SÃO PAULO - Prestar serviço militar pode ser uma boa forma de preparo para o cargo de CEO. A conclusão é de um estudo realizado por dois professores de finanças da Kellogg School of Management (EUA), Carola Frydman e Efraim Benmelech.
Como os economistas em geral não se preocupam em avaliar a personalidade dos CEOs ao medir os resultados das companhias, os docentes se propuseram a cruzar características pessoais com a performance nos negócios.
Assim, verificaram dados biográficos desses profissionais nas 800 maiores empresas norte-americanas entre 1980 e 1991 e em cerca de 1.500 empresas de capital aberto dos EUA entre 1992 e 2006. Eles mapearam aqueles que tinham background militar e especificaram quando, por quanto tempo e em que posições o adquiriram.
A partir dessas análises, traçaram três paralelos principais entre essas experiências e os resultados corporativos. O primeiro aponta que, em uma indústria que enfrenta algum declínio ou aperto, empresas lideradas por um CEO com atividades militares no currículo tiveram um desempenho melhor do que aquelas cujo líder não tinha esse histórico.
Segundo Benmelech, que nasceu e foi criado em Israel – onde o serviço militar é obrigatório –, isso acontece porque os militares se saem melhor sob pressão por serem preparados para tomar decisões difíceis e mostrar liderança em tempos árduos.
Os professores também identificaram, entre os executivos que passaram pelas forças armadas, posturas mais conservadoras nas estratégias organizacionais. Para Benmelech, ser menos arriscado nos movimentos empresariais se explica pela recente hierarquização das estruturas militares e por suas sofisticadas burocracias. Decisões militares, diz ele, não podem ser muito arriscadas por lidarem com as vidas dos soldados.
Por fim, a mais intrigante verificação do estudo, segundo seus autores, é a de que CEOs com experiência militar estão 70% menos propensos a praticar fraudes. Para justificar esse ponto, há duas hipóteses. Uma delas é a de que empresas que buscam evitar práticas fraudulentas ou precisam se recuperar de um episódio dessa natureza procuram executivos com background militar para ajudá-las.
A outra sustenta que a iniciativa parte dos profissionais ao implementarem políticas conservadoras de investimento e práticas financeiras éticas que fazem parte do seu perfil, independentemente da empresa que comandam.
(Edson Valente | Valor)
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Copa do Mundo Brasil 2014, o maior erro da FIFA "VERGONHA INTERNACIONAL"
A edição da revista FRANCE FOOTBALL esta semana veio com a capa toda negra, onde se lê “Peur sur le Mondial”, algo como: “Medo do Mundial”, sendo que a letra “O” da palavra “mondial” está a bandeira do Brasil, e onde deveria estar escrito “Ordem e Progresso”, foi colocada uma tarja negra.
O subtítulo diz:
Atingido por uma crise econômica e social, o Brasil está longe de ser aquele paraíso imaginado pela FIFA para organizar uma Copa do Mundo, a menos de 5 meses do mundial, o Brasil virou uma terrível fonte de angústia.
A revista pode ser acessada no site: www.francefootball.com mas apenas se vê a capa, a reportagem, de 12 páginas, não está liberada no Brasil. (CENSURA!)
ALGUNS FATOS SOBRE A COPA DO MUNDO BRASIL 2014...
POLÍTICA:
- A FIFA não pediu o Brasil para sediar a Copa, foi o Brasil que procurou a FIFA e fez a proposta.
- A corrupção no Brasil é endêmica, do povo ao governo.
- A burocracia é cultural, tudo precisa ser carimbado, gerando milhões para os Cartórios.
- Tudo se desenvolve a base de propinas.
- Todo o alto escalão do governo Lula está preso por corrupção, mas os artistas e grande parte da população acham que eles são honestos, e fazem campanhas para recolher dinheiro para eles.
- Hoje, tudo que acontece de errado no Brasil, a culpa é da FIFA, antes era dos EUA, já foi de Portugal, o brasileiro não tem culpa de nada.
- O Brasileiro dá mais importância ao futebol do que à política.
- A carga tributária do Brasil é altíssima maior que a da França, e os serviços públicos são péssimos comparáveis aos do Congo.
- Mas o Brasileiro médio pensa que ele mora na Suíça. Quem está lá, na verdade, é a FIFA.
