domingo, 2 de outubro de 2011

Passando à Reserva Remunerada

Hora de despedir-me:
Srs Gens Div Minicelli, José Carlos, Oliveira e Jaldemar, companheiros, meus familiares, senhoras e senhores.
Estou muito feliz com a presença de todos. Sinceramente...
Os renascentistas faziam belas esculturas em mármore, porém os jovens artesãos que não podiam frequentar as escolas juntavam cera ao pó de mármore para esconder as imperfeições de suas peças, que derreteriam no próximo verão. Daí os verdadeiros mestres colocarem placas indicativas “sine cera” em suas obras primas.
Sinceridade, portanto, vem do latim e indica transparência, sem máscara.

Sr Gen Minicelli, obrigado pela sinceridade dessa homenagem e pelas palavras bondosas do Sr Chefe do DCT!
Em 1924 a Coluna Prestes arrastou meu avô: Vitório Callai, à luta armada em busca de ideais de justiça e igualdade no movimento denominado “tenentismo”, no qual meu avô obteve a graduação de cabo batedor, agraciado pelo então Capitão Oswaldo Cordeiro de Farias, mais tarde, interventor do Rio Grande, e heroico comandante da Artilharia Divisionária da FEB na Itália. Eu imagino que ambos devam ter desenvolvido uma relação de confiança e amizade na dureza daquela marcha, uma vez que se tornaram compadres e o tio Oswaldo, filho caçula do vô Vitório, acabou recebendo o nome de seu padrinho.
Quis o destino,[ ] a mão de Deus, que 40 anos mais tarde o sargento Oswaldo fosse condenado e recolhido à Ilha da Cobras, por ser declarado comunista pela Revolução Redentora de 64. Mesmo sendo peixe de um general ex-combatente ele pagou com a carreira sua desatenção ao responder um IPM. Enquanto isso, o sargento Callai, meu pai, estabelecido em Três Corações, destacava-se como militar de escol e foi encarregado pelo Tenente Alcedir Pereira Lopes de recolher o comandante da EsSA preso a Juiz de Fora, por desconsiderar radiograma recebido e ter deixado passar a tropa de Pouso Alegre pela Fernão Dias (motivado por sua postura “em cima do muro”).

Quarenta anos depois, em 2004, o tio Oswaldo havia sido reabilitado, passando a capitão da reserva e anistiado político, e o Gen Alcedir, infelizmente, falecera, não sem antes contar a história da EsSA um monte de vezes, ensinando-nos princípios de lealdade e o papel valoroso do sargento na Força Terrestre.
Eu exercia, na época, o comando do Batalhão Escola de Comunicações, o Barão de Capanema, e tinha certeza que outra revolução seria desencadeada a qualquer momento (24, 64, 2004) e eu seria chamado a protagonizar atos heroicos, como os de meu pai e meu avô, ou seria escorraçado do comando pelos associados da APEB, alguns companheiros que o BEsCom acolhera, movimentados que foram do Recife e, dois deles, do 5º CTA.
Essa numerologia dos 40 anos manteve-me em alerta todo o período e não perdia de vista o realismo dos fatos e a honradez do cumprimento do dever, máximas inegociáveis, sobre as quais vinha pautando meu comportamento na caserna. Informação para bem cumprir a missão!
Ali no Rio de Janeiro passamos, eu e meus subordinados, incólumes por algumas operações reais e de lambuja, pude chefiar o 5º CTA, na terra abençoada do Recife, sem comprometer o nome da família. Ser filho de sargento me ajudou muito em ambas missões. [ ]

Obrigado senhores generais Enzo e Albuquerque por me nomearem para exercer a chefia e o comando, para os quais fui preparado.[ ] Perdoem-me, meus subordinados, pelas vezes que não fui exemplo de retidão e isenção para vocês. Quando fui discricionário e, amparando-me apenas no bom senso e na aparência, decidi por um lado, em detrimento de outro. Falo isso sem arrependimento, na certeza de que não faria tudo de novo, caso as oportunidades se repetissem, porque agora, acumulo mais experiência.
Há uma espiral da aprendizagem que vai-se alternando entre conhecimento tácito, quando a gente medita e contempla, e o explícito, quando trocamos ideias e interagimos com superiores, subordinados, familiares, amigos e, principalmente, mentores. Daí sermos melhores a cada dia.

