quarta-feira, 25 de abril de 2018

Constituição, por Antonio Delfim Netto na Folha SP

Carta Magna propõe sistema que combina liberdades civis com a mitigação da desigualdade

A Constituição de 1988 incorpora o ideal de uma sociedade civilizada. No seu artigo 3º afirma que: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”.

Em síntese, ela propõe um sistema que combina amplas liberdades civis com a mitigação da desigualdade de qualquer natureza.

Define, com clareza, as suas condições iniciais: a saúde e a educação universais, financiadas com os recursos de impostos gerais, porque são direitos sociais que tornam possível a construção da igualdade de oportunidades. Estão longe, portanto, de serem “gratuitas”, como insistem alguns de seus detratores.

Como é evidente, a plena liberdade e a relativa igualdade só podem ser usufruídas pelos cidadãos se eles dispuserem de uma sobrevivência material aceitável, isto é, um aumento da quantidade de bens e serviços postos à sua disposição. Em outras palavras, da produtividade média desses mesmos cidadãos!
De que depende o aumento dessa produtividade? Da inteligência, da capacidade de imaginação e da inventividade do homem.

Pequenos grupos nômades no passado remoto, descobriram, por exemplo, que era possível colher os frutos mais altos de uma árvore com a ajuda de uma escada (um bem de produção) que multiplicava sua produtividade.

A história mostra que o aumento da produtividade do trabalho (ao qual se dá o nome de “desenvolvimento econômico”) depende, basicamente, da quantidade e qualidade dos bens de produção postos à disposição de cada trabalhador com conhecimento e disposição para operá-lo.

Aos novos bens de produção que incorporam novas tecnologias (e imaginação!) chama-se investimento. Logo, para crescer (aumentar a produtividade do trabalho), a sociedade tem que harmonizar o que pretende consumir com o que precisa investir para aumentar o seu estoque de bens de produção.

O que dispõe a mesma Constituição sobre a organização econômica para garantir tal eficiência produtiva?

Está no artigo 173: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei”.

Ela privilegia, portanto, a produção pelo setor privado por meio dos mercados.

Antonio Delfim Netto Economista, é ex-ministro da Fazenda (governos Costa e Silva e Médici), ex-deputado federal e professor.https://www1.folha.uol.com.br/colunas/antoniodelfim/2018/04/constituicao.shtml

terça-feira, 24 de abril de 2018

4 falhas de governança corporativa, da Redação CIO


A falta dessa estrutura sólida de governança pode trazer grandes prejuízos às companhias

Publicada em 16 de abril de 2018 às 08h02
À grosso modo, a Governança Corporativa é o que determina as regras que devem ser aplicadas em seu negócio, formando uma estrutura de trabalho que visa promover melhores práticas administrativas, proporcionando mais agilidade, autonomia e transparência as empresas.

'O objetivo da governança corporativa é contribuir para o desenvolvimento econômico saudável da instituição, facilitando o acesso a recursos e melhorando o desempenho das empresas', afirma o professor e consultor Marcos Assi, Sócio Diretor da Massi Consultoria e Treinamento.

A falta dessa estrutura sólida de governança pode trazer grandes prejuízos às companhias, por isso, é primordial detectar possíveis falhas que possam comprometer o profissionalismo do modelo adotado.

Abaixo, Assi lista algumas falhas que podem ser cometidas em todos os tipos de organizações, independentemente do segmento ou tamanho.

1. Independência do Conselho Administrativo:
Qualquer brecha que comprometa a independência do Conselho Administrativo da empresa, automaticamente é uma falha de governança corporativa.

"O conselho administrativo tem a finalidade de melhorar a qualidade das decisões estratégicas e contribuir na redução de riscos, no entanto, para que ele funcione de forma efetiva é necessário que tenha autonomia para isso. O CEO da empresa fazer parte desse conselho, por exemplo, pode gerar conflitos de interesse, além disso, ainda existem casos que o presidente do conselho determina o que o CEO deve fazer, e isso é preocupante', destaca Assi.