- A FIFA, como imagem institucional, busca não associar-se a ditaduras. Tanto que excluiu a África do Sul na época do Apartheid e, ao contrário do COI, recusou a candidatura da China, apesar das ótimas condições que o país oferecia. Mas o Brasil, sede da Copa, vive um caso de amor com ditaduras.
- O Brasil pleiteava uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, para sentar-se ao lado França, mas devido ao seu alinhamento com ditaduras, a França já se manifestou contrariamente.
- A Presidente Brasileira parece estar alienada da realidade e diz que será o melhor mundial de todos os tempos, isso, melhor que o do Japão, dos EUA, da França, da Alemanha. http://www.youtube.com/watch?v=urmR5fXMJu8
- Só ela pensa assim, na FIFA se fala em maior erro estratégico da história da Instituição.
CONFRONTOS:
- Ano passado os brasileiros saíram as ruas para manifestar, pela primeira vez se viu um movimento assim num país acostumado a inércia, mas o Governo disse que eles eram baderneiros e reprimiu o movimento com violência. 2 mortos, mais de 2000 feridos, mais de 2000 prisões. Ninguém responsabilizado...
- Analisando mortes em estádios: www.youtube.com/watch?v=8bn17OLPyOY
OBRAS:
- O Brasil foi o país que teve mais tempo na história de todos os mundiais para prepará-lo: 7 anos, mas o Brasil é o mais atrasado.
- O Francês Jérome Valcke, secretário geral da FIFA criticou o Brasil pelos atrasos. O governo brasileiro disse que não conversaria mais com Jérome Valcke.
- A França teve apenas 3 anos, e finalizou as obras 1 ano e 2 meses antes.
- A África do Sul teve 5 anos, e terminou com 5 meses de antecedência.
- Há pouco mais de 3 meses da Copa, o Brasil ainda tem que fazer 15% do previsto.
- O custo do “Stade de France” foi de 280 milhões de Euros (o mais caro da França), uma vergonha se comparado ao “Olimpiastadium” sede da final da Copa da Alemanha em 2006, que consumiu menos de 140 milhões de Euros.
- Mas perto do Brasil isso não é nada. Cada estádio custa em média mais de 1/2 bilhão de Euros.
- E o dinheiro sai do bolso do Brasileiro. Tudo é financiado com recursos públicos. Na França tudo foi financiado com recursos privados.
- As empreiteiras é que ganham muito e há muita corrupção para os políticos.
- Na França, os Estádios são multi-uso, servem para competições olímpicas, jogos de Rugby, e são centro de lazer, com lojas e restaurantes e estacionamento nos outros dias da semana. No Brasil são usados só para jogos.
- Em Brasília estão construindo um Estádio para 68.000 pessoas, sendo que o time local está na quarta divisão do campeonato brasileiro e tem média de público de 600 pagantes. Tudo com financiamento público.
- Em São Paulo há 2 estádios, Morumbi e Pacaembú, ao invés de reformá-los, construíram um 3o. estádio, Itaquerão, 23km do centro da cidade e sem metrô até lá.
- O ex-presidente Lula, torcedor do Corinthians, empenhou-se pessoalmente para que construíssem este estádio em vez de reformar um dos outros 2 já existentes.
- Exceto seus correligionários, ninguém acredita que Lula foi movido por amor ao “Timão” .
- Lula é amigo íntimo de Marcelo Bahia, Diretor da Odebrecht, vencedora da licitação. Um reforma custaria menos de 100 milhões de Euros, um novo estádio tinha previsão de custo inicial de 300 milhões de Euros (mas já passou de 500 milhões) um dos mais caros da história da humanidade. Lula e Marcelo são constantemente vistos em caríssimos restaurantes de Paris, tomando bons vinhos franceses.
- Uma vergonha o que dizia ser o estádio de futebol mais moderno e mais novo do Brasil, o Arena da Baixada, em Curitiba-PR, ser o mais atrasado. Inicialmente era para ser o estádio mais barato do Mundial 2014 e para já o que estaria entre os primeiros a serem acabados não é bem isso o que acontece, pois o Arena da Baixada corre o risco de não estar pronto no prazo que a própria FIFA estabelece, ficando assim muito explícito de que "desse mato não sai coelho", será que Mário Celso Petraglia pode explicar?
