segunda-feira, 16 de novembro de 2015

NÃO DÁ PARA ENGOLIR TUDO - por Augusto Heleno Pereira em 16/11/2015


Jornalistas odeiam censura e cerceamento à liberdade de expressão, mas alguns se assustam quando chefes militares da ativa fazem colocações verdadeiras e oportunas sobre a conjuntura nacional.
Vale recordar que os profissionais das três Forças se dedicam, durante a carreira, ao estudo de problemas brasileiros e à avaliação da conjuntura internacional.
Além da Universidade Militar (quatro anos), cursam, como capitães, a Escola de Aperfeiçoamento (um ano); depois, mediante concurso, já oficiais superiores, a Escola de Comando e Estado Maior (dois anos); e, por último, durante um ano, um pós-doutorado, na área de política e estratégia.
Saem da teoria e vivem os problemas “in loco”. Residem, invariavelmente, nos lugares mais inóspitos do território nacional, particularmente na Amazônia, onde, quase sempre, só os “milicos” se fazem presentes. Conhecem o país como poucos. Pagam impostos e são obrigados a votar.
Importante notar que a incapacidade de boa parte dos governantes lhes custa caro. Por conta disso, distribuem água no Nordeste; constroem e reparam estradas e pontes; ocupam comunidades para reprimir o crime; monitoram, sozinhos, boa parte das imensas fronteiras; retomam invasões ilegais; cuidam de inúmeras comunidades indígenas abandonadas; cobrem deficiências do sistema de saúde; gerenciam catástrofes; combatem a dengue, entre outros.
Ou seja, os militares cumprem qualquer missão, além de suas tarefas constitucionais. Ainda assim, são mal remunerados e dispõem de orçamento destroçado. Por motivos óbvios, não podem se organizar em sindicatos, nem fazer greves.
Os chefes militares exigem de seus comandados dedicação integral, até em fins de semana e feriados, sem qualquer remuneração extra. Devem, portanto, mantê-los inteirados da situação.
O general de Exército Antônio Hamilton Martins Mourão construiu sua carreira pautado pela lealdade, retidão e respeito aos subordinados. Soldado exemplar, líder inconteste, nunca se permitiu mentir, blefar, caluniar ou se omitir.
Desafio que apontem qualquer inverdade nas palavras que Mourão dirigiu a outros militares, em atividade interna. Um dos slides de sua palestra informava que “a maioria dos políticos de hoje parecem privados de atributos intelectuais próprios e de ideologias, enquanto dominam a técnica de apresentar grandes ilusões que levam os eleitores a achar que aquelas são as reais necessidades da sociedade”.
O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, julgou que esses são assuntos institucionais que cabiam a ele, comandante, abordar. Pediu a transferência de Mourão do Comando Militar do Sul para outra função, na secretaria de Finanças, igualmente nobre, compatível com o posto que ocupa. Assunto encerrado. Princípios de hierarquia e disciplina. Simples assim.
Fica a dica: autoridades civis, que conduzem os destinos do Brasil (aquelas que enfiarem a carapuça), se querem evitar esse tipo de desconforto, comportem-se com um mínimo de dignidade, competência e probidade, evitando tantas mentiras, escândalos e roubalheiras. Não dá para engolir tudo.
Esquerdopatas, fiquem calmos. São outros tempos. As Forças Armadas seguirão apolíticas e apartidárias, mas, pelo que levam na alma, jamais serão bolivarianas.
Os castrenses não pensam em tomar o poder, nem pretendem violar as instituições do regime democrático em que vivemos, ainda que pleno de imperfeições.
No entanto, não somos robôs descerebrados e insensíveis. Guardamos, tanto quanto vocês, o direito e o dever de espernear contra tantos desmandos e falcatruas.
Brasil, acima de tudo!