2. Falta de Comunicação:
A comunicação deve ser vista como um elemento-chave nos processos internos das empresas, tendo em vista que, desempenha um papel fundamental e cada vez mais estratégico nas organizações.

Assi ressalta que "a transparência, eficácia e responsabilidade na comunicação ajuda a reduzir os riscos do negócio, pois auxilia os agentes de governança a desempenhar melhor suas funções e ampliar os níveis de confiança entre todos os públicos da empresa".

"Comunicar depois que foi realizado é a grande falha de muitas empresas, devemos avaliar antes de executar, por exemplo, podemos citar operações com impactos contábeis e tributários que não são avaliados previamente e causam danos financeiros por questões de algumas irregularidades não identificadas", complementa o professor.

3. Ausência de efetividade das auditorias independentes:
A ausência de efetividades nos trabalhos das auditorias independentes é uma grande falha na governança corporativa, pois é por meio delas que podemos assegurar a eficiência na aplicação de recursos de maneira imparcial e transparente.

"A realização de auditorias independentes nas organizações é de extrema importância na análise dos controles internos, focando na busca de melhorias contínuas", destaca o Professor.

4. Sistema de Remuneração:
Um dos propósitos da boa governança é facilitar e estimular o desempenho de todos, sendo um dos métodos a criação e manutenção de incentivos que proporcionem a produtividade e eficiência empresarial, quando determinados executivos têm o poder de decidir sobre suas próprias remunerações, por exemplo, é fato de que há problemas na governança da empresa.

"Por isso, a implementação de políticas de remuneração e premiação é de suma importância, e atrelada a necessidade de uma política de sucessão na organização", finaliza Assi.
http://cio.com.br/gestao/2018/04/16/4-falhas-de-governanca-corporativa/

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Segurança cibernética movimenta US$ 5,8 bi no Brasil - Valor Econômico

A explicação, segundo o executivo, é o fato de que a segurança cibernética ganhou relevância estratégica, sendo discutida inclusive nos conselhos. "O assunto já está nos 'boards' e nas agendas dos CIOS", acrescenta. Como consequência, a Cipher ganhou clientes que decidiram ampliar seus investimentos em segurança, como Boticário e Kroton. "Ao mesmo tempo, há mais empresas precisando de certificações para atender regras de governança, risco e conformidade, como os associados da Iata", explica. Segundo Bonucci, em pouco mais de um ano a equipe que atende serviços de governança passou de oito para 16 pessoas e ainda tem cinco vagas abertas. 
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No caso da Bluepex, empresa brasileira que começou a operar em 1989 desenvolvendo um antivírus, os investidores também estão se aproximando, afirma Nilton de Souza, diretor de negócios. Um dos atrativos é o fato de ela estar na lista das "Empresas Estratégicas de Defesa" do Ministério da Defesa, já que fornece o antivírus utilizado pelo Exército. "Para este ano, estamos esperando crescer pelo menos 50% no número de contratos, e outro tanto no faturamento." No ano passado, o faturamento cresceu entre 20 e 25% diz Souza.
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Com foco também em defesa, a Stefanini Rafael tem expectativas altas para os negócios neste ano, afirma o diretor da empresa, Longinus Timochenco: "A empresa vem investindo forte nessa vertical de cibersegurança. E os estudos indicam que o cenário de cibersegurança é cada vez mais estratégico para os negócios". A empresa é uma parceria anunciada em abril de 2016 da Stefanini com a israelense Rafael, para fornecimento de serviços de segurança cibernética e inteligência.

"Nossa estratégia não é agir nos incidentes, mas na prevenção, na inteligência", diz Timochenco. A segurança é voltada para todas as facetas de TI, diz o diretor: usuários, dispositivos, sistemas, aplicações, informações (físicas ou digitais) e infraestrutura. Como complemento, acrescenta, a Stefanini Rafael faz também perícias (forensics na expressão em inglês) em incidentes de segurança digital.
Fonte: VALOR ECONÔMICO - SP