TRANSPORTES:
- A atual presidente Dilma Rousseff garantiu que faria um trem-bala, nos moldes do TGV Francês, que ligaria 4 cidades-sede: SP-RJ-BH-Brasilia. A promessa está gravada em redes sociais. (www.estadao.com.br/noticias/esportes,governo-garante-trem-bala-pronto-ate-a-copa-de-2014,381839,0.htm)
- Em 2009 foram aprovados 13 bilhões de Euros no PAC, uma soma gigantesca de dinheiro, suficiente para construir um TGV de Paris a Cabul no Afeganistão. Nunca se viu um orçamento tão alto.
- Nenhuma das cidades-sede tem metrô até o Aeroporto.
- Para os taxistas não há cursos de inglês financiados pelo governo, mas para as prostitutas sim. Parece piada, mas é verdade: (vide:www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/01/1211528-prostitutas-de-bh-tem-aulas-gratis-de-ingles-para-se-preparar-para-a-copa.shtml)
- Metrôs não funcionam bem, não cobre nem 10% das cidades ou simplesmente não existem.
- O sistema de ônibus é complicadíssimo e ineficiente.
- O aeroporto da Megalópolis São Paulo tem uma capacidade de receber vôos inferior ao Aeroporto da pequena cidade de Orly, no interior da França.
- Os preços de passagens de aviões dispararam. Por um trajeto de 400km chegam a cobrar 1.000Euros durante a copa.
- Como o Brasil não tem infraestrutura, não aproveitará a alta demanda, devendo permitir que empresas aéreas estrangeiras atuem durante a Copa, o lucro virá para a Europa ou os EUA.
- Aluguel de carros é caríssimo, e, como disse um ex-presidente brasileiro, Fernando Collor, também afastado por corrupção, os carros brasileiros são carroças, sem os principais itens de segurança.
- Faixa de pedestre não serve para nada, não espere que os carros parem. Atropelam, matam e fogem.
- Apesar do Brasil ser autossuficiente em petróleo e estar do lado de países da OPEP, como Venezuela e Equador, a gasolina uma das mais caras do mundo, e de péssima qualidade, misturada com etanol e solvente de borracha, não há fiscalização nos postos.
- Mas o Brasileiro defende o monopólio do petróleo. É o único país do mundo onde os consumidores acham que o monopólio é bom para o consumidor, e não para o monopolista.
SAÚDE:
- Nos últimos 10 anos o número de leitos em hospitais públicos caiu 15%. videhttp://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-11-anos-taxa-de-leitos-hospitalares-caiu-15-no-brasil-o-bravateiro-no-entanto-dava-licoes-a-obama-vinda-de-cubanos-serve-para-demonizar-medicos-brasileiros-e-e-projeto-ideologico-dos-paises-do/
- O Brasil precisa importar médicos de Cuba, já que não tem competência para formar médicos no próprio país. Acredite: Há um programa governamental para isso.
- O Brasil gasta apenas 4% do seu PIB com saúde, e 12% com pagamentos de funcionários públicos. Nos últimos anos o gasto com funcionários cresceu, e com saúde encolheu.
- A França gasta 12% com saúde e 4% com funcionalismo.
HOSPEDAGEM:
- Paris é a cidade mais visitada do mundo, com quase 20 milhões de turistas / ano. São Paulo é menos visitada que a pequena Benidorm na Espanha, ou que a cinza Varsóvia, na Polônia ou a poluída Chenzen na China.
- São Paulo perde para Buenos Aires, Cuzco e outras cidades Sul americanas.
- Amarga o posto 68 na lista das mais visitadas do mundo.
- No entanto, um hotel em São Paulo custa em média 40% mais do que se hospedar em um equivalente hotel em Paris.
- Leve adaptador de tomada. O Brasil adotou um sistema que só existe no Brasil, e muda a cada 4 ou 5 anos, gerando milhões para algumas empresas.
TELECOMUNICAÇÕES:
- Minuto de celular mais caro do mundo. videhttp://www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/10/1352956-minuto-do-celular-no-brasil-e-o-mais-caro-do-mundo.shtml
- O sinal é péssimo, um dos piores do mundo.
- 4G não existe na maioria das cidades.
- A internet é horrível e caríssima. Para o Brasil chegar aos níveis do Iraque deveria dobrar o investimento em banda larga. videhttp://veja.abril.com.br/noticia/vida-digital/conexao-de-internet-no-brasil-e-mais-lenta-que-no-iraque-e-cazaquistao
SEGURANÇA:
- Se você não gostou do que leu até agora, o pior está aqui.
