utiliza o modelo JC3IEDM para o intercâmbio de dados e mensagens do método ADEM² automaticamente entre os sistemas, estando, então, calcado em três vetores basilares: protocolo IP, modelo de dados JC3IEDM e adoção da Arquitetura SOA.
A arquitetura SOA desacopla as partes que se comunicam, permitindo flexibilidade para adaptação a novos requisitos ou integração de novos sistemas. O seu funcionamento eficaz depende da construção de interfaces em cada um desses sistemas, para que eles se comuniquem com o Barramento, enviando e recebendo informações dos serviços disponibilizados.
Fig 1 Interoperabilidade de Sistemas de C²
¹ JC3IEDM é um modelo de intercâmbio de dados e mensagens para tramitação das informações entre sistemas de comando e controle utilizado como padrão pelos países membros da OTAN.
² Alternate Development and Exchange Method é um método proposto pelo MIP, com base no JC3IEDM, que estabelece um modelo padronizado de tipo de mensagens e dados a serem intercambiados entre sistemas de comando e controle.
O MODELO DE DADOS DA OTAN PARA INTERCÂMBIO DE INFORMAÇÕES DE COMANDO E CONTROLE – CONCEITUAÇÃO, APLICAÇÕES E REFLEXOS PARA O SC2FTER / SISMC2.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do certificado de Especialização em Política, Estratégia e Administração Militares (CPEAEx).
Orientador: CEL COM JOSÉ CARLOS DOS SANTOS (hoje Gen Div R1)
Brasília - DF 2006
5. CONCLUSÃO
Gerenciar é controlar processos. Para se ter o controle eficaz, há que se aperfeiçoar o processamento dos dados, tornando-os informação útil e inteligência acionável. Este conhecimento servirá de apoio ao processo decisório e ao monitoramento dos indicadores de desempenho da Força Combinada.
As funções de Comando e Controle são executadas por meio de um complexo sistema, envolvendo a gerência de recursos humanos, instalações, equipamentos, normas e processos que possibilitam ao comandante dirigir e controlar sua tropa, tendo em vista o cumprimento da missão que lhe é imposta, em quaisquer circunstâncias, seja na paz ou na guerra, no preparo ou no emprego.
O estudo esteve focado na forma de empregar-se o Multilateral Interoperability Programme - MIP com eficiência para prover interoperabilidade nas Operações Combinadas. Identificou-se o Information Exchange Data Model – IEDM como a forma de extração das informações dos sistemas de C2 dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte usados com sucesso nas Forças Armadas daqueles países.
Identificaram-se as necessidades dos combatentes e as aplicações dos mecanismos disponíveis para satisfazê-las. Projetou-se, no futuro, os reflexos da adoção sistêmica de uma, e de outra visões, verificando-se a importância do tempo na eficácia dos datalink. [...]
Ficou-se convencido de que os datalink não concorrem com o JC2IEDM, padrão de intercâmbio do MIP empregado pela OTAN, mas são complementares. Logo, o modelo de dados da OTAN é perfeitamente compatível para interoperabilidade entre as Forças Armadas nacionais e deverá coexistir com os datalink dos setores aéreo e aeronaval, usando pontes para reconhecimento mútuo.
A forma mais eficaz de fazer os sistemas de C2 interoperarem com as Forças Componentes, os Comandos Combinados e o Comando Supremo indica ser, indubitavelmente, por meio dos web-service.
As linguagens de web-service (SOAP, WSDL e HTTPS) são as mais apropriadas para o Grupo de Trabalho do Sistema Tático de Enlace de Dados - SISTED prosseguir no desenvolvimento da arquitetura para sua implantação.
Parece ser correta a opção de implementar o SECOS em toda a sua plenitude e potencialidade, uma vez que o Link BR2 poderá ser conectado por todas forças, combinadas, componentes, e Armadas através das Pontes do Centro de Integração Tático - CIT, mesmo operando no modo seguro de CONSEC e TRANSEC.
A Força Terrestre deverá ser dotada de equipamentos SECOS, na prioridade definida pela localização das pontes, segundo os cenários de emprego combinados mais usuais e completos, o que pode se constituir na solução mais econômica para o Ministério da Defesa. [...]
Será imprescindível empregar-se gateway para a interface entre sistemas com diferentes camadas física e lógica dos sistemas legados das FA, tendo como reflexo para a FTer uma imperiosa necessidade em adquirir SECOS para mobiliar as pontes sob sua responsabilidade.
A FTer tem condições, por intermédio da equipe de engenheiros do CDS/CIGE, alavancar o emprego do MIP na parte terrestre do C2 das FCbn, usando o JC2IEDM. Também pode colaborar na integração dos datalink nos CIT, pela experiência acumulada no CTEx na configuração dos Módulos de Telemática do SC2FTer.
O JC3IEDM deve substituir o JC2IEDM na OTAN, a partir de 2008, com a vantagem de incluir interfaces para datalink e superar a dificuldade ora existente, que levou o GT – SISTED a separar a parte terrestre da aérea/aeronaval.
Devem-se empregar Exercícios de Simulação - como o AZUVER - para disseminar o conhecimento do SISTED e testar as premissas, enlaces, localizações das pontes, redundâncias, fluxo de informações e tráfego submetendo estes conceitos aos alunos e instrutores envolvidos.
A OTAN pode estender sua influência sobre o Cone Sul porque vai encontrar nas FA do Brasil uma Força Terrestre cuja visão prospectiva em sistemas interoperáveis de C2 propiciará a adequada preparação para as operações multinacionais.
Assim sendo, elucidou-se como empregar os sistemas de C2 semelhantes aos da OTAN na obtenção da interoperabilidade entre as Forças Componentes e entre estas e os Comandos Combinados de modo a que elas participem da batalha com a eficiência e a eficácia supostamente desenhadas nos cenários táticos interforças, como se propôs a demonstrar.
Alairto Almeida Callai - Cel Com (Asse STI na 2ªSCh EME)
Veja o TCC completo em
http://www.bookess.com/read/29794-o-modelo-de-dados-da-otan-para-integrar-as-forcas-armadas/
Nenhum comentário:
Postar um comentário