AUGUSTO HELENO PEREIRA, 68, general da reserva do Exército, é diretor de comunicação e educação corporativa do COB – Comitê Olímpico do Brasil. Foi comandante da Missão das Nações Unidas no Haiti (2004 e 2005)
original no Clube Militar: http://clubemilitar.com.br/nao-da-para-engolir-tudo-gen-augusto-heleno-pereira/ (não encontrado)

sábado, 7 de novembro de 2015

Cisco vê oportunidades no compartilhamento de infraestrutura-POR BRUNO DO AMARAL


A Cisco observa as novas estratégias de operadoras no Brasil em cenário de crise de olho em oportunidades para novas tecnologias na melhora da eficiência operacional. A companhia é fornecedora de rede e vislumbra novas possibilidades com acordos de cooperação entre as teles – até mais do que um eventual movimento de consolidação no mercado.


É o que explica o gerente de desenvolvimento de negócios para o segmento de operadoras da Cisco Brasil, Florian Hartmann. Segundo informou a este noticiário durante a conferência Cisco Live em Cancún, no México, acordos para a cobertura indoor, como o que a Claro, Oi, TIM e Vivo estão pretendendo (a proposta do termo de compromisso está no Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade), pode ser um mercado fértil para a fornecedora.


"A gente entra no indoor em dois ou três aspectos: offload, via Wi-Fi, ou femtocells e, obviamente, depois na conexão e gerenciamento, para utilizar o backbone ou a (rede) metro que vai transportar a cobertura", declara. Isso envolve a inteligência na hora de instalar as small cells no local, incluindo seus posicionamentos das antenas. Hartmann vê nessas small cells ma tendência, ainda que não em um futuro imediato, graças a compartilhamentos de infraestrutura. "Para conectar uma femto, tem que ter rede, não trabalham em Mesh, então tem que levar fibra", explica. Além disso, os próprios estabelecimentos dificultavam a instalação do backhaul se fosse para apenas uma operadora, segundo o representante da Cisco.


Por outro lado, a melhor eficiência espectral, como no caso do LTE-Advanced, que deve começar a ser implantado no Brasil em 2016, pode ajudar. "A facilidade de transportar dados fica maior, mais econômico, mais óbvio e gera mais demanda de banda", diz.


Da mesma forma, a iniciativa de RAN Sharing (compartilhamento de espectro), parcerias como a acordo tripartite que inclui Claro, Oi e Vivo na faixa de 2,5 GHz, não afeta os negócios da fornecedora. "Porque o crescimento de dados é tão significativo e alto que ele (o operador) tem que proporcionar capacidade em vez de fazer economia", avalia.


Na opinião dele, o cenário de consolidação não faria diferença para negócios para a Cisco, já que o volume de dados iria crescer e, assim, investimentos na rede core devem continuar acontecendo. Com as obrigações de haver compartilhamento de sites, há economia das operadoras no acesso, mas não há redução para o backhaul/backbone. "A própria América Móvil é exemplo: estamos com Embratel, Claro e Net, mas ainda funciona praticamente como empresas separadas", declara. "Eles estão fazendo bom trabalho, mas mostra como é difícil juntar redes."
http://convergecom.com.br/teletime/06/11/2015/cisco-ve-oportunidades-no-compartilhamento-de-infraestrutura/?noticiario=TT&__akacao=2669911&__akcnt=123c0bb0&__akvkey=c437&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=TELETIME+News+-+06%2F11%2F2015+20%3A52

Brasil prioriza setores de satélite e radiodifusão em conferência de espectro-SAMUEL POSSEBON



(Atualizado em 7/11 às 10:40) A Conferência Mundial de Radiocomunicações, da União Internacional das Telecomunicações (UIT), que acontece até o final deste mês, em Genebra, é um encontro relevante para definir algumas posições do país diante dos embates que têm caracterizado conferências similares nos último anos: a disputa entre ampliar o espaço para a banda larga móvel (IMT) em detrimento de outros serviços, que podem perder espaço no espectro. A conferência é o local que define as políticas globais de alocação de recursos de espectro. Não necessariamente os países são obrigados a seguir as determinações da UIT, mas são elas que balizam o desenvolvimento de tecnologias e a estratégia global das empresas de telecomunicações, e ter uma posição desalinhada com o restante do mundo pode ter efeitos custosos para o País no futuro.