Meu pai foi meu único mentor até os 10 anos de idade, ensinando-me a pescar, atirar, escalar, pedalar, montar e a obedecer. A reserva de material do subtenente da Bia Art da EsSA foi a extensão do meu lar. Já interno no CMBH o tio Mauro Almeida, homem bom e paciente, dividiu com o meu pai a mentoria e me acolheu no seio de sua querida família onde passava os fins de semana. Meu avô Hermínio tutoriou o desenvolvimento no ensino médio, na Preparatória e o tio Toninho Almeida me orientou na AMAN, onde era instrutor de geografia, na época, e cuja disposição em ajudar nas tarefas do lar, tornou-se referência de pai e marido dedicados.
O judô, a ginástica artística e o voleibol ensinaram-me a respeitar regras e a perseverar, com entusiasmo até o último minuto do combate. No esporte pude ser experimentado no limite das capacidades física e mental e ainda, aprendi a relevar os erros próprios e a perdoar o erro dos outros, para buscar novos resultados. Fui, orgulhosamente, o capitão da equipe bi-campeã de volei da NAVAMAER.
Aos mentores Sargento José Inácio do Nascimento, professor Fernando Brochado e Cel Lúcio Alfredo do Monte Gomes, um sincero HIP-HURRA! Os senhores contribuíram para minha formação moral, ensinando-me a não desprezar os vencidos, além de reforçarem a máxima de que só a repetição pode trazer a perfeição.

A palavra entusiasmo vem do grego e significa "ter um deus dentro de si". Segundo eles, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modificá-la. Eu creio que há um Espírito Santo dentro de nós. Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E acreditam igualmente nos outros. Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso, dizia o Sr Gen Salvador no CMNE.

O meu plano de vida, agora, está na fase de deixar o serviço ativo para dedicar-me aos estudos: da bíblia, dos problemas brasileiros, dos eventos desportivos e, certamente, daqui a duas semanas estarei escrevendo alguma coisa para os amigos. Obrigado aos que recebem meus e-mail e não reclamam. Obrigado, também, por estarem aqui, prestando atenção na concordância verbal do discurso, para depois fazerem chacota comigo, numa perversa retaliação [ ] porque me amam, mesmo eu sendo tão crítico e provocador. Perdão por isso! Vocês sabem o quanto aprecio nosso convívio amistoso e espontâneo. Sou devedor a cada um de vocês pela atenção que têm comigo e com a Ana.

Ainda com relação aos mentores, agradeço ao Cel Lisboa, meu primeiro comandante no 4º BCom, por ter forçado seis aspirantes a comprarem um terreno em Pernambuco para terem aonde ser enterrados (sic). Ao Cel Ruy pela amizade sincera e Cel Cramer pelo incentivo ao crescimento. Agradeço ao Cel Corrêa (Humberto Corrêa de Oliveira) por insistir comigo que criasse o hábito de escrever memórias. Foram quatro trabalhos julgados aproveitáveis pelo EME e há outro em processamento.
Ao Cel Castilho por nosso convívio no CIGE e no EME, que contribuíram para meu amadurecimento profissional. Aos generais José Carlos e Carvalho pela paciência que tiveram com minha pessoa e pelo exemplo que são de determinação em consertar o mundo. Ao Cel Félix por me colocar dentro da ECEME e pela amizade positiva, empurrando-me sempre para cima e para o alto. Ao Gen Jaldemar pela clarividência de posicionar o C2 Cmb no mesmo nível dos sistemas de C2 da MB e da FAé em reunião do GT SICECOS ali no MD. Ao Gen Oliveira pelas inúmeras vezes que me socorreu com recursos, com movimentações e com sábios conselhos, meu sincero brado de RONDON!
Ao Gen Emílio, meu chefe imediato no passado recente, exemplo de profissionalismo e seriedade na gestão dos recursos financeiros. Aos senhores generais Heleno, Maier, Minicelli e Valdetaro, apesar do curto espaço de tempo e de convívio, agradeço a orientação firme que me permitiu priorizar as demandas do GC2 para buscar o atingimento dos objetivos visualizados. Aos amigos generais Marconi, Amir e Bráulio minhas desculpas por atravessar a linha da intimidade e, por vezes, ter sido folgado com os senhores, mesmo motivado pelo realismo dos fatos e na busca do cumprimento da missão, segundo disse, eu deveria poupá-los tendo mais sensibilidade e tato.
Deus há de recompensá-los todos.
Quanto ao Exército sinto-me empatado. Não devo e nem fui logrado. Foi uma troca justa. Uma verdadeira escola de vida.

Por fim, minha esposa e sogra, meus filhos e nora, meu irmão e irmãs, meus pais, nosso querido pastor...a luta continua!...estes aí vão-se ver livres de mim, mas vocês, não! He, he, he.
Presto minha homenagem a todos pais aqui presentes.
A educação vem do berço. A capacidade que descobri em mim de fazer coisas, principalmente quando coagido, tornaram-me uma pessoa do bem. A ameça de tomar uma “camaçada de pau” fez-me levantar da cama, lavar banheiro e entrar no ônibus para voltar do licenciamento escolar, muitas vezes. Assim como os mentores, o papel dos pais é fundamental para mudarmos nossa cabeça, nosso exército e nosso país.