- No Brasil há mais assassinatos que na Palestina, no Afeganistão, Síria e no Iraque JUNTOS.
- No Brasil há mais assassinatos que em toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA.
- A guerra do Vietnã matou 50.000 pessoas em 7 anos. No Brasil se mata a mesma quantidade em um ano.
- Ano passado foram 50.177 segundo o governo, segundo a ONGs superam 63.000 mortes.
- Todo brasileiro conhece alguém que foi assassinado.
- 1% dos casos resultam em prisão.
- Este 1% não chega a cumprir 1/6 da pena, e é beneficiado por vantagens que se dão aos criminosos.
- Não leve o cartão consigo, você pode ser vítima de uma espécie de sequestro que só tem no Brasil: “Sequestro Relâmpago”.
- Não use relógios, máquinas fotográficas, celulares, pulseiras, brincos, colares, anéis, bolsas caras, bonés caros, óculos caros, tênis caro, etc… vista-se da forma mais simples possível.
- Não ande pelas ruas após as 22hs.
- Só faça câmbio em bancos ou casas autorizadas. Existe uma grande quantidade de moeda falsa e estrangeiros são alvo fácil.
CONCLUSÃO:
- O que falta no Brasil é educação. Os números são assustadores, mesmo quando comparados com seus vizinhos sul americanos.
- O Brasil tem uma porcentagem de universitários menor que o Paraguai;
- A Argentina tem 5 prêmios Nobel, a Colombia 3, o Chile 3, a Venezuela 1, a Colombia 4, o Brasil??? Zero!
- Entre as 300 melhores Universidades do mundo, não tem nenhuma Universidade Brasileira.
- No Brasil há 33.000.000 de analfabetos funcionais.
- Ano passado surgiram 300.000 novos analfabetos.
- No ranking da ONU de 2012 o Brasil, que já estava mal colocado, caiu mais 3 posições, e hoje é o número 88 no mundo. (A França é 5.)
UMA VERGONHA INTERNACIONAL mas o brasileiro está muito feliz de ser pentacampeão de futebol. Nos corredores da FIFA já se admite que foi o maior erro da história da Instituição eleger o Brasil como sede.
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
HÁ CINCO DÉCADAS...por Aileda de Mattos Oliveira*
Há cinco décadas, o Brasil estava à mercê de grupos de esquerda que fizeram de João Goulart o arauto de suas ideias revolucionárias, crédulo de uma falsa liderança que pensava exercer e que lhe obliterou a capacidade de análise dos fatos que fugiam ao seu controle.
A incitação de Leonel Brizola ao desrespeito às regras disciplinares nos quartéis e fora deles, ponto nevrálgico da hierarquia militar, com o intuito de abater o moral das Forças Armadas para atraiçoá-las, por meio de militares sublevados, abriria caminho à implantação de um governo sindicalista marxista, o que ocasionou a decisiva atuação dos Chefes Militares.
Há cinco décadas, portanto, o termômetro político registrava alto grau de tensão. Goulart, manobrado por seu cunhado Brizola e por militantes radicais que o inflamavam a pôr-se, de maneira violenta, contra o Estado organizado, prometeu “represálias do povo” (O CRUZEIRO Extra – Edição Histórica, p. 8) no seu último discurso como presidente, na derradeira manifestação no Automóvel Clube do Brasil.
Palavras explosivas que conduziriam a uma guerra civil e que vieram a exigir a pronta resposta das Forças Armadas na defesa do Estado Brasileiro contra a anarquia que comunistas, aliados a indignos militares, decidiram instalar no país.
Há cinco décadas, a Família, mais estruturada, mais unida, mais respeitada, veio às ruas em defesa da Nação, do sossego de seu lar, do futuro de seus filhos, ameaçados por uma minoria sem laços afetivos com o país, idólatras de regimes estranhos.
Há cinco décadas, a Igreja, mais religiosa, mais cônscia dos seus deveres com os fiéis, mais coerente entre suas pregações e suas ações, participou, de maneira efetiva, junto à Família, do movimento de apoio à constitucional intervenção militar.
Há cinco décadas, a Mulher, mais decidida, mais resoluta, mais instruída, mais inserida nas questões políticas, tinha consciência de que o entulho vermelho traria a desgraça aos brasileiros e permitiria a entrada de tacões estrangeiros encharcados do sangue de outras vítimas atraiçoadas. A sua participação a dignificou, o que não se pode dizer da mulher atual, desinformada, por isso, omissa, em consequência, cúmplice.