A posição brasileira, na conferência que está em curso, será marcada sobretudo pela defesa do espectro da radiodifusão e dos serviços via satélite. Há várias disputas em pauta.

Uma delas é a destinação de faixas abaixo dos 700 MHz para o IMT. A faixa em discussão éa de 600 MHz. Nesse caso, o Brasil será totalmente contrário, por duas razões. Uma é que o espectro é importante para a radiodifusão, e a radiodifusão tem um papel muito importante no modelo brasileiro de telecomunicações. Os países que estão defendendo a destinação destas faixas para o IMT são EUA e alguns países da Ásia, que não têm a necessidade de acomodar emissoras de TV no espectro. Mas o Brasil está alinhado à Europa, que tem posição semelhante de não destinar essa faixa para a banda larga móvel. Dos vizinhos brasileiros, apenas a Colômbia defende a destinação destas faixas ao IMT, o que pode significar, no futuro, a necessidade de ajustes nas zonas de fronteiras. A expectativa é que fique previsto, em notas de rodapé, a possibilidade de uso desta faixa de 600 MHz para o IMT, o que não é uma posição ruim para o Brasil e para os radiodifusores.

Também há uma discussão em relação à destinação da faixa de 1,4/1,5 GHz (banda L) para o IMT, e nesse caso o Brasil não deve se opor, assim como os demais países.

A disputa mais acirrada deve se dar pela faixa de 3,4 GHz a 4,2 GHz. Esta é uma faixa especialmente crítica para o setor de satélite, pois é onde operam os serviços de banda C, extremamente relevantes para a transmissão via satélite dos sinais de TV, inclusive para o público final. A posição do Brasil é de aprovar a destinação da faixa de 3,4 GHz a 3,6 GHz para o IMT, mas o restante continuaria reservado à banda C satelital. É uma posição intermediária, já que o setor de satélite e de radiodifusão quer a preservação total a fim de evitar qualquer possibilidade de interferência na banda C. Basta lembrar que há anos o Brasil tem evitado colocar essa faixa em licitação justamente pelos problema de interferência constatados. O problema é que os EUA aceitam ir até a faixa de 3,8 GHz e a Europa vai até 3,7 GHz. Se estas posições prevalecerem cria-se um grande problema para as empresas de satélite (e radiodifusão) no Brasil. Alguns países do Pacífico também têm problema pois dependem muito da comunicação via satélite.

Por fim, haverá a disputa pela sinalização das futuras faixas para 5G, acima da casa dos 6 GHz. Na verdade é uma indicação das faixas que serão consideradas em um novo ciclo de conferências de radiocomunicação, não uma deliberação imediata. Nesse sentido, a posição brasileira será de tentar preservar desde já a faixa hoje utilizada para a banda Ka (faixas entre 26 GHz e 28 GHz), importante para a banda larga via satélite. Vale lembrar que as últimas licitações de satélite brasileiros tiveram grande interesse das empresas na faixa de banda Ka e o próprio Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicação (SGDC), a ser lançado no final de 2016, opera nesta faixa.

A delegação brasileira em Genebra conta com 27 pessoas entre executivos das operadoras de telecomunicações, operadoras de satélite, emissoras de TV e governo. Como representantes governamentais, que têm voz ativa nas discussões, há oito técnicos, da Anatel, Ministério das Comunicações e Aeronáutica.
http://convergecom.com.br/teletime/06/11/2015/brasil-prioriza-setores-de-satelite-e-radiodifusao-em-conferencia-de-espectro-da-uit/?noticiario=TT&__akacao=2669911&__akcnt=123c0bb0&__akvkey=c437&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=TELETIME%20News%20-%2006%2F11%2F2015%2020%3A52

Transformação digital é um movimento e não um conceito - Luciano Schilling

Em cinco anos, cerca de 40% das atuais empresas líderes de mercado em todos os segmentos terão desaparecido em função da chamada transformação digital. Por que? Porque hoje 75% delas ainda não se alinharam a esta tendência galopante e não definiram uma estratégia digital para seus negócios.