Felizmente, o sangue aguerrido dos italianos Callai foi pacificado pelo sangue de trabalhador dos portugueses Ferreira de Almeida. O avô materno Hermínio foi taxista por mais de 50 anos e do suor de seu rosto muito bem educou cinco filhos. Entre suas peripécias há uma viagem em que transportou um determinado fazendeiro paulista para aquele Estado e se viu escondido numa trincheira da revolução de 1932, tendo seu automóvel arranhado por estilhaços de granadas arremessadas pela aviação da Força Pública de São Paulo. Mas essa eu conto em outra oportunidade.
Porém os senhores, façam comigo a conta...de 1932 para 72, ano em que toda família Callai saiu de Três Corações, são 40 e somando mais 40 dá exatamente o ano vindouro, 2012.
Estarei pronto para ser mobilizado, na reserva ativa! Rsrs.

Desejo, sinceramente, que Deus os mantenha entusiasmados por suas carreiras e que Ele os abençoe a todos. Ao SiTIEx, à Arma de Com e ao EB...HIP-HURRA!

Obrigado SENHOR!

ASSINO EM: Brasília, 30 de setembro de 2011.

domingo, 11 de setembro de 2011

Exército não aceita acordo de Cabral com traficantes

Por Helio Fernandes - Tribuna da Imprensa A “pacificação” das favelas do Rio não passa de um acordo feito entre o governador e os traficantes, que podem “trabalhar” livremente, desde que não usem armas nem intimidem os moradores das comunidades. Em dezembro do ano passado publiquei, aqui no Blog, um importante artigo de denúncia, mostrando que a política de “pacificação” das favelas não passa de uma manobra eleitoreira do governador cabralzinho, que inclui um incrível e espantoso acordo entre as autoridades estaduais e os traficantes que atuavam (e continuam atuando) nessas comunidades carentes. O acordo está “firmado” sob as seguintes cláusulas: 1 – Os traficantes somem com as armas da favela, com os “soldados” de máscaras ninjas, com os olheiros e tudo o mais. 2 – A PM entra na favela, sem enfrentar resistência, ocupa os pontos que bem entender, mas não invade nenhuma casa, nenhum barraco, e não prende ninguém, pois não “acha” traficantes ou criminosos. 3 – A favela é tida como “pacificada”, não existem mais marginais circulando armados, os moradores não sofrem mais intimidações, não há mais balas perdidas. 4 – Em compensação, o tráfico fica liberado, desde que feito discretamente, sem muita movimentação.. Até o Blog publicar esses artigos, ninguém havia tocado no assunto. A implantação das chamadas UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) vinha sendo saudada pela imprensa escrita, falada e televisada como uma espécie de panacéia na segurança pública. Era como se, de súbito, as autoridades estaduais e municipais tivessem conseguido “colocar o ovo em pé de Colombo”, resolvendo de uma hora para outra o maior problema da atualidade: a violência e o tráfico de drogas nos guetos das grandes cidades. Não há dúvida, esse é UM DOS MAIORES DESAFIOS DA HUMANIDADE. Como todos sabem, em praticamente todos os países do mundo, governantes e autoridades da segurança pública continuam sem saber como enfrentar e vencer o problema da criminalidade e do tráfico. Menos no Rio de Janeiro. Aqui, houve uma espécie de “abracadabra”, coisa de carioca que se acha o cara, um toque de varinha de condão e, num passe de mágica, as favelas foram “pacificadas”, que maravilha viver aqui no Rio, afinal de contas é a "Cidade Maravilhosa". Tinha o "menino do Rio" agora temos o tal de "Rodrigo Pimentel", o sabe tudo da TV Globo. O mais interessante: não foi disparado UM ÚNICO E ESCASSO TIRO, os traficantes e “donos” das favelas não lançaram uma só granada, um solitário morteiro, não acionaram seus lança-chamas, seus mísseis portáteis, seus rifles AR-15 e M-16, suas submetralhadoras Uzi, nada, nada. No artigo-denúncia que publiquei no final de dezembro e nos outros que se seguiram em janeiro, chamei atenção para esse fato espantoso: ninguém reparou que a tal “pacificação” foi fácil demais, não houve uma só troca de tiros? O pior foi a atitude do governador cabralzinho, que deve pensar (?) que os demais cidadãos são todos imbecis e aceitam qualquer “explicação” que lhes seja fornecida pelas autoridades. Recordemos que foi ele quem teve a ousadia e a desfaçatez de vir a público e proclamar, textualmente: “DEI PRAZO DE 48 HORAS PARA OS TRAFICANTES DEIXAREM O CANTAGALO-PAVÃO-PAVÃOZINHO”. Como é que é? O governador