Há cinco décadas, a Imprensa, mais investigativa, mais inteligente, mais culta, mais patriota, aliou-se às Instituições anteriores e, em Editoriais e manchetes, execrava a ousadia da esquerda em atentar contra as estruturas da nacionalidade e clamava por uma atitude terminante das Forças Armadas, às quais cabem intervir, sempre, em defesa da integridade institucional ameaçada, na ocasião, pelas ostensivas manifestações dos insurgentes que visavam à ruptura do Estado.
Enfim, há cinco décadas, havia uma Sociedade, mais esclarecida, mais atuante, que se fez presente nas ruas centrais da cidade do Rio de Janeiro, apoiando a decisiva atuação do Exército que, atendendo ao seu clamor, fez retornar ao país o equilíbrio político, a paz social e a unidade militar, que renegados, estroinas que ainda infestam o Brasil, pretendiam solapar.
Tudo aconteceu há cinquenta anos, porém, o germe da perfídia fora fecundado muito antes, e com o surgimento de Luiz Carlos Prestes, nasce a serpe, e o bote traiçoeiro, o crime sórdido da traição (Intentona Comunista de 1935) é consumado.
Há cinco décadas, João Goulart, atentando contra a segurança da pátria e a instabilidade de suas Instituições, proporcionou a criação de um clima propenso a uma quartelada ou a uma nova Intentona. Os militares se anteciparam.
Ao combativo jornalista David Nasser, onde quer que esteja, peço permissão para ajustar as suas palavras ao momento atual, redigidas há cinco décadas, em favor da Contrarrevolução que se fez urgente: Os mais de dez anos de silêncio dos militares não significam mais de dez anos de capitulação, mas de prudência, de silêncio para o grande despertar da nacionalidade. (Original em O CRUZEIRO Extra, Edição Histórica, p. 4)
Se tarda esse novo despertar é porque a ‘sociedade cidadã’ ignora o que significa ‘nacionalidade’.
(*Dr.ª em Língua Portuguesa, membro da Academia Brasileira de Defesa. A opinião expressa é particular da autora.)
domingo, 2 de fevereiro de 2014
É a estrutura, enroladores – 26.01.2014 por Adriano Benayon *
Economistas escrevem copiosos e longos artigos sobre o quanto a taxa de câmbio do real, valorizada, prejudica a indústria local e contribui para a crise das contas externas apontada pelo déficit recorde nas transações correntes (TCs) com o exterior em 2013: US$ 81,4 bilhões.
2. Na realidade, é ainda maior, pois as contas foram contabilizadas como exportadas as plataformas de exploração de petróleo em atividade no País. Sem essa maquilagem, o déficit nas TCs teria sido 10% maior.
3. Claro que a taxa de câmbio do real valorizada pode estimular as importações, mormente num país que está em vias de desindustrialização há decênios, e por incentivar gastos no exterior.
4. Entretanto, faz melhorar a relação de intercâmbio, pois as exportações brasileiras são cada vez mais intensivas de recursos naturais, as commodities, cuja comercialização depende pouco da competição de preços.
5. De fato, foi o grande superávit nas mercadorias, acima de US$ 100 bilhões, que possibilitou o pequeno saldo positivo, de US$ 2,6 bilhões, na balança comercial, em queda impressionante, decorrente do crescente e enorme déficit externo dos produtos industriais: nada menos que US$ 105 bilhões.
6. Na realidade, o déficit industrial chegou a US$ 113 bilhões, se expurgarmos a “mágica” das plataformas. É consequência da desindustrialização do Brasil, dominado pelo capital estrangeiro.
7. A valorização cambial decorre do afluxo de capitais do exterior, que funciona como uma droga, com efeitos altamente prejudiciais à economia, inclusive a própria dependência dessa droga.
8. Por sua vez, os capitais forâneos são atraídos por taxas de juros altas, tendo sido as dos títulos públicos, elevadas, agora, a 10,5% aa. Nos EUA os títulos até dois anos pagam menos de 0,3% aa., e lá a dívida externa, de US$ 16 trilhões, supera o PIB, e a pública ascende a US$ 17 trilhões.
9. O Banco Central, ilegalmente independente na prática, age a serviço dos bancos e empresas transnacionais, inclusive de brasileiros que aplicam diretamente do exterior. As autoridades monetárias servem assim os concentradores, os reais detentores do poder.