Não sou eu que estou dizendo. O dado é embasado em um estudo global promovido pelo Centro Global para a Transformação Digital dos Negócios, mantido pelo suíço Institute of Management Development (IMD) e pela norte-americana Cisco.


A falada transformação digital é uma realidade e não há mais tempo para se preparar para ela: é preciso adaptar-se a ela, nadar na maré em curso. Competitividade é sinônimo de sobrevivência em tempos como os da atual instabilidade econômica, e para ser competitivo é preciso aumentar produtividade, reduzir custo e gerar valor para o cliente.


A fórmula não tem nada de mágica: chegar a estes resultados pode ser bastante difícil, especialmente em meio a um cenário de crise, mas a tecnologia pode ser o agente facilitador mais acertado.
Primeiramente, o que causa ruptura nos negócios? Muitas vezes, a desconexão deles com eles mesmos. Uma empresa estratificada é uma empresa que não conversa, e a falta de ligação entre setores pode ser um problema bem grave, resultante em falta de padrão e assertividade nos processos, ausência de controle pela gestão e, na ponta, a inevitável consequência da perda de qualidade na entrega ao cliente.


Interligação, conexão, são palavras de ordens para negócios que quiserem se manter competitivos no cenário atual. A informação precisa circular e chegar às pessoas certas – todas elas. Tecnologias que permitam a interconexão da empresa são a chave para isso.


A boa notícia é que elas são abundantes. Soluções de Unified Communications permitem interconectar departamentos, filiais, canais, todo um universo com a economia que a telefonia comum não proporcionará. Dispositivos e aplicativos móveis permitem conexão e operação a partir de qualquer lugar, a qualquer tempo, além de trazerem a possibilidade do BYOD e CYOD, que podem melhorar a agilidade das comunicações e do trabalho dentro e fora do ambiente de trabalho, tudo com o bônus da segurança e controle garantidos por soluções de gerenciamento destes gadgets, como o MDM (Mobile Device Management).


Optar por uma ou por todas estas tecnologias é um passo certeiro em direção à meta da competitividade. Ser mobile ou contar com comunicações unificadas para falar mais ágil e economicamente com unidades de negócio é ser mais presente, ser mais presente é ser mais produtivo, ser mais produtivo é ser mais competitivo.


A computação em nuvem oferece outras boas alternativas. Melhorar a infraestrutura de TIC, ter espaço e desempenho suficiente para hospedar sistemas, e-mail, rodando perfeitamente, sem o ônus do alto investimento que a construção ou expansão de um data center próprio demanda é ouro em tempos como estes. Uma estratégia de cloud computing bem estruturada encorpa os negócios, trazendo mais performance, agilidade e conexão com economia e facilidade de controle da estrutura e de suas sempre possíveis evoluções.


Sem esquecer, é claro, da segurança. Tão importante quanto aderir às tecnologias que garantem transformação digital é investir em proteger toda a estrutura. A oferta de soluções para proteção e controle de dados corporativos é volumosa, cabe a cada empresa avaliar um fornecedor que consiga entender sua exata demanda e desenhar um ambiente de segurança compatível – já que contratar mais ou menos recursos do que o necessário significa não precaução ou economia, mas aumento de custo e risco.


Outro conceito bastante falado atualmente que merece atenção é a IoT, a Internet das Coisas. Pode parecer uma tendência distante da realidade das empresas, mas é notável seu avanço galopante, com cada vez mais fabricantes da indústria de TI lançando dispositivos e aplicações nesta linha, o que indica que bem mais cedo do que tarde ela estará permeando os ambientes corporativos tão normalmente quanto necessariamente.


Isto porque a IoT garante conectividade, ampliação da visibilidade e controle – questões que, como afirmado e reafirmado acima, compõem irremediavelmente o ambiente da transformação digital.

Uniffied Communications, mobilidade, cloud computing, IoT, permeados por soluções de gerenciamento e segurança, participam da construção de um ambiente de pessoas e negócios, colaboradores e clientes, necessidades e ofertas, empresa e mercado mais próximos, mais conectados.