esteve com os traficantes, “cara-a-cara”, e fez o ultimato? Ou mandou recado por algum amigo comum? Como foi o procedimento? Ninguém sabe. O que se sabe é que o governador alardeava (e continua alardeando) que, em todas as favelas onde a Polícia Militar instalou as UPPs, os traficantes e criminosos simplesmente sumiram, assustados, amedrontados, apavorados. Seria tão bom se fosse verdade!! Mas o que é a verdade para esse governador enriquecido ilicitamente, cuja mansão à beira-mar em Mangaratiba virou ponto de atração turística? Para ele, a verdade é a versão que ele transmite, por mais fantasiosa que seja, como se fosse um ridículo Pinóquio de carne e osso (aliás, muito mais carne do que osso, já caminhando para a obesidade precoce), a inventar contos da Carochinha para iludir os eleitores mal informados. Quando escrevi a série de artigos desmascarando a “pacificação das favelas”, houve tremenda repercussão (como ocorre com tudo que sai publicado nesse Blog ou na Tribuna da Imprensa). Mas a maioria das pessoas se recusava a acreditar. Não podiam aceitar que um governante descesse a nível tão baixo, criasse tão estarrecedora mistificação, tentasse manipular tão audaciosamente os eleitores. Mas meus artigos plantaram a semente da dúvida. Nas redações, os jornalistas começaram a questionar a veracidade do sucesso dessa política de segurança pública. Até que, há dois ou três meses, O Globo publicou uma página inteira em sua seção “Logo” (que é uma espécie de “pensata”), ironizando a facilidade com que as favelas teriam sido “pacificadas”. (Não me deram crédito nem royalties, é claro, mas fico esperando o pré-sal). No dia 2 de julho, mais uma vez O Globo, em reportagem de Vera Araújo, comprova que meus artigos de denúncia estavam corretos. Sob o título “FEIRÃO DE DROGAS DESAFIA UPP”), com fotos impressionantes feitas em maio na Cidade de Deus, a matéria mostra que o tráfico de drogas está e sempre esteve liberado, exatamente como afirmei. Ao que parece, a repórter nem chegou a ir à Cidade de Deus. As fotos na “favela pacificada” foram feitas por um morador do local, que as enviou ao jornal. Foi facílimo fazer a matéria, as imagens dizem tudo. No dia seguinte, mais um repique em O Globo , mostrando que, assim com o tráfico de drogas, também a exploração de caça-níqueis está liberada na comunidade “tomada” pela PM. As fotos, novamente, são de um morador da favela, que o jornal, obviamente, não identifica. *** PS – Isso não está acontecendo somente na Cidade de Deus.. Em todas as favelas pacificadas ocorre o mesmo. PS2 – Aproxima-se a eleição e, na campanha, o governador vai massacrar a opinião pública com a divulgação do êxito da “pacificação das favelas”. Este é o ponto mais forte de sua “plataforma” eleitoral, ao lado das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). PS3 – Aliás, UPPs e UPAs, tudo a ver. As UPAs também são um golpe de marqueting político-eleitoral, conforme iremos demonstrar neste Blog. PS4 – O desgoverno de Cabral é um tema longo, do tipo “E o vento levou”. E seria bom, seria ótimo, se o vento o levasse permanentemente para longe de nós. Por Helio Fernandes, jornalista

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Homocracia totalitária

Eguinaldo Hélio de Souza

Um conhecido site de compartilhamento na internet possui cerca de 34 milhões de arquivos. São textos, vídeos, áudios, imagens, programas de todas as naturezas. Dificilmente um tema não será encontrado ao ser digitado em seu sistema de buscas. Entretanto, se você inserir a palavra “homossexualismo” nada encontrará dentro de seus inúmeros arquivos. Se, pelo contrário, inserir “homofobia”, uma enxurrada de informações estará a seus dispor.

A questão é porque uma palavra há pouco tão comum em nossa cultura desapareceu tão completamente e um vocábulo recém criado tomou o seu lugar? Quem é responsável por essa mudança? Que intenções existem por trás desse procedimento? Quais as implicações de tal fato? Essa mudança vocabular tem conseqüências maiores?

Na verdade, tais fatos são sintomáticos. Estão indicando uma mudança cultural significativa. Não necessariamente uma mudança natural do pensamento da sociedade e sim uma alteração imposta. A questão semântica envolvida está fundamentada em decisões e atitudes ditatoriais que não abre espaço para o debate e não permite discordâncias.