10. Entre os prejuízos decorrentes dos juros altíssimos, está o de os juros para as empresas produtivas serem um múltiplo dos títulos públicos, o que eleva o custo de produção de bens e serviços.
11. As grandes empresas e as transnacionais não padecem com essas taxas, pois são favorecidas com benigna TJLP (taxa de juros de longo prazo) aplicada pelo BNDES e por taxas também suaves da Caixa Econômica e de outros bancos públicos.
12. Tudo isso é para fazer crescer os lucros das transnacionais, pois elas nem precisam de crédito - a que têm acesso no exterior a baixo custo - nem dependem de custos de produção baixos, porque, não sofrendo concorrência, aplicam os preços que desejam.
13. Ademais, elevado às nuvens pelos juros absurdos, o serviço da dívida federal absorve mais de 40% da despesa, impulsionado por taxas de juros acolhidas pelo governo, que, assim, perde capacidade de investimento e custeio.
14. Já se vê que as mazelas da economia brasileira são estruturais e não podem sanadas por medidas de política monetária ou fiscal, sem substituir o modelo dependente por um modelo econômico e social que atenda os interesses do País.
15. Assim, submisso ao modelo dependente, o governo não tem autonomia sequer para manejar as taxas de câmbio nem as taxas de juros, nem praticar políticas expansionistas ou contracionistas da moeda e do crédito.
16. O tenebroso art. 164 da Constituição dá todo o poder ao Banco Central para emitir moeda, para passá-la exclusivamente aos bancos privados, deixando sem recursos o setor público e o próprio Tesouro, assim obrigado a endividar-se com os bancos. Não bastasse tudo isso, suas disponibilidades de caixa têm que ser depositadas no Banco Central.
17. As causas do descalabro são, portanto, estruturais, sistêmicas. Como também estas:
a) a administração pública tornou-se incapaz de conduzir o desenvolvimento, com o Estado enfraquecido pelo serviço da dívida, e com as estatais incrivelmente capitalizadas pelo Estado antes de serem privatizadas em favor de grupos concentradores, inclusive estrangeiros.
b) o setor privado nacional continua vitimado pelas políticas públicas, desde que foi condenado a definhar, desde o golpe de 1954, que decretou a entrega do mercado ás empresas transnacionais, sem que tivessem sequer de investir realmente, subsidiadas, de forma absurda, para trazer suas máquinas usadas, amortizadas e mais que pagas no exterior.
c) esses oligopólios e carteis – que continuaram sendo subsidiados pela União, Estados e Municípios e ocupam posições dominantes - são os agentes da transferência de recursos para o exterior, através de diversas contas.
d) essa é a grande fonte da dívida externa, que se desdobrou na enorme dívida interna, cevada com a capitalização de juros, devido às taxas de juros extorsivas; estas, por sua vez, a raiz da dependência financeira, que pretende justificar as altas taxas de juros dos títulos públicos para atrair capitais a fim de compensar os déficits na conta corrente.
e) a ascendência das transnacionais fez delas as beneficiárias dos incríveis subsídios às exportações, instituídos desde o final dos anos 60, as quais não evitaram a explosão da dívida externa daí até o final dos anos 70, que também cresceu com os investimentos públicos na infra-estrutura e nas indústrias básicas, sob dependência financeira (comandada pelo Banco Mundial) e dependência tecnológica, agravadas em função das especificações impostas nas concorrências internacionais.
f) no “modelo brasileiro” – alardeado nos anos dos falsos milagres econômicos – não há como incorporar a maior parte da força de trabalho a um processo produtivo de qualidade, nem elevar o padrão de vida do grosso da população: só cresce a já esmagadora concentração da renda nas grandes empresas e os modestos programas de transferência de renda, na tentativa de sustentar parte do número gigantesco dos marginalizados, a grande maioria da população; tudo como o Banco Mundial gosta, enquanto as transnacionais extraem os recursos naturais do País e transferem para o exterior os lucros, principalmente como despesas, afora as crescentes remessas como lucros oficiais e juros.
18. Colocar o Brasil no caminho da industrialização, com produção crescente de bens de alto valor agregado e intensidade tecnológica é tarefa que não há como realizar sem as mudanças estruturais rejeitadas pela atual estrutura de poder, dominada pelos concentradores, que controlam também o processo político e os centros formadores de opinião, inclusive a mídia.
* - Adriano Benayon é doutor em economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento.
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