A transformação digital é isso: um movimento e não um conceito, uma realidade mais do que uma tendência em estudo. Trata-se de olhar para o negócio de forma mais holística e buscar estruturas que tragam organicidade às operações. É inovação, e está em curso. Não há mais tempo para se preparar, já está aqui. Surfar na onda ou deixar-se arrastar – correndo o risco de afogar-se, neste segundo caso – é a única escolha em aberto.


FONTE: CorpTV
http://corptvbrasil.blogspot.com.br/2015/11/transformacao-digital-e-um-movimento-e.html

Gartner lista dez tendências tecnológicas de alto impacto para 2016 - computerworld


Consultoria aponta conceitos que afetarão os planos, os programas e as iniciativas das empresas a partir do próximo ano


O Gartner ligou sua bola de cristal e liberou previsões tecnológicas para 2016. A consultoria listou dez tendências que possuem potencial de influenciar significativamente as organizações em um horizonte de doze meses.

Fatores que denotam o impacto desses conceitos incluem a elevada possibilidade de interferência nos negócios, nos usuários finais ou na TI; a necessidade de grande investimento; ou o risco de ser tarde demais para adotá-lo. Na visão de analistas, essas tecnologias afetam os planos, os programas e as iniciativas das empresas em longo prazo.

As três primeiras apostas do Gartner abordam a fusão dos mundos físico e virtual e o surgimento da malha digital. “Enquanto as organizações se concentram nos mercados digitais, o negócio algorítmico está surgindo – e logo essas relações e interligações definirão o futuro dos negócios”, afirma.

De acordo com a consultoria, no mundo algorítmico, muitas coisas acontecem em um plano em que as pessoas não estão diretamente envolvidas. Isso é possibilitado por máquinas inteligentes, abordadas pelas três tendências seguintes.

As quatro últimas tendências apresentadas se referem à nova realidade de TI, com a arquitetura e a plataforma de tendências necessárias para apoiar os negócios digitais e algorítmico.

1. Malha de dispositivos - O termo ‘malha de dispositivos’ refere-se a um extenso conjunto de pontos utilizados para acessar aplicativos e informações ou para interagir com pessoas, redes sociais, governos e empresas. Ele inclui dispositivos móveis, wearables (tecnologias para vestir), aparelhos eletrônicos de consumo e domésticos, dispositivos automotivos e ambientais – tais como os sensores da Internet das Coisas (IoT).

"O foco está no usuário móvel, que é cercado por uma malha de dispositivos que se estende muito além dos meios tradicionais", diz David Cearley, vice-presidente do Gartner. Segundo ele, embora os dispositivos estejam cada vez mais ligados a sistemas back-end por meio de diversas redes, eles muitas vezes operam isoladamente. Como a malha evolui, esperamos que surjam modelos de conexão para expandir e aprimorar a interação cooperativa entre os dispositivos.

2. Experiência ambiente-usuário - A malha de dispositivos estabelece a base para uma nova experiência de usuário contínua e de ambiente. Locais imersivos, que fornecem realidade virtual e aumentada, possuem potencial significativo, mas são apenas um aspecto da experiência. A vivência ambiente-usuário preserva a continuidade por meio das fronteiras da malha de dispositivos, tempo e espaço. A experiência flui regularmente em um conjunto de dispositivos de deslocamento e canais de interação, misturando ambiente físico, virtual e eletrônico, ao passo que o usuário se move de um lugar para outro.

"Projetar aplicativos móveis continua sendo um importante foco estratégico para a empresa. No entanto, o projeto objetiva fornecer uma experiência que flui e explora diferentes dispositivos, incluindo sensores da Internet das Coisas e objetos comuns, como automóveis, ou mesmo fábricas. Projetar essas experiências avançadas será um grande diferencial para fabricantes independentes de software (ISVs) e empresas similares até 2018", afirma Cearley.