Os leitores do livro “1984” de George Orwell com certeza estarão bem familiarizados como essa manipulação da linguagem. Eles sabem que não se trata de mudar vocábulos, mas de manipular pensamentos e distorcer conceitos. A ditadura fictícia criada por Orwell era baseada em fatos históricos. Qualquer semelhança não era mera coincidência.

Ao dar às palavras um sentido diverso do que elas tinham, a mente era forçada a se contradizer. Era a novilíngua servindo de instrumento de dominação. A supressão de certas palavras tinha a finalidade de suprimir idéias ligadas à elas. A criação de novas palavras inseria as idéias que os dominadores queriam inculcar na mente de ouvintes e leitores, mesmo sem seu consentimento.

No romance de orwelliano, o Miniamor, ou Ministério do Amor, torturava os discordantes. O Minipaz, ou Ministério da Paz, criava e fomentava a guerra. E o Minifartura, ou Ministério da Fartura, controlava a distribuição de alimentos criando artificialmente a carência e a fome. É fácil entender o quanto essa distorção realidade-palavra era importante para o domínio e controle. O trecho abaixo mostra o protagonista ouvindo a explicação a respeito da manipulação das palavras. Foi reduzido por questão de espaço, mas é suficiente para nos fazer entender a seriedade do assunto:

- Estamos dando à língua a sua forma final - a forma que terá quando ninguém mais falar outra coisa. Quando tivermos terminado, gente como tu terá que aprendê-la de novo. Tenho a impressão de que imaginas que o nosso trabalho consiste principalmente em inventar novas palavras. Nada disso! Estamos é destruindo palavras - às dezenas, às centenas, todos os dias. Estamos reduzindo a língua à expressão mais simples. (...)

- É lindo, destruir palavras. Naturalmente, o maior desperdício é nos verbos e adjetivos, mas há centenas de substantivos que podem perfeitamente ser eliminados. Não apenas os sinônimos; os antônimos também. Afinal de contas, que justificação existe para a existência de uma palavra que é apenas o contrário de outra? (...)

- Não vês que todo o objetivo da Novilíngua é estreitar a gama do pensamento? No fim, tornaremos a crimidéia [idéia contrária aos desejos da ditatura] literalmente impossível, porque não haverá palavras para expressá-la. Todos os conceitos necessários serão expressos exatamente por uma palavra, de sentido rigidamente definido, e cada significado subsidiário eliminado, esquecido. (...) Cada ano, menos e menos palavras, e a gama da consciência sempre um pouco menor. Naturalmente, mesmo em nosso tempo, não há motivo nem desculpa para cometer uma crimidéia. É apenas uma questão de disciplina, controle da realidade. Mas no futuro não será preciso nem isso. A Revolução se completará quando a língua for perfeita. (...) Mudarão as palavras de ordem. Como será possível dizer "liberdade é escravidão” se for abolido o conceito de liberdade? Todo o mecanismo do pensamento será diferente. Com efeito, não haverá pensamento, como hoje o entendemos. Ortodoxia quer dizer não pensar... não precisar pensar. Ortodoxia é inconsciência.

É fácil perceber o perigo por trás das mudanças. Mudam-se as palavras para que as consciências sejam mudadas. Para um exemplo prático e histórico desse tipo de manipulação ideológica basta lembrar que “limpeza étnica” era o termo técnico usado pelo nazismo ao queimar, asfixiar e matar por tortura milhões de judeus. Por trás do eufemismo se escondiam ações diabólicas. As ditaduras não sobrevivem sem manipular o sentido das palavras.

Homossexualismo X Homofobia
A palavra homossexualismo foi exorcizada por uma ditadura gay incipiente que alegou ser o sufixo “ismo” um indicador de doenças. Usá-la significaria atribuir uma enfermidade ao praticante. Entretanto, esse é um preconceito contra o sufixo. Ele tem inúmeros significados que nada têm haver com doença. Podemos citar:

* Doutrinas ou sistemas: realismo, positivismo, fascismo, budismo;

* Modo de proceder ou pensar: heroísmo, servilismo;

* Forma peculiar da língua: galicismo, neologismo;

* Na terminologia científica: daltonismo, reumatismo.

De acordo com o dicionário, ismo, é um sufixo de origem grega e indica origem, crença, escola, sistema, conformação. Ou seja, palavras com essa terminação indicam que uma ideologia é seguida, que existe algo consolidado como regra ou, pelo menos, que se acredita ser uma regra. Assim temos o positivismo, catolicismo, presidencialismo, helenismo, jornalismo, etc. Meu jornalismo opinativo não é uma doença com toda certeza.