3. Impressão 3D - Os investimentos em impressão 3D (três dimensões) já possibilitaram o uso de uma ampla gama de materiais, incluindo ligas avançadas de níquel, fibra de carbono, vidro, tinta condutora, eletrônicos, materiais farmacêuticos e biológicos. Essas inovações estão impulsionando a demanda do usuário, e as aplicações práticas estão se expandindo para mais setores, incluindo o aeroespacial, médico, automotivo, de energia e militar. A crescente oferta de materiais conduzirá a uma taxa de crescimento anual de 64,1% em carregamentos de impressoras 3D empresariais até 2019. Esses avanços exigirão uma reformulação nos processos de linha de montagem e na cadeia de suprimentos.

"Ao longo dos próximos 20 anos, a impressão 3D terá uma expansão constante dos materiais que podem ser impressos, além do aprimoramento da velocidade com que os itens podem ser copiados e do surgimento de novos modelos para imprimir e montar peças", estima o analista.

4. Informação de tudo - Tudo na malha digital produz, utiliza e transmite informação. Esses dados vão além da informação textual, de áudio e de vídeo, incluindo informações sensoriais e contextuais. O termo ‘informação de tudo’ aborda essa afluência com estratégias e tecnologias para conectar dados de todas essas diferentes fontes.

A informação sempre existiu em toda parte, mas muitas vezes isolada, incompleta, indisponível ou ininteligível. Os avanços nas ferramentas semânticas, como bancos de dados de gráfico e outras técnicas de análise de classificação e de informação emergente, trarão significado para o dilúvio, muitas vezes caótico, de informações.

5. Aprendizagem avançada de máquina - No aprendizado avançado de máquina, as Redes Neurais Profundas (DNN) movem-se além da computação clássica e da gestão da informação, criando sistemas que podem aprender a perceber o mundo de forma autônoma.

As múltiplas fontes de dados e a complexidade da informação tornam inviáveis e não rentáveis a classificação e a análise manual. As DNNs automatizam essas tarefas e possibilitam a abordagem de desafios-chave relacionados a tendências.

As DNNs são uma forma avançada de aprendizado de máquina particularmente aplicável a conjuntos de dados grandes e complexos, e fazem equipamentos inteligentes aparentarem ser ‘inteligentes’. Elas permitem que sistemas de hardware ou baseados em software aprendam por si mesmos todos os recursos em seu ambiente, desde os menores detalhes até grandes classes abstratas de conteúdo de varredura.

Essa área está evoluindo rapidamente, e as organizações devem avaliar como aplicar essas tecnologias para obter vantagem competitiva.

6. Agentes e equipamentos autônomos - O aprendizado de máquina dá origem a um espectro de implementações de equipamentos inteligentes – incluindo robôs, veículos, Assistentes Pessoais Virtuais (APV) e assessores inteligentes –, que atuam de forma autônoma ou, pelo menos, semiautônoma. Embora os avanços em máquinas inteligentes físicas, como robôs, chamem a atenção, elas, quando baseadas em software apresentam um retorno mais rápido e impacto mais amplo.

Assistentes Pessoais Virtuais como o Google Now, o Cortana da Microsoft e o Siri da Apple estão se tornando mais inteligentes e são precursores de agentes autônomos. O surgimento da noção de assistência alimenta a experiência usuário-ambiente, no qual um agente autônomo se torna a interface com o usuário principal. Em vez de interagir com menus, formulários e botões em um smartphone, o indivíduo fala com um aplicativo, que é realmente um agente inteligente.

"Ao longo dos próximos cinco anos evoluiremos para um mundo pós-aplicativos, com agentes inteligentes fornecendo ações e interfaces dinâmicas e contextuais. Os líderes de TI devem explorar como usar equipamentos e agentes autônomos para aumentar a atividade, permitindo que as pessoas façam apenas os trabalhos que humanos podem fazer. No entanto, eles devem reconhecer que agentes e equipamentos inteligentes são um fenômeno de longo prazo, que evoluirá continuamente e expandirá seus usos nos próximos 20 anos", projeta o vice-presidente do Gartner.