Mas que dizer da palavra homofobia?
Homofobia sim traduz a idéia de doença. Não é simplesmente um medo, mas um medo irracional e mórbido. Quando aplicado a qualquer pessoa que discorde da prática sexual entre pessoas do mesmo sexo, torna esse um doente. E mais. Além desse sentido de doença, foi acrescentado a ele o sentido de ódio e de um modo tão vil que para ser homofóbico, basta discordar. Então o indivíduo automaticamente se torna um doente e criminoso que odeia os praticantes da homossexualidade. Em um simples jogo de palavras, tudo vira de ponta cabeça.

Homossexualidade X Homoafetividade
Uma das maiores demonstrações de manipulação mental e social através da mudança de vocabulário está presente na substituição da palavra homossexualidade por homoafetividade. Foi feito como se ambas fossem sinônimos, quando na verdade são conceitos bem diferentes.

Homossexualidade (grego homos = igual + latim sexus= sexo) refere-se ao atributo, característica ou qualidade de um ser — humano ou não — que sente atração física, emocional e estética por outro ser do mesmo sexo. Como uma orientação sexual, a homossexualidade se refere a "um padrão duradouro de experiências sexuais, afetivas e românticas principalmente entre pessoas do mesmo sexo";

Homoafetividade por seu turno se refere pura e simplesmente à manifestação de afeto, ou seja, carinho e amor, por uma pessoa do mesmo sexo.

Ora, a homoafetividade ocorre entre pai e filho, entre mãe e filha, entre irmãos, parentes ou mesmo amigos do mesmo sexo sem que esteja presente qualquer prática sexual. Seria absurdo pensar tal coisa. Afeto eu tive por meu pai e o tenho naturalmente por meu filho. Todavia, praticar sexo com eles seria horrendamente impensável. Transformar em sinônimos essas duas palavras é um crime contra a consciência e contra a verdade.

Afeto é bonito e terno, expressa o sentimento de amor que Deus deu ao homem. Igualá-lo a uma prática condenada ao longo da história por meio de uma troca de palavras é um abuso que já devia há muito ter sido denunciado.

Esse jogo de palavras causa muita confusão. Há casos de jovens que se consideram homossexuais, sem nunca ter tido qualquer relação sexual com pessoa do mesmo sexo. Consideram que o fato de terem grande amizade e apreço por alguém do mesmo sexo já os classifica desse modo. A verdade é que nada é ao acaso. Tudo é friamente calculado. A intenção é confundir.

Homocracia X Democracia
Somos uma democracia, ao menos oficialmente. Em uma definição simplista, governo do povo, pelo povo, para o povo. Como o consenso é impossível, vence a maioria. A vitória de uma minoria agride o sentido da palavra “democrático”.

A maioria do povo brasileiro aprovaria a PLC 122/06? Aprovaria o “kit-gay” nas escolas? Se fosse lhe dado chance, aprovaria a decisão recente do STF de união estável para os homossexuais? Aceitariam a mordaça que da lei de homofobia que criminaliza qualquer pessoa que discorde deles por questões religiosas e de consciência? É óbvio que não. Bastaria um plebiscito para oficializar o que já dizem as enquetes. Se fosse dada uma chance verdadeira do povo se manifestar, com certeza as verbas estatais milionárias e absurdas que as paradas gays e outras atividades do gênero seriam cortadas imediatamente.

Contudo, inúmeras decisões sérias têm sido tomadas em nome de uma minoria contra uma maioria. Uma aristocracia homossexual tem assumido decisões, utilizado verbas públicas, criminalizando pessoas descentes para justificar suas escolhas abomináveis.

Sob a desculpa de um governo laico qualquer padrão moral é taxado de fanatismo religioso. Sim, a população brasileira é cristã, de alguma forma, em sua maioria. E porventura seu cristianismo invalida sua opinião? Pagar imposto pode. Exprimir sua opinião, não pode. Desde quando o laicismo estatal desconsidera um povo por suas crenças? Como já disse alguém, leis ruins são o pior tipo de tirania. Não é esse o nosso caso? A verdade é que os ativistas gays não querem apenas direitos. Eles querem poder.

Erótico versus espiritual
Termino com um texto de A.W. Tozer, um profeta, que como todos os profetas soube captar a essência de seu tempo e expô-lo à luz de Deus. O que ele escreveu há cinqüenta anos mostra sua percepção do verdadeiro conflito que enfrentamos:

O período em que vivemos bem pode passar à história como a Era Erótica. O amor sexual foi elevado à posição de culto. Eros tem mais cultuadores entre os homens civilizados de hoje do que qualquer outro deus. Para milhões o erótico suplantou completamente o espiritual. (...)

Pois bem, se esse deus nos deixasse a nós, cristãos, em paz, eu por mim deixaria em paz o seu culto. Toda a sua esponjosa e fétida sujeira afundará um dia sob o seu próprio peso e será excelente combustível para as chamas do inferno, justa recompensa recebida, e que nos enche de compaixão por aqueles que são arras­tados em sua ruinosa voragem. Lágrimas e silêncio talvez fossem melhores do que palavras, se as coisas fossem ligeiramente diversas do que são. Mas o culto de Eros está afetando gravemente a igreja. A religião pura de Cristo que flui como rio cristalino do coração de Deus está sendo poluída pelas águas impuras que escorrem de trás dos altares da abominação que aparecem sobre todo monte alto e sob toda árvore verde. A.W. Tozer, Erótico versus Espiritual.

Resista verbalmente
Se vamos resistir, resistiremos a partir da linguagem. Os cristãos jamais devem utilizar a palavra “homoafetivo” ou “homoafetividade”. Chame pelo nome verdadeiro – homoerótico ou homossexual. Quando o acusarem ou acusarem alguém de homofóbico, pergunte o que significa isso. Medo de homossexuais? Ódio a homossexuais? Absolutamente não temos. Apenas reprovamos o que a Bíblia reprova.

A mídia já está popularizando a expressão “casal heterossexual”. Essa expressão faz tanto sentido quanto água molhada e fogo quente. Qualquer criança sabe e qualquer dicionário confirma que um casal é macho e fêmea. Desde sempre, em qualquer cultura, em qualquer escrito, religiosos ou não, um casal foi macho e fêmea. Agora porque alguns querem realizar suas práticas sexuais sem serem criticados, subvertem milênios da história humana, não poupando a própria linguagem. Não importa o que duas pessoas do mesmo sexo façam, não importa o que digam, não importa nem mesmo o que outros dirão sobre isso. Eles jamais serão um casal.

Publicado originalmente na Revista Apologética Cristã nº 11.

domingo, 26 de junho de 2011




EXTERMINADORES DO FUTURO
HEITOR DE PAOLA
23/06/2011






“...eu pensava estar trabalhando em uma história de mudanças climáticas. Eventualmente constatei que, na verdade, estava trabalhando numa história sobre política global, sobre como grandes interesses trabalham para esvaziar as democracias em benefício próprio e sobre como eles fazem uso de ONGs – neste caso grupos ambientais – como cobertura política. (...) ... é de todo conveniente recordar que, às vezes, aqueles que dizem que querem fazer o Bem estão (mais) preocupados em se dar bem”. (ELAINE DEWAR, Uma demão de verde)

A história deste livro, muito bem contada, começa quando a autora, uma renomada jornalista canadense, comparece a uma reunião na Igreja Anglicana de São Paulo em Toronto em 1988 na qual o orador principal era o índio caiapó Paulinho Paiakan. O evento era patrocinado por várias ONGs ambientais, principalmente pela WWF-C (World Wildlife Fund Canada) e era um protesto contra a construção pela Eletronorte de 22 usinas no Rio Xingú sem consulta aos índios que veriam inundado seu habitat ancestral. O projeto vinha da “ditadura militar”, altamente condenável, portanto. A platéia ficou estarrecida e enfurecida com o tratamento dado às “vítimas” que sequer podiam reclamar e temeram pelo retorno de Paiakan ao Brasil. A luta dos Caiapós em defesa da sobrevivência de seu povo foi então divulgada para todo o mundo para criar uma teia de proteção ao pobre coitado, ameaçado de morte.

Elaine Dewar simpatizou com a causa de Paiakan, mas como boa jornalista investigativa foi a fundo e chegou a conclusões que jamais imaginara a princípio. O subtítulo do seu livro diz tudo: os laços entre grupos ambientais, governos e grandes negócios. Confessa a autora que seu interesse maior era com o futuro, pois há tempos já era bombardeada com o mal que a humanidade estava causando ao planeta, através do “efeito Estufa”, a destruição das florestas equatoriais, o derretimento das calotas polares, a destruição da camada de ozônio, etc.

Meu interesse aqui, no entanto, não é fazer mais denúncias sobre a cobiça em relação à Amazônia, algumas já bem conhecidas. Como esclareci no artigo anterior deixo as fronteiras físicas para os especialistas e me dedicarei a explorar a invasão do que denominei quarta fronteira, a fronteira mental e ideológica que prepara o caminho para aquelas. No caso em apreço, diferentemente do anterior, o caminho percorrido já foi muito longe.

A agenda ambientalista vai muito além da problemática de nosso território e faz parte de um plano de globalização que visa a dominação por parte de um governo mundial. Para isto é necessário exterminar o futuro possível: aumento da prosperidade mundial através do incremento da produção alimentar pelo agro-negócio e da produção de energia por combustíveis fósseis e físseis. Pretende-se fazer a humanidade retornar a um estado de escassez tanto de alimentos como de combustíveis, renunciar ao conforte do automóvel particular, o maior vilão, com as promessas idílicas de alimentos “saudáveis”, combustíveis “renováveis” e/ou biodegradáveis e fim da poluição. Como uma das sugestões é de investimento maciço na tal energia eólica, chamo a estes planos idiotas de promessas de vento!

Segundo Larry H. Abraham, autor de The Greening: the environmentalists drive for global power todos os projetos e programas por ele estudados são apresentados como “necessários” ou “vitais”, alguns como “salva-vidas” ou por “ameaças à vida”. ‘A luta pela “preservação do meio ambiente” ou para “acabar com a poluição” significa a maior capitulação de toda a história da humanidade, ao transferir poder e recursos naturais para um pequeno grupo de homens, a elite mundial ou Establishment’.

Como é possível que a maior parte da humanidade acredite piamente nestas bobagens ambientalistas e tomem a sério alimentos “orgânicos”, energias renováveis e outras?

Como o assunto é muito vasto limitar-me-ei aqui a uma prévia do que ocorreu em nosso País nas últimas décadas.

Nas décadas de 70/80 o antropologista do Environmental Defense Fund (EDF) Dr. Stephan Schwartzman, inventou o primeiro mito ambientalista brasileiro: Chico Mendes, que influenciado por Schwartzman passou a defender o extrativismo familiar da borracha no Seringal São Luis de Remanso. Em 1987 Schwartzman e o EDF convidaram Chico Mendes a comparecer à reunião anual do Inter-American Development Bank (IDB), onde ele foi apresentado a importantes Membros do Congresso Americano. O IBD criou a Chico Mendes Sustainable Rainforest Campaign. Não sei quem matou Chico, mas quem o fez criou o que faltava: um mártir. Desde então grupos empresariais e ONGs dedicaram-se a invadir a fronteira mental dos brasileiros que, hoje, estão plenamente doutrinados para apoiar irrestrita e cegamente qualquer campanha “ambientalista”, sem enxergar as fortunas que se crescem aos olhos de quem quer ver. A maioria não fará um único protesto contra a fragmentação do País em “nações” indígenas para a “proteção de nossas florestas”. (CONTINUA)

sábado, 18 de junho de 2011

MEIO AMBIENTE

DECÁLOGO de procedimentos
LEGIONÁRIO DO MEIO AMBIENTE


1- REDUZIR
O consumo de bens supérfluos ou desnecessários;
2-
REUTILIZAR
Os materiais que ainda possam ser reutilizados, doando para entidades carentes;
3- RECICLAR
Materiais inorgânicos tais como plásticos, metais, papeis, vidros etc. que podem ser reaproveitados para outras finalidades, e do Lixo orgânico (cascas de frutas, restos de comida) para posterior
compostagem;
4
- MATERIAIS ELÉTRICOS E ELETRÔNICOS
Recolher os materiais eletrônicos ou eletroquímicos (pilhas e baterias em geral) sem condições uso, encaminhando para reciclagem industrial em postos de coleta.
5 - OLEOS DE FRITURAS descartados
Reutilizar fabrico de sabão ou combustível ou entregar em postos de coleta;
6 -PRESERVANDO DOS CAMPOS E MATAS
Evitar queimadas nos campos; e incentivando o plantio de árvores nas margens dos rios e lagos visando perenizar as nascentes;
7 -CONSERVANDO DAS VIAS PÚBLICAS
Colaborar com a limpeza pública, não jogando materiais descartados nas praias, ruas, praças e jardins prevenindo o entupimento de galerias de águas pluviais e canais evitando, assim, a poluição ambiental e enchentes;
8- ECONOMIZANDO ÁGUA
Fechar a torneira enquanto ensaboa o corpo, na escovação de dentes e lavagem de louças e utensílios;
9ECONOMIZANDO ENERGIA
Apagando as lâmpadas quando não houver necessidade de iluminação no ambiente e , desligando aparelhos em stand by ;
10-PROMOVENDO A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Procurando conscientizar seus familiares, seus amigos e principalmente as crianças sobre os procedimentos compatíveis com a preservação da natureza e do meio ambiente. (Cel R1 Ramiro Machado-Ch 5º CTA-Recife/PE)