7. Arquitetura de segurança adaptativa - As complexidades dos negócios digitais e a economia algorítmica, combinadas com uma ‘indústria hacker’ emergente, aumentam significativamente a superfície de ameaça às organizações. Basear-se no perímetro de defesa fundamentado em regras é pouco, especialmente pelo fato de que as empresas exploram muitos serviços baseados em nuvem e Interfaces de Programação de Aplicação (API) abertas para clientes e parceiros de integração com seus sistemas.

Os líderes de TI devem concentrar-se em detectar e responder às ameaças, assim como no bloqueio mais tradicional e em outras medidas para prevenir ataques. A autoproteção de aplicativos e a análise de comportamento de usuários e entidades ajudarão a cumprir a arquitetura de segurança adaptativa.

8. Arquitetura de sistema avançado - A malha digital e as máquinas inteligentes requerem demandas intensas de arquitetura de computação para torná-las viáveis para as organizações. Isso aciona um impulso em arquitetura neuromórfica ultraeficiente e de alta potência. Alimentada por matrizes de Portas Programáveis em Campo (FPGA) como tecnologia subjacente, ela possibilita ganhos significativos, como a execução em velocidades de mais de um teraflop com alta eficiência energética.

"Sistemas construídos em Unidades de Processamento Gráfico (GPU) e FPGAs funcionarão como cérebros humanos, particularmente adequados para serem aplicados à aprendizagem profunda e a outros algoritmos de correspondência de padrão usados pelas máquinas inteligentes. A arquitetura baseada em FPGA possibilitará uma maior distribuição de algoritmos em formatos menores, usando consideravelmente menos energia elétrica na malha de dispositivo e permitindo que as capacidades avançadas de aprendizado da máquina sejam proliferadas nos mais ínfimos pontos finais da Internet das Coisas, tais como residências, carros, relógios de pulso e até mesmo seres humanos", afirma Cearley.

9. Aplicativo de rede e arquitetura de serviço - Designs monolíticos de aplicação linear, como arquitetura de três camadas, estão dando lugar a uma abordagem integrativa de acoplamento mais informal: aplicativos e serviços de arquitetura. Ativada por serviços de aplicativos definidos por software, essa nova abordagem permite desempenho, flexibilidade e agilidade como as da web.

A arquitetura de microsserviços é um padrão emergente para a criação de aplicações distribuídas, que suportam o fornecimento ágil e a implantação escalável tanto no local quanto na cloud. Contêineres estão emergindo como uma tecnologia essencial para permitir o desenvolvimento e a arquitetura de microsserviços ágeis. Levar elementos móveis e de IoT para a arquitetura de aplicativos cria um modelo abrangente para lidar com a escalabilidade em nuvem de back-end e a experiência de malha de dispositivos de front-end.

Equipes de aplicativos devem criar arquiteturas modernas para fornecer utilitários baseados em nuvem que sejam ágeis, flexíveis e dinâmicos, com experiências de usuário também ágeis, flexíveis e dinâmicas abrangendo a malha digital.

10. Plataformas de Internet das Coisas (IoT) - As plataformas de IoT complementam o aplicativo de rede e a arquitetura de serviço. Gerenciamento, segurança, integração e outras tecnologias e padrões da plataforma são um conjunto básico de competências para elementos de criação, gestão e fixação na Internet das Coisas.

Essas plataformas constituem o trabalho que a equipe de TI faz nos bastidores, de um ponto de vista arquitetônico e tecnológico, para tornar a IoT uma realidade. A Internet das Coisas é parte da malha digital, que inclui a experiência do usuário, e o ambiente do mundo emergente e dinâmico das plataformas é o que a torna possível.


"Qualquer empresa que adote a IoT precisará desenvolver uma estratégia de plataforma, porém abordagens incompletas de provedores concorrentes dificultarão sua implementação até 2018", projeta Cearley.

Da Redação

20 de Outubro de 2015 - 16h47; http://computerworld.com.br/gartner-lista-dez-tendencias-tecnologicas-de-alto-impacto